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domingo, 29 de maio de 2011

Engels e Marx: socialismo científico e a superação do capitalismo

O texto de Friedrich Engels, de 1880, traça algumas ideias marxistas de maneira concisa, utilizando uma linguagem acessível, abordando os problemas do modo de produção capitalista e o antagonismo entre a classe dominante (burguesia) e a dominada (proletariado), tendo como objetivo a apresentação de uma alternativa denominada socialismo.
Para chegar à conclusão desejada, o autor inicia seu trabalho com uma referência aos “revolucionários do Iluminismo”. Apesar de estes defenderem, por exemplo, o império da razão, a justiça, a igualdade e a fraternidade, a revolução trouxe resultados um tanto quanto deturpados, pois o império idealizado nada mais era do que o império da burguesia.
Em função do comportamento explorador desta classe, Engels cita Saint-Simon, Fourier e Robert Owen, pensadores que refletiram sobre o “socialismo utópico”, originado nas ideias, mostrando suas teorias, apontando as vantagens, mas também os equívocos e as debilidades de cada uma. Criticando esta linha, explica que “para converter o socialismo em ciência era necessário, antes de tudo, situá-lo no terreno da realidade”.
Na segunda parte de sua argumentação, enumera as principais características do método dialético, sua oposição ao método metafísico, além das diferenças entre o materialismo e o idealismo. A concepção materialista da história é defendida como uma ciência, como a forma capaz de examinar cientificamente a sociedade capitalista. Além do materialismo, é exibido o conceito da “mais valia”: a apropriação do trabalho não pago no momento da compra da força de trabalho do operário pelas classes que detêm os meios de produção, mesmo quando se dá o pagamento por todo o valor que a mão-de-obra operária possui como mercadoria.
No último capítulo, passa-se à construção da noção de socialismo como meio de superação do capitalismo. Engels mostra a passagem do sistema feudal para o modo capitalista, a transformação do produto em mercadoria e a voracidade das condições da produção industrial que “sucumbe e esmaga sem piedade” (“é a luta darwinista da existência individual transplantada, com redobrada fúria, da natureza para a sociedade”). Ele explicita a controversa relação entre o desenvolvimento da maquinaria e a condição supérflua de uma massa de trabalho humano, que acaba por gerar um exército de trabalhadores disponíveis para os momentos de crises (em suas próprias palavras, é a “acumulação do capital correspondendo a uma acumulação igual de miséria”). Fica evidente também o ciclo periódico das crises de superabundância, causadas pela maior expansão da produção em relação ao crescimento dos mercados; a formação dos trustes; a persistência das crises e a necessidade de o Estado tomar a seu cargo o comando da produção (começando pelas grandes empresas de transporte e comunicação). Ademais, para Friedrich, a solução dos conflitos de classes (burguesia x proletariado) “só pode residir em ser reconhecido de um modo efetivo o caráter social das forças produtivas modernas e, portanto, em harmonizar o modo de produção, de apropriação e de troca com o caráter social dos meios de produção”, cessando o domínio dos produtos sobre os produtores. Enfim, é a fundamental revolução proletária, ou seja, o “salto da humanidade do reino da necessidade para o reino da liberdade”.
POSTADO POR ALYSSON PIMENTA RODRIGUES – 1 ANO – DIREITO NOTURNO

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