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domingo, 8 de maio de 2011

Sociedade à frente do indivíduo

Durkheim, pai da sociologia moderna, pós-positivista, cria a sociologia como ciência autônoma, tratando de fenômenos sociais. No capítulo I de seu livro "As Regras do Método Sociológico" Durkheim disserta sobre o que é fato social e fala sobre a coercitividade imposta pela sociedade no indivíduo.

Fato social para Durkheim é todo acontecimento que é regido por regras sociais, não dependendo somente do indivíduo e de suas vontades. Ele tem como substrato o agir do homem em sociedade de acordo com essas regras. Fatos sociais são maneiras de pensar, de sentir e de agir não próprias do indivíduo, que estão definidos fora dele e que exercem uma coerção ele.

Durkheim defende que as regras impostas pela sociedade são coercitivas. Caso alguém tente violar essas regras, elas reagem contra ele de maneira a impedir seu ato com o intuito de anulá-lo e restabelecê-lo ao "normal". Durkheim da um exemplo disso ao falar sobre o idioma: "Não estou obrigado a falar o mesmo idioma que meus compratiotas, nem a empregar as moedas legais; mas é impossível agir de outra maneira. Minha tentativa fracassaria lamentavelmente, se procurasse escapar desta necessidade."

A acomodação às regras nos fazem acreditar que alguns sentimentos são frutos da nossa própria elaboração, mas a verdade é que desde o nosso nascimento somos coagidos pela sociedade a não irmos contra suas regras. Nos é imposta uma educação quando criança da qual não chegaríamos por livre e espontânea vontade. Desde criança, somos forçados a comer, dormir e beber de acordo com os dogmas da sociedade. Dogmas esses ja instaurados desde antes de nosso nascimento.

Durkehim tenta assim dizer, de certa forma, para que se mantenha o corpo social "saudável", os cidadãos perdem sua individualidade, e devem abdicar de suas próprias vontades.



A Sociologia de Émile Durkheim

Durkheim em sua tese sociológica acima de tudo, assim como Augusto Comte, apesar de Durkheim ainda o considerar muito metafísico por se utilizar de experiências próprias, defende a prevalência da sociedade sobre o indivíduo, isso é o que é denominado simplesmente como fato social. Durkheim também sendo influênciado por Francis Bacon e seu empirismo defende a análise das coisas e não das idéias, já que o contrário seria apenas uma análise ideológica, o que não teria utilidade real para a sociedade. E segundo Durkheim a sociedade precisa continuar a seguir seu rumo, seja ele qual for, já que ela não caminha necessariamente rumo à evolução; para Durkheim ela simplesmente caminha...
Sendo considerado por alguns como pós-positivista, Émile Durkheim tem como característica marcante sua crença na possibilidade da presença do objetivismo diante das ciências sociais. Assim, ele considerava que a passionalidade ofuscava e afetava o exame deveras científico dos fenômenos sociais. Desse modo, Durkheim pega como alicerce os estudos de Bacon, baseados nas ciências naturais, e propõe tratar as ciências sociais da mesma forma, e com a mesma imparcialidade, que Bacon dispunha-se a tratar seus estudos. Assim Durkheim nos convida a não sucumbirmos perante a sociedade analisada, a não nos deixarmos influênciar por ela para fazer nossa análise, e isso segundo ele, somente seria possível através de um método, mas ainda assim possível.
Enfim Émile Durkheim defende que é injusta e incorreta a análise de sociedades à partir de um ponto de vista ocidentalizado, isso porque o que nos é considerado subdesenvolvido ou desenvolvido pode não sê-lo para outra cultura e vice-versa. A única saída então seria simplesmente analisarmos as sociedades à partir de seu próprio ponto de vista, mas ainda assim tentado manter a maior imparcialidade possível utilizando-se do método. E para tal seria de imprescindível importância a educação, que prepara o ser social, mesmo que no entanto imponha um comportamento social.

Postagem de
Lucas Takahashi Tashiro
1º ano - Unesp - Direito Diurno

" - Papai, papai, embrasou a moradeira do Latildo!"

Considerado um dos pais da sociologia moderna, Émile Durkheim parte do preceito de que os fatos sociais devem ser tratatos como coisas e, a partir disso, analisar a coerção exercida sobre todos.
Assim como para Comte, ressalta-se a prevalência da sociedade sobre os indivíduos. Utiliza-se também de Bacon com a defesa da compreensão do objeto de estudo sem valorá-lo, julgá-lo, o que ele chama de "colocar a ideia nas coisas, e não as coisas nas ideias" (procurar um sentido antes do estudo). Bacon faz a mesma crítica quando tenta combater os ídolos da mente.
Para Durkheim seria possível, ainda, separar o indivíduo de suas paixões por meio do método - por isso considerá-lo objeto. A sociedade, portanto, precisa ser vista a partir de seus próprios elementos, sem comparações às anteriores. Neste ponto, diverge de Comte que considera todo o progresso histórico.
Três são as características do fato social:
1. Coercitividade: padrões culturais fortes que obrigam os indivíduos a cumpri-los;
2.Exterioridade: a cultura é externa ao indivíduo, quer dizer, vem do exterior e independe da consciência deste;
3.Generalidade: os fatos sociais são para todos, e não para um indivíduo específico.
A resistência, portanto, seguiria-se por punições no objetivo de restabelecimento da norma. A coercitividade podem ser impostas pelo direito ou pela impossibilidade de serem desrespeitadas.
Um exemplo de coerção indireta exposto é falar o mesmo idioma que os compatriotas.
O conto "Marcelo, Marmelo, Martelo", de Ruth Rocha, bem o demonstra. Na história, Marcelo começa a questionar o nome dos objetos e decide nomeá-los como lhe parecia mais correto, de acordo com seu uso. Incompreendido, quando a casa de seu cachorro está em chamas, os pais não compreendem sua mensagem - findando pela destruição desta. Visualizamos a força coercitiva da imposição indireta do idioma compartilhado e qual foi a sanção pelo desrespeito.
Nossa educação, por conseguinte, talha o ser social, expondo as regras que, muitas vezes de modo imperceptível, são aceitas e interiorizadas, mas, que sem esse meio, não seriam adotadas individualmente.
Logo, nosso comportamento seria, de modo geral, uma representação e expressão do que nos foi incutido, forçando a visão coletiva. Faríamos todos parte dessa orientação social na qual cada um é orientado pelo todo.

(imagem extraída de: http://pt.scribd.com/doc/5308703/Marcelo-Marmelo-Martelo-Ruth-Rocha)

O Progresso Sociológico de Durkheim

Seguindo a linha de Augusto Comte com o positivismo, Durkheim afirma que não se deve estudar as atividades de indivíduo como próprias, e sim como uma influência do próprio grupo, seja ela manifestada como costume, hábito ou pura regra de conduta.
O que o diferencia é o fato de que para ele não há uma evolução da humanidade, e sim sociedades que nascem, se modificam e morrem. Não haveria uma linearidade das transformações do grupo em que o mesmo se desenvolveria continuamente.

Com as teorias de Durkheim fica mais fácil compreender as origens de certos atos realizados por uma grande maioria de indivíduos, mesmo que se analisados não terão nenhuma característica social ou econômica em comum, a não ser a do espaço.
Tais grupos acabam por si só a impor além das leis, crenças e sistemas econômicos uma espécie de regra de conduta e de comportamento em um mesmo ambiente de convívio.

Durkheim também mostra que não há como se estabelecer uma parâmetro de comparação entre sociedades diferentes, tratando uma como superior ou inferior à outra, e sim analisa-las perguntando-se o porque de tais hábitos e de tais comportamentos, contribuindo assim para uma espécie de "quebra" de preconceito de ciêntistas sociais quando analisavam outras sociedades em comparação com as suas próprias sociedades.

O ser social

Émile Durkheim inicia um novo pensamento acerca do social. O social para ele é algo exterior à consciência individual, nasce da união das partes, das mentes, mas não é, de fato, todas as partes juntas, é algo maior. O fato social é dotado de capacidades únicas de aceitação, ou coerção quando a aceitação não é atingida.

Pouco é de fato individual, todos os hábitos, costumes, crenças e práticas consideradas próprias do indivíduo têm como base o arcabouço deixado por gerações passadas e ainda a influência da contemporaneidade. O social é essa linha, rede, construída pelo ambiente e pelas pessoas, capaz de ligá-las de modo a estabelecer padrões.

Nem mesmo o inconsciente escapa do fator social, Carl G. Jung defende idéias como a do inconsciente coletivo e dos arquétipos da psique, que se referem às representações que ficaram cravadas em nossas mentes durante o processo de formação, inclusive biológica, de nossa espécie. “O homem moderno é, na verdade, uma curiosa mistura de características adquiridas ao longo de uma evolução mental milenária.” (Jung, Carl G., O homem e seus símbolos).

Descoberta a existência do fato social, sua abrangência e importância, Durkheim se dedica a apontar a melhor maneira de estudá-lo. Critica os metafísicos (coloca até Comte como “metafísico” em relação ao estudo do social) e retoma Descartes, na intenção de que os fatos sociais sejam vistos como coisas, exteriores, dotados de poder, e não como puramente idéias.

A análise fria dos fatos sociais, idéia muito importante deixada por Durkheim, apesar de ter aplicabilidade duvidável, é útil ao combate de preconceitos em relação a sociedades sujeitas a outros fatos sociais que não os nossos. Teria a relação índios-colonizadores, por exemplo, sido a mesma se naquela época o estudo das sociedades não fosse valorativo como propõe Durkheim?

O conhecimento acerca de tudo que diz respeito às relações entre pessoas, é inclusive fonte de transformação da realidade. Arma poderosa que podemos utilizar tanto para legitimar mortes quanto para garantir liberdades.

Ideias sobre as coisas, sob as coisas.

Em sua obra "As Regras do Método Sociológico", antes de tudo Durkheim busca distinguir os fatos sociais, objetos da sociologia, dos outros fatos, estudados, por exemplo, pelas ciências da biologia e da psicologia, dizendo que eles "não poderiam se confundir com os fenômenos orgânicos, pois consistem em representações e em ações; nem com os fenômenos psíquicos, que não existem senão na consciência individual e por meio dela. Constituem, pois, uma espécie nova e é a eles que deve ser dada e reservada a qualificação de sociais." Ele destaca que os fatos sociais têm a característica de serem autônomos, independentes dos indivíduos - partindo da noção de que muitas condutas precedem a existência de uma pessoa e, mesmo assim, depois do seu nascimento, perdurarem como fatores de grande influência sobre o seu modo de agir. Eles também são dotados, portanto, de um "poder imperativo", pois colocam-se de maneira coercitiva diante da sociedade. Esse poder se expressa por sanções determinadas ou por uma resistência por parte do grupo frente a quaisquer comportamentos que desrespeitem o convencional.
Além disso, ele critica a ciência na medida em que esta, até mesmo despercebidamente , substitui o seu objeto - que deveria ser a realidade das coisas (dos fatos sociais, no caso) - pelas ideia que os próprios cientistas espontaneamente formulam a seu respeito, pois dessa maneira é improvável que se obtenha um conhecimento objetivo. Os homens têm a característica de, involuntariamente, criar pensamentos fortemente influenciados por valores, perspectivas e opiniões próprios, portanto, se estas ideias prevalecem como o foco do seu estudo, este é prejudicado. Esse argumento fortalece a proposta de Durkheim no tocante ao modo mais adequado de enxergar-se os fatos sociais: como coisas. Assim, a distinção entre eles e as ideias
que surgem a partir deles são mais facilmente diferenciados e, então, o cientista tem mais facilidade de desvencilhar-se dos seus pensamentos para priorizar a análise do seu objeto de estudo, havendo menos riscos que possam comprometer essa objetividade.
Nesse ponto posso questionar qual tem sido o papel das escolas de Ensino Fundamental e Médio da atualidade. Elas atuam como educadoras ou informadoras? Educar é um desafio de cunho muito mais subjetivo do que aparenta ser quando apenas se ouve essa palavra sendo dita. Educar propõe todo um conjunto de valores a serem transmitidos e apreendidos, bem como uma conduta adequada e a adaptação à cultura do meio em que se vive e à sua conjuntura tempo-espacial. Já informar não se vale desses princípios, apenas consiste na transmissão de conteúdos científicos, com fins de menor prazo e aplicabilidade principalmente intelectual. Em tese, são essas suas definições básicas. No entanto, na prática é possível observar a inversão desses papéis em muitos casos. Enquanto vê-se educadores de Ensino Fundamental negligenciando seus alunos ou desrespeitando-os e portando-se com desprezo e desinteresse, também se encontra professores de Ensino Médio tentando enculcar nos seus alunos suas próprias maneiras de pensar a respeito das coisas, fazendo justamente o que Durkheim condena, isto é, priorizando os próprios pensamentos e não os conteúdos em si, que inspiraram esses pensamentos. Essa é uma ilustração contextualizada de algo que Durkheim reforça muitas vezes ao decorrer da sua obra, que é a visão do fato social como uma coisa, como um objeto concreto a ser estudado a fim de privar a sua análise de preceitos intrínsecos aos homens que o tomarão como tema de estudo. Para ele, o mais seguro é colocar as ideias que se tem sobre as coisas - já que é inevitável que elas existam - abaixo delas, sob elas. Assim, as ideias sobre as coisas devem situar-se sob as coisas.

Durkheim e o fato social

Durkeim é considerado pós-positivista pelo fato de ter aderido ao postivismo e ido além. Durkheim parte da idéia fundamental de Comte de que a sociedade deve ser vista como um organismo vivo. Também concordava com o pressuposto de que as sociedades apenas se mantém coesas quando de alguma forma compartilham sentimentos e crenças comuns. Entretanto difere de Comte na sua perspectiva evolucionista pois entende que os povos que sucedem os anteriores não necessariamente são superiores, apenas são diferentes em seus valores e sua forma organizacional. Durkheim difere também de muitos sociólogos, afirmando que eles trabalhavam não sobre o objeto em si, mas de acordo com a idéia pré-estabelecida acerca do fenômeno.

Os fenômenos sociais são considerados pelo autor como exteriores aos indivíduos, e devem ser conhecidos não pela busca das razões internas aos indivíduos, mas sim externamente a eles na própria sociedade e na interação dos fatos sociais.

Durkheim define em sua obra o conceito de fato social:

"É fato social toda a maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou ainda, toda a maneira de fazer que é geral na extensão de uma sociedade dada e, ao mesmo tempo, possui uma existência própria, independente de suas manifestações individuais" (Durkheim, 1999, p. 13).

O sociólogo afirma que os fatos sociais devem ser estudados como "coisas", sendo despidas de todos os pré-conceitos e sentimentos anteriores aos estudos, definindo o objeto de estudo precisamente, a fim de saber o que deve ser explicado.


A obra de Durkheim é de suma importancia não só pela influencia exercida em diversos autores, mas tambem pelo fato de haver um enorme meio de coerção exterior que ganha mais força a cada dia que passa, esse fato social se chama Mídia.

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Mas afinal, o que é fato social?

Objeto de estudo da sociologia e elemento principal da obra de Émile Durkhein, "As Regras do Método", o fato social é definido pelo autor em questão como sendo " toda maneira de agir fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior", em outras palavras, o fato social resulta da convenção de uma sociedade que coage o individuo a agir de uma certa maneira. Para se compreender melhor o fato social e analizá-lo sem empreender juízo de valor ao mesmo, é necessário primeiro que o transformemos em uma "coisa", pois ele é real, existe, não é somente uma idéia. E depois que entendamos que ele só pode resultar da convivência em sociedade. "Só existe fato social onde exista uma organização definida" segunda Durkhein.

Feitas tais considerações, podemos entender o papel do fato social na sociedade. Este move os indivíduos a agirem de certa forma tendo em vista o bem comum. Esta coerção é tão sutil que muitas vezes não se pode percebe-la. As ações que são tidas como "hábitos", são resultados da imposição que a própria sociedade pré-determina. O autor cita que até como construimos nossas casas e a maneira como nos vestimos são obrigações sociais. E se pararmos para pensar, concluimos que se trata de uma verdade. Temos a mania de seguirmos as tendências... e é justamente estas tendências que forçam as pessoas a agirem e pensarem quase que de forma homogênea que caracteriza o fato social.


A proposta do autor consiste em tentarmos analizar estes fatos socias com o máximo de objetividade que conseguirmos, sem tanto envolvimento. Mas por que é importante essa análise para nós hoje? Acho que tentar enterdermos como a sociedade nos impõe ordens é uma forma de percebemos se nossas ações são resultados de nossos pensamentos e vontades pessoais ou se estamos seguindo convenções e vivendo de hábitos. É válido para percebemos que somos muitas vezes dominados pela mídia, pela tecnologia, pelos interesses de poderosos, pelas grandes empresas que nos ditam as tendências etc. E assim passarmos a, pelo menos um pouco e quando possível, a agir e pensar pos nós mesmos. Não para gerar uma sociedade egoísta, mas para trocarmos experiências e opniões diversas, que pode nos levar à novos caminhos e à novas descobertas que poderão, também, contribuir para a vida em comum. E o mais importante, ser uma sociedade de indivíduos únicos e não somente um modelo perfeito e já pré-definido.





Ana Beatriz Taveira Bachur 1º ano direito diurno

Tribos

Segundo Durkheim, um fato social é" toda maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou ainda, toda maneira de fazer que é geral na extensão de uma determinada sociedade dada e, ao mesmo tempo, possui uma existência própria, independente de suas manifestações individuais."
É indiscutível a força que os fatos sociais exercem sobre as pessoas. Se o poder de coerção não fosse tão forte, não teríamos a definição de mundo globalizado tal como o conhecemos hoje. No mundo que vivemos, nossa forma de agir, as ideologias, os produtos que consumimos, a música que ouvimos, a forma na qual nos expressamos, os objetivos que buscamos na vida, as pessoas com as quais queremos estar acompanhados, seja para fins amorosos, seja pelo companheirismo... tudo isto é influência, seja da mídia, seja do grupo social no qual pertencemos (ou almejamos pertencer).
Grande parte daquilo que denomina-se "influência", deriva da cultura. Se não houvesse a cultura e o poder de coerção dos fatos sociais, não haveria a coesão entre indivíduos de determinado país, de certa religião, tribos urbanas ou aborígenes. As características comuns desses grupos é o que lhes dá nome, sentido de unidade; é o que os personifica diante de outros grupos. É o que faz vermos um muçulmano, hippie, rockeiro, hindu, índio ou alguém trajado como pede sua profissão e dizermos que tal indivíduo pertencente àquele grupo sem trocarmos uma só palavra com ele. Muito mais do que isso! Quando vemos alguém vestido com roupas escuras, cabelos longos e desgrenhados, crucifixos ou outras correntes prateadas no pescoço não dizemos "ele pertence ao grupo dos metaleiros"; ao invés disso, dizemos "ele é metaleiro". Percebe-se como é forte a presença do fato social, de forma que não nos vêm a mente quem pode ser aquela pessoa, seus sonhos, o que faz, sua profissão, seu caráter... Apenas a personificamos a partir do seu estereótipo, que não é tão somente uma forma de vestir, é também de se portar, pensar e até falar.
A ligação entre a pessoa e grupo é tão forte que acaba fundindo-nos ao que aderimos, acaba tornando essa característica que dá o senso de unidade uma parte do ser que se integra. Na sua aparente individualidade, acaba tornando-se um símbolo do fato social em seu todo. As características de grupo acabam tornando-se um complexo sistema de vários fatos sociais que se intercalam e variam de região para região, surgindo os "estilos de vida", como os hippies.
Por tais motivos, Durkheim, Bacon e Descartes ponderam tão sabiamente o máximo distanciamento do pesquisador com relação ao objeto pesquisado, algo dificilmente alcançado, pois todos nós construímos e participamos dia-a-dia de fatos sociais e não há nada pior do que querer estudar uma artéria no próprio corpo.

Uma influência marxista e positivista

Considerado pai da sociologia moderna, Émile Durkheim , em Da Divisão do Trabalho social , define principalmente o fato social ressaltando o que é além de tecer algumas críticas a análise ideológica , promovida até então.
Como Durkheim viveu um período posterior a Comte e Marx , seria lógico ter influência em seus argumentos tanto de um quanto de outro ou até dos dois.Durkheim, por exemplo, critica o pensamento de Comte, pois ao definir "fato social" como coisa ele remonta ao pai do positivismo.Todavia, para o pai da sociologia moderna, Comte apela para uma visão metafísica ao conceber o progresso como o sentido de toda a história.Neste aspecto, para Durkheim, Comte se distancia da verdade sociológica , pois ao invés de se debruçar sobre os fatos, valoriza a sua idéia sobre a história e não a história em si.Em tese , a análise durkheiminiana sobre a ideologia se refere ao fato de as idéias se dirigirem às coisas e não as coisas às idéias.
Como Marx fala sobre condicionamentos ideológicos , discursos os quais determinam a idiossincrasia humana , Durkheim também o falará, porém em um sentido mais camuflado , principalmente quando este fala sobre o fato social: que é todo aquele que independe do indíviduo e tem como substrato o agir do homem em sociedade, de acordo com as regras sociais.Estas são coercitivas.Mesmo aquelas que não se impõem pelo direito, se impõem pela impossibilidade de se fugir a elas.A coerção se torna mais evidente quando resistimos às regras sociais.
O papel da educação então é forjar o ser social , lhe incutindo regras que , aos poucos , e de forma resignada são interiorizadas e aceitas pelo indivíduo.As formas de comportamento, mesmo que se expressem no indivíduo, traduzem hábitos forjados dimensão do coletivo.Sentimentos e pensamentos comuns não são frutos da soma de percepções gerais, mas de uma dinâmica social que se orienta e os predispõem.
"Cada um é arrastado por todos " -( o homem tem de ser , então, flexível de acordo com a instituição ou sociedade por quem é 'arrastado')- origem coletiva, vida em comum, determina a "sincronia" das ações.

Durkheim - Exame Científico dos Fenômenos Sociais

Através da leitura do texto “As Regras do Método Sociológico”, de Émile Durkheim, é possível identificar e analisar as questões referentes aos fatos sociais, de forma a melhor proceder ao exame científico dos fenômenos sociais.
Como o próprio autor define, “Fato Social é toda maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou ainda, toda maneira de fazer que é geral na extensão de uma sociedade dada e, ao mesmo tempo, possui uma existência própria, independente de suas manifestações individuais” [p. 11]. Em outras palavras, são fatos que possuem características especiais, consistindo em maneiras de pensar, sentir ou agir, dotadas de um poder coercitivo exterior ao indivíduo, mas que a este se impõe de acordo com regras sociais.
A metodologia sociológica proposta pelo autor para a observação dos fatos sociais estabelece duas regras principais: a primeira e mais fundamental consiste em considerar os fatos sociais como coisas [p. 13]. A outra ensina a reconhecer e a compreender tais fatos em razão da coerção que exercem sobre os indivíduos. Além disso, objetos sociais possuem a mesma natureza dos objetos orgânicos/naturais/físico-químicos. Nesta linha de raciocínio, é possível traçar o seguinte paralelo: um fato social está para o sociólogo assim como uma rocha está para um geólogo.
Segundo Durkheim, para analisarmos cientificamente os fatos sociais, devemos afastar-nos de nossas paixões, deixando de lado nossas pré-noções, as quais representam verdadeiros entraves à busca pela verdade científica. Ademais, ao contrário de Comte, ele propõe que esta análise parta das coisas para as ideias, e não o inverso.
Em relação ao peso coercitivo exercido pela sociedade sobre os indivíduos, o autor menciona que esta coerção torna-se mais evidente quanto maior for a resistência às regras sociais. Somado a isso, toda resistência é seguida por uma reação punitiva da sociedade em busca do restabelecimento da “normalidade”.
Este papel desempenhado pela sociedade torna-se nítido ao observarmos a educação infantil, a qual, pouco a pouco, transmite regras de comportamento e visões que, espontaneamente, não seriam alcançados ou desenvolvidos pelas crianças durante suas vidas. Este poder é tão forte que, somente através de uma análise minuciosa de nossas atitudes, percebemos que mesmo alguns sentimentos que julgamos só nossos são, na verdade, impostos, muitas vezes de forma sutil, por manifestações coletivas. Para ilustrar, podemos citar nossa forma de vestir, de comer, de comportar-se e até mesmo os padrões de cerimoniais como casamentos, nascimentos, aniversários, etc. Dessa forma, apenas restariam como fatos individuais aqueles de origem orgânico-psíquica, tais como a loucura causada por degeneração da mente, movimentos involuntários de retirar rapidamente a mão de um objeto muito quente, etc.
Em suma, Durkheim afirma que “cada um é arrastado por todos”, numa sincronia de ações exercida pelo coletivo. A depender de cada sociedade analisada, os fenômenos sociais cumpririam determinadas funções referentes a causas eficientes.
Alysson Pimenta Rodrigues, 1º Ano – Direito Noturno - UNESP

Durkeim e a objetividade na análise sociológica

O sociólogo Émile Durkeim é considerado pós-positivista pelo fato de não só ter incorporado o positivismo, como também por ter ido além dele. Assim como na análise de Comte, Durkeim também considera a prevalência da sociedade como fator-chave na análise sociológica.
Tomando como diferença entre os sociólogos, está a maneira pela qual eles estudam o fato social. Enquanto o fato social é algo remoto a Comte, Durkeim o define como objeto essencial de estudo. Para Durkeim, Comte se afasta da realidade da sociologia quando valoriza a sua ideia sobre a História, e não a História em si.
De acordo com Émile Durkeim, o observador deve estudar seu objeto de estudo de maneira distante, de modo a não deixar que seus conceitos formados perante a sociedade interfiram nessa análise. A ciência social deve se afastar das preferências do observador; a análise deve ser distante e fria, sem deixar que a personalidade interfira no julgamento. Não obstante, os fatos sociais devem ser considerados coisas, tendo como o conceito de fato social:"toda maneira de agir fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior"
Sobre coerção exterior, podemos entender pelas influências que o indivíduo sofre na sociedade desde o momento de sua existência até o resto de sua convivência na sociedade, recebendo-as de forma consciente ou não. A teoria determinista se encaixa devidamente nesse meio de coerções, no qual o indivíduo é levado a agir de uma maneira já pré moldada pela sociedade.
Durkeim critica a análise ideológica, aquela que vai das ideias para as coisas, defendendo o propósito contrário, que vai das coisas para as ideias.
O sociólogo busca eliminar a pré-noção, pensamento que, segundo ele, influenciam de maneira negativa o estudo dos fatos, por não partir de uma atividade humana, mas sim da criatividade imaginativa humana.
Para Durkeim o que importa não é a aparência dos atores sociais, mas sim os papéis por ele executados, como a expressão de suas atividades profissionais, por exemplo.
Ainda sobre a análise do fato, Durkeim não deixa de mencionar que quando a emoção se sobrepõe, colocamos em preferência nossa faculdades inferiores, deixando de lado a razão. Essa análise deixa a desejar na compreensão do fato.
Sobre esses aspectos, Durkeim analisa e formula os estudos da sociedade sob sua visão crítica, a qual ainda influência muitos estudiosos até os dias atuais.

Emile Durkheim, no livro “As Regras do Método Sociológico”, inicia, segundo ele, a real definição da metodologia do estudo sociológico, que diferentemente de outros autores anteriores, nunca havia sido feito de fato.

Ele inicia explicando o que seria “Fato Social”, objeto deste comentário. Segundo a sua visão social, o Fato Social seria um ato comum imposto aos indivíduos através dos valores de uma certa sociedade. Estes atos agem como regras, sendo por vezes até positivadas; as pessoas os obedecem, pois suas mentalidades enxergam como tal, devido a aceitação, de maneira passível o imposta, dos valores da sociedade que estão inseridas. Deve ser ter noção de que esses atos vão além do agir, são formas de pensar, de viver, de raciocinar, etc. O respeito aos atos é feito por mais do que a simples razão das pessoas, ele tem força coercitiva da sociedade, esta defendê-os como sanção, no caso de eles serem positivados, ou com o desprezar de quem não os segue.

Condensando, Fatos Sociais, em uma explicação resumida, são: qualquer forma de indução sobre os indivíduos que é tida como uma coisa exterior a eles, tendo uma existência independente e estabelecida em toda a sociedade.

Despir-nos de nós mesmos

Pós-positivista, Durkhein nos propõe uma nova metedologia da sociedade, que esteja desvinculada de nossas experiências pessoais, ideologias, emoções, preconceitos... Deve-se observar os fatos sociais como "coisas", tendo por base a realidade. A crítica de Durkheim a Conte faz-se presente nesse aspecto, pois o positivista valoriza suas ideias em detrimento dos fatos("em lugar de observar as coisas,descrevê-las, compará-las, contentamo-nos em tomar consciência de nossas ideias, analisá-las, combiná-las").


O "fato social" para Durkheim independe da vontade individual, ele nasce da coletividade, da imposição da sociedade, suas regras... um hábito como escovar os dentes é passivel desta classificação pois somos desde crianças ensinados a praticá-lo cotidianamente,ainda que naquele momento não nos faça sentido, não é, portanto, fruto total de nosso arbítrio. As regras sociais se impõe de tal forma que se classificam como coercitivas; a educação tem a função de forjas essas regras.


Ter um olhar científico ao estudar práticas que agridam os direitos humanos por exemplo, a flagelação genital feminina ou apedrejamentos, buscar um contexto, uma função real destas práticas nessas sociedades é o maior desafio da proposta de Durkheim. Logo, o estudo da sociedade é algo extremamente trabalhoso, de dificil conceituação e classificação devido a tamanha interferência do todo no indivíduo e deste ter de se despir dessa influência para obter êxito e veracidade em sua análise.

Objetos sociais

Considerado um dos pais da sociologia moderna, Émile Durkheim, em sua obra de caráter pós-positivista, " As Regras do Método Sociológico", procura expor o caráter coercitivo da sociedade, em relação as normas sociais impostas a ela.
Utiliza como definição para essa situação global, o fato social, que tem como fundamento a realização de convenções de grupos, que coagem o indivíduo a agir da maneira considerada correta.
Incorpora elementos positivistas ao utilizar do concreto como centro das análises, para ele, a sociologia é uma ciência da realidade, não apenas das ideias e afirma que a sociedade prevalece sobre o indivíduo, que o envolve em suas ações.
Tendo Francis Bacon como referencial, Durkheim analisa o exame científico e sua relação com os substratos passionais, ou seja, a paixão existente dentro do indivíduo gera um envolvimento do observador com o objeto que promove uma interferência nas análises, que acabam sendo levadas pelo caminho favorável a essa paixão. Essa conduta, em sua visão, pode ser solucionada através de prescrições ou métodos de separação entre o observador e o observado. Devemos deixar prevalecer o intelecto (considerado superior) e não os sentidos inferiores, como as emoções.
Afirma que as ideias não podem vir antes dos fatos concretos, que apenas estes fatos que nos levam a formulação das teorias. E estes fatos sociais devem ser analisados como "coisa" e não como ideias, pois são vulgares e não nos encaminham para as conclusões experimentais. Considera Augusto Comte metafísico em seus conceitos, pois não se direcionam exclusivamente para os fatos concretos.
Para concluir, é importante ressaltar o papel do indivíduo em meio a agrupamentos sociais. Este se vê forçado a cumprir o seu papel na sociedade, seguir as regras impostas, por mais simples e comuns sejam, como o simples fato de se tomar banho. O ser que não adere ao que é imposto se vê excluido socialmente e por isso, mesmo sem a sua percepção segue o que está estipulado. Tendo seu modo de pensar e agir totalmente manipulado pelo grupo social, a própria criação das coisas advém da canalização da vontade geral dos demais indivíduos. Somos mero objetos do FATO SOCIAL.

Durkheim pode ser considerado pós-positivista, ele incorpora o positivismo e vai além ao não montar uma diretriz focada na ordem como evolução, como um processo para se chegar ao progresso. Quanto à observação dos fatos sociais ele impõe como principal regra a de considerar os fatos sociais como coisas.

Tal consideração se vale, pois para se fazer uma observação correta deve se tomar distanciamento para que as influências exteriores, como a própria sociedade, não altere a percepção do observador. O fato social seria visto como uma coisa porque assim a visão tende a ser mais objetivo, mais precisa, porque ao analisar um objeto tendemos a não filosofar muito sobre o objeto, procuramos apenas escrever as suas características que são perceptíveis numa leitura primária, sem profundidade filosófica. E assim deveria ser feito com os fatos sociais, pois a descrição “básica” para um objeto, no âmbito social já seria o suficiente para entendê-la.

Ao tentar explicar o que é fato social Émile Durkheim, ele diz que a qualificação de sociais se deve pelo fato ter como substrato a própria sociedade em sua totalidade, ou os diversos grupos que a compõe. Ele complementa ainda que o fato social é reconhecível pelo seu poder de coerção externa que age mesmo sem a consciência do indivíduo, levando, arrastando todos na sociedade para uma convergência comportamental. E caso algum indivíduo quebre essa convergência a sociedade tentará o fazer voltar para o estado que encontrava antes, caso isso não funcione a coerção funcionaria por uma espécie de distanciamento e resistência que aquela pessoa sofreria pelo resto do grupo. Esses tipos de coerção seriam do tipo direto, mas existiria ainda a coerção do tipo indireto que não é tão fácil de perceber.

Uma crítica que Durkheim faz é em relação a análise ideológica, pois para ele ela tem como origem as coisas, o fato social, e partir daí ele deve ser estudado, porém o que ocorre é o inverso. O que ocorre, para ele, é a modelação das ideologias em cima do fato social para que assim os pensamentos possam ser provados e exemplificados. O sociólogo não deveria ser protagonista na realidade, não deveria intervir tanto, porque assim sua percepção científica sobre o fato social.

Outra coisa que é bastante dito no texto é em relação à influência da sociedade no indivíduo. Os sentimentos, as ideias, a emoção do indivíduo é na verdade um reflexo do que a sociedade já deixou intrínseco na pessoa, quer ele queira ou não. E o sociólogo dá como exemplo desse poder que mesmo quando se resisti à cultura comum ao grupo você ainda sim a absorve, ou em situações de atrocidades feitas por multidões.

O papel da educação, na visão de Durkheim, serve como maneira de forjar o ser social mostrando e fazendo com que tenha aceitação das regras sociais desde pequenos para que aos poucos vá se interiorizando essa forma de se pensar e de agir.

"Cada um é arrastado por todos"


Durkheim discorre em seus textos sobre o fato social, sua definição, maneira de ser observado, estudado e sua influência no homem. Ao se ambientalizar os estudos de Durkheim como sendo uma ciência de sociedade, pode-se aplicar os tópicos por ele relevados e, seguindo sua maneira de analise, compreender aspectos da atual sociedade moderna humana. Neste sentido, o olhar sobre o fato social, que é todo fato que independe do homem e tem como substrato o agir social do mesmo, deve se dar com imparcialidade, no sentido de não deixar que as pré-noções, as paixões humanas e demais influências alterem o observado, que neste caso reside em entender como o fato social exerce uma coerção exterior da sociedade para sobre o indivíduo.
Nas sociedades contemporâneas, é evidente a veracidade da visão de Durkheim sobre a coerção das instiuições sociais. A instituição da justiça ou do direito, por exemplo, age de forma a expressar as regras comportamentais, não havendo a possibilidade de um comportamento fruto de uma vontade individual ser aceita em detrimento do coletivo. Até mesmo as ações que por vezes são identificadas como individuais, sofrem uma influencia do ambiente social, dos fatos que nele residem, e são alteradas ou criadas para atender a convivência em sociedade.
É possível perceber então que o fato social se expressa coercitivamente de maneira por vezes direta e positivada, no caso das leis, e por vezes de forma aparentemente inerente aos comportamentos humanos. Um dos meios para o controle social segundo Durkheim é a educação, que tem como uma de suas funções a de forjar o ser social, dando a ele as orientações para atender a vida em sociedade e a aceitação do coletivo, suprimindo seus desejos individuais de tal maneira que se acomodem, criando a ilusão de que alguns sentimentos são frutos de sua própria elaboração.

A força da coerção

        No  livro " As regras do método sociológico" de Émile Durkheim é fundado na análise do fato social e na objetividade que o perquisador deve ter ao desenvolver sua teoria.Para Durkheim, esses fenômenos sociais podem ser diferenciados pois eles se passam no interior da sociedade, e são dotados de um poder imperativo e coercitivo; essa coerção porém, embora indireta, não é menos eficaz. O fato social, apresenta uma característica fundamentalmente relevante, visto que, ele consiste nos modos de agir, pensar, sentir exteriores ao indivíduo , sendo assim, é classificada como social. A maioria dessas atitudes nos são ensinadas pela educaão infantil e com o passar do tempo, deixaos de perceber por qual motivo agimos dessa maneira; os atos são tão convencionais que acreditamos seres feitos por escolhas individuais.
        Para Émile, o único modo de analisar corretamente os fatos é através da objetividade, como se eles fossem coisas, partindo dessas para chegar as ideias, difrentemente das análises ideológicas. A passionalidade dos homens distorcem sua pesquisa e seu foco afetando seu exame científico pois eles não conseguem agir de modo racional: os sentimentos não permitem que as pessoas analisem friamente.É importante também , além desvinculação dos sentimentos, que as pesquisas realizadas distanciem-se dos conceitos ideológicos, que podem atrapalhar uma análise correta.
       Durkheim afirma que o autor positivista Comte se distancia da verdade sociológica pois não se preocupa apenas com os fatos , valorizando sua ideia propria sobre a história. Para o autor, a educação errôneamente forja o ser social, ela cria e perpetua regras de convívio que não seriam naturais aos homens, e a partir disso forma-se um tipo de cultura social.Por exemplo: as crianças , quando bem pequenas, agem de maneira natural, pois não sabem o que é "certo" ou "errado", com a educação aplicada pelos pais elas passam a agir não por vontade própria mas sim, de acordo com a regras sociais. Passam a usar roupas, comer com talheres, tomar banho e escovar os dentes; tudo isso é feito pela convenção social, até que chega um ponto que acreditamos que tudo isso é fruto de uma escolha social e não da força de coerção da sociedade.
       Todos somos pessoas não em nossa maneira social mas, seres influenciados pela sociedade; por isso, é tão estranho a nós quando alguém age em desacordo com essas regras: é muito estranho pessoas adeptas ao nudismo. As comunidades indíginas são tidas por nós como "selvagens" pois seus membros foram educados de acordo com outras regras e doutrina.
        A análise da obra de Durkheim é importante por ser tão  facilmente percebida em nossa sociedade contemporânea e influente no nosso estudo do Direito.

O estudo do fato social

Fato social é tudo aquilo que independe do indivíduo e tem como substrato o agir do homem em sociedade, de acordo com as regras sociais. Em seu texto, Émile Durkheim faz uma análise do fato social de tal fato.

Para Durkheim, o método utilizado para explicar o Estado, soberania, capitalismo, etc. Ainda estava defasado, assemelhando-se às explicações primárias da ciência da Idade Média. Ele pregava que o fato social devia ser estudado como uma ‘coisa’, para que a razão prevalecesse e não as emoções, ou seja, era necessária uma separação entre objeto e observador e cada fato deveria ser interpretado de uma forma singular, da maneira como eles realmente são. Além disso, assim como Bacon, Émile dizia que pré-noções são uma barreira na busca pela verdade científica.

Ao estudar o fato social, Durkheim percebeu que as formas de comportamento, mesmo que se expressem no indivíduo, traduzem hábitos forjados na dimensão do coletivo e que as regras impostas pela sociedade são coercitivas, e quanto mais resistimos às regras sociais, mais essa coerção fica evidente.

Fato e Convenção Social, Costumes e a Formação do Direito

Em “As Regras do Método Sociológico” Émile Durkheim estabelece o que, para ele, são fatos sociais; determina a origem e a natureza das regras jurídicas e moras e, procura evidenciar o caráter coercitivo e coativo da sociedade no que tange ao descumprimento das regras sociais.

O sociólogo afirma que fato social é todo fenômeno que se dá no interior da sociedade e que apresenta generalidade, interesse social. É toda conduta que existe fora da consciência individual e que é influenciada por um poder imperativo e coercitivo externo, poder este, reconhecido pela existência de sanção determinada.

Para Durkheim o “doutrinamento” de todas as pessoas deve começar (e começa, de fato) cedo, assim sendo o fica como objeto da educação a produção do ser social. Essa produção implica na imposição de religião, ideais políticos, regras jurídicas, morais, moda, etc e na resistência da sociedade para com as condutas que violam suas convenções.

O cientista social discorre também sobre a origem e a natureza das regras jurídicas e morais: “O hábito coletivo não existe apenas em estado de imanência nos atos sucessivos que ele determina, mas se exprime de uma vez por todas, por um privilégio cujo exemplo não encontramos no reino biológico, numa fórmula que se repete de boca em boca, que se transmite pela educação, que se fixa através da escrita”. Considero esta uma das passagens mais importantes para os estudantes de direito da obra, pois há nela a exposição da formação do direito por uma de suas fontes mais importantes: o costume e, mostra como este costume (e por consequência o direito) é influenciado peças convenções sociais.

Objetividade e fato social

Por meio da obra "As regras do método sociológico", Émile Durkheim propõe que a sociologia deve ser uma ciêcia objetiva. Para atender a essa proposta, as opiniões pessoais dos sociólogos não devem se misturas às teorias que eles formulam. Em segundo lugar, deve-se partir das coisas para as idéias a fim de se chegar à verdade científica. Em terceiro lugar, os fatos sociais devem constituir o objeto de estudo da sociologia. Por fatos sociais entende-se formas de pensar e de agir que são comuns em meio à sociedade e que se impõe ao indivíduo coercitivamente.
A objetividade defendida por Durkheim é bastante louvável na medida em que permite ao sociologo chegar a um conhecimento seguro e imparcial acerca da sociedade, em detrimento dos conhecimentos parciais e pouco seguros que -segundo o referido pensador- eram produzidos em sua época. Esses conhecimentos aos quais se pode chegar servindo-se do método proposto por Durkheim permitem que as pessoas formulem acerca da sociedade pontos de vista consistentes e baseados na realidade, impedindo a alienação e a dominação ideológica. Já os fatos socias suscitam discussões, na medida em que sugerem que os pensamentos e atos dos homens são frutos da sociedade em que vivem e não de sua vontade. Tal princípio é sugerido pela máxima "Cada um é arrastado por todos", e é justificado pelo fato de que as pessoas entram em contato com as formas de pensar, de agir e de sentir quando estas se manifestam exteriormente. Nesse sentido, o indivíduo pode entrar em contato elas por meio da educação.Essa máxima é discutível quando se leva em conta a capacidade de criação verificada no homem. Tal capacidade permite ao indivíduo articular seus conhecimentos de maneiras novas, produzindo resultados até então inexistentes inclusive no que diz respeito à sua maneira de pensar, de agir e de sentir. Com isso, é valido defender que nem sempre os atos, os sentimentos e os pensamentos humanos são determinados pelas diferentes sociedades existentes em diversas épocas e lugares.

Coercitividade vs Liberdade Individual

Émile Durkheim, considerado o fundador da sociologia moderna, propõe um estudo sociológico fundamentado em um método próprio. Seu método consiste, basicamente, de dois pilares essenciais: observar e analisar os fatos sociais como "coisas"; reconhecê-los e compreendê-los em razão da coerção. Mas, qual o significado da proposta de Durkheim?

Antes de tudo, é preciso que se esclareça o que é um fato social. Dentro de uma sociedade, existem fenômenos de características únicas que consistem em fatos sociais. São aqueles constituídos por maneiras de agir, de pensar e de sentir exteriores ao indivíduo, dotados de um poder de coerção, impostos, de certa forma, pelas regras sociais. Por exemplo, a moda, os gostos, os códigos de comportamento em geral etc. Esta imposição pode ser indireta, é exercida pela consciência pública que, pela vigilância constante sobre os atos dos cidadãos, reprime todos os atos que a ofende, fazendo com que os indivíduos tentem evitá-los ou repará-los.

Para a análise desses fatos sociais, Durkheim propõe um distanciamento, de modo que a metafísica não afete os resultados de tal análise. Ou seja, sua proposta é de que os fatos sociais sejam vistos como "coisas", sem que se projetem sobre eles qualquer tipo de ideologia ou preconceitos. Desse modo, a verdade científica não seria obscurecida pelas paixões humanas, que tanto influenciam no pensar dos homens.



Esse distanciamento e negação das pré-noções remetem aos "ídolos da mente", descritos por Bacon em sua obra "Novum Organum". Em suma, Durkheim defende a análise fria das "coisas", ou seja, dos fatos sociais, antes da formulação de ideias sobre elas.

O conceito de fato social como "coisa" já era uma proposta dada por Augusto Comte. Há, portanto, clara intertextualidade entre as propostas de ambos os sociólogos. No entanto, Durkheim critica Comte em virtude da valorização que este dá à sua ideia sobre a História, e aos fatos que dela fazem parte, ao invés de valorizar a História em si. Comte não faz uma análise fria dos fatos passados, como propõe Durkheim, mas atribui a eles uma noção metafísica, concebendo o progresso como o sentido de todos os acontecimentos.

Quanto ao segundo pilar do método durkheimniano, reconhecer e compreender os fatos sociais em razão da coerção, deve-se apreender que os códigos de conduta que regem os fatos sociais são de intuito coercitivo. Por exemplo, o papel da Educação é moldar os seres sociais para que sigam um padrão de comportamento, sentimentos e ideias semelhantes, que não fujam ao previsto como "saudável" para o corpo social. A coercitividade impõe um comportamento determinado que todos são obrigados a seguir, independentemente de sua vontade.

Mas, o abandono da individualidade é o fator chave para a manutenção do "bem-estar social"? Teriam que todos os cidadãos abolirem de suas vontades e ambições próprias para viverem na sociedade ideal? São questionamentos que podem ser extraídos do conceito de coercitividade contido na proposta durkheimniana.

Enfim, Durkheim acredita que seu método é o melhor caminho para se compreender o universo social. Sua proposta é de extrema relevância nos estudos sociológicos modernos e contemporâneos, tendo ela influenciado muitos pensadores da posterioridade.

A sociedade traduzida pelos fatos socias

Durkheim, sociólogo do fim do século XIX, propõe a análise da sociedade, considerando os fatos sociais como coisas. Essa é a primeira regra de seu método e também a mais fundamental. O conceito de fato social é bem amplo, usado para designar quase todos os fenômenos sociais que apresentam interesse social, que exerce sobre o indivíduo uma coerção exterior. Portanto, para Durkheim a sociedade prevalece sob o indivíduo. O autor critica a análise ideológica que analisa primeiro as ideias para depois chegar as coisas, o contrário do método proposto por ele. Durkheim, pós positivista, afirma que as paixões humanas, os ídolos da mente de Bacon, afetam a análise dos fenômenos sociais. Assim como Augusto Comte, busca inspiração nas ciências naturais para um exame meticuloso e metódico da sociedade. Todavia, o sociológo critica Comte, afirmando que este apela para uma concepção metafísica ao afirmar que o progresso é o objetivo da história.
Tratando do conceito de fato social Durkheim afirma: "Estamos, pois, diante de uma ordem de fatos que apresenta caracteres muito especiais: consistem em maneiras de agir, de pensar e de sentir exteriores ao indivíduo, dotadas de um poder de coerção em virtude do qual se lhe impõem." Segundo ele, os fatos sociais são o domínio da Sociologia. Como exemplos de fatos sociais podemos citar as regras jurídicas e morais, dogmas religiosos, sistemas financeiros, a estrutura política, a arquitetura, entre outros. Nota-se que todos esses exemplos exercem uma coerção, uma imposição de um modelo ao indivíduo, penetrando na pessoa muitas vezes sem ela perceber. De acordo com o autor a educação é uma forma de impor a criança maneiras de ser, agir, pensar e até mesmo sentir que elas não chegariam naturalmente. Com o tempo essa força coercitiva deixa de ser sentida, tornando-se hábito, e conclui dizendo que o objeto da educação é formar o ser social junto com o meio que através da pressão molda o indivíduo a seus padrões. A sociedade impõe modelos de comportamento, exprimido pelos hábitos da coletividade, podendo ser observado por estatísticas como taxas de nascimento, nupcialidade, suicídio, etc. O fato social é reconhecível pelo poder de coerção externa que possui sobre os indivíduos, sendo a sanção a consequência da resistência a ele.
Nesse contexto está o direito, que surge a partir de regras morais aceitas pela sociedade, regras advindas do costume (direito consuetudinário), transmitidas pela educação, aceitas pela sociedade, são fixadas por escrito, constituindo o ordenamento jurídico.
Pode-se entender a sociedade analisando seus fatos sociais, que exprimem sua essência e suas características, por isso a extrema importância de Durkheim e seu conceito de fato social.

A coerção dos fatos sociais

Durkeheim tem como objetivo em seu texto analisar o fato social(imposição de um agir pela sociedade).Porém, para que isso se torne possível,o cientista não pode se envolver com o objeto em estudo.Pelo contrário, deve-se manter um distaciamento e afastar as paixões e influências de fora que possam contaminar as análises. Se não se realiza isso, atinge-se algo metafísico, que existe muito mais na imaginação do que na realidade.

Outro ponto essencial de sua obra seria a constante pesquisa pelo papel concreto dos fatores sociais, e não a busca das ideias(não possuem princípios sólidos). Diferentemente do que costuma ocorrer, o cientista deve analisar primeiramente a realidade (levando em consideração o contexto social e histórico) para depois chegar às ideias. Erroneamente, o método usado para explicar importantes conceitos históricos são aqueles utilizados na idade media, quando se partia da ideia para as coisas, de forma muito superficial (a maioria das coisas não se produziu ao partir do real, mas sim de como as coisas deveriam ser). Para Durkheim isso não é ciência, mas sim regras que espera-se que sejam seguidas.

Émile Durkeheim é considerado, por muitos, funcionalista.Para ele, o cientista social tem que entender o papel de cada sociedade sem levar em consideração a ideia do progresso (não deve haver valoração) – cabe a ele apenas buscar a função dos fenômenos sociais.

Também é análisado em sua obra o papel da educação, que seria forjar o ser social, impondo-lhe regras que são aos poucos interiorizadas. Cria-se, assim, uma predisposição a qual não se chegaria espontaneamente e o indivíduo passa a obedecer a determinadas regras.A acomodação às essas regras, nos faz pensar que nós mesmos as elaboramos, sendo que na verdade estamos sendo apenas arrastados por movimentos sociais. Muito mais que uma decisão individual, isso é resultado da imersão em determinada cultura, ou seja, é fruto de uma noção coletiva.

É obvia a importância de Émile Durkheim para a sociologia moderna. Entre outras coisas, é atribuido a esse filósofo, a implementação do respeito à diversidade cultural, uma vez que ele acredita que deve-se entender a realidade sem influências de uma perspectiva cristã ocidental. Porém, é inevitável sua comparação com outros tantos grandes nomes da filosofia.
Como pós-positivista assemelha-se muito à Comte, principalmente em relação à ideia de que o grupo sempre prevalece sobre o indivíduo. Porém, Comte ainda seria metafísico, porque para ele no progresso está presente o sentido de toda a realidade social (se debruça nas idéias sobre a história e não nos fatos). Durkheim também trata de algumas ideias já trabalhadas por Francis Bacon, como a questão dos ídolos da mente (ambos acreditam que as pré-noções implantadas pela sociedade atrapalham a busca pela verdade científica).

A ilusão do novo


A misantropia é conhecida por ser a aversão a natureza humana no geral. Logo, o misantropo é alguém que tem aversão ao convívio social, podendo viver assim em isolamento. Outra característica marcante é o desprezo pela sociedade, ou ainda, pelas características que a formam. Isso não significa que a pessoa não necessita dos meios disponibilizados pela própria sociedade e eventualmente do convívio. Por fim, algo que essa pessoa não poderá fugir é do fato social, que Durkheim entendia como as imposições sociais, que independe do indivíduo e tem como substrato o agir do homem em sociedade, de acordo com as regras sociais.
As atitudes humanas são totalmente influenciadas pelo fato social, somos arrastados pelas escolhas que não dependem exclusivamente de nós, inclusive depende muito mais da própria sociedade do que de nós mesmo, somos acomodados a isso. Segundo Durkheim, a acomodação às regras nos fazem acreditar que alguns sentimentos são frutos de nossa própria elaboração. No fundo, podemos de fato observar que o ser humano é mimese, afinal não inventamos nada realmente novo, só utilizamos o já conhecido para tentar melhorar as coisas, o que pode gerar o efeito inverso durante as tentativas.
O próprio direito é um fato social, pois impõe regras de convívio social. Mesmo aquelas que não são impostas por ele, se impõem pela própria sociedade, seja por exemplo através do chamado usos e costumes ou simplesmente pela incapacidade de fugir das regras impostas. Apesar, de internamente a maioria das pessoas não concorde com todas essas regras impostas, ainda assim tenderam a obedece-las mesmo que por Medo.
A aplicação do direito também segue regras específicas para garantir o ordenamento. Mas até que ponto essas regras jurídicas, ou mesmo sociais, são benéficas para a própria sociedade e para a vida humana? Seria realmente necessário um juiz dar uma sentença preter legem? E, quais os danos reais de uma decisão judicial que foi feita tendo usando sentimentos do próprio juiz? Afinal, o juiz ainda é parte da sociedade.
Talvez a sociedade possa ser explicada metaforicamente , em ultima ratio, como uma árvore a qual todos fazem parte, mesmo sem desempenhar uma função clara. Mas é claro, essa conclusão é uma mera mimese do mito Nórdico, conhecido como Yggdrasil.

As regras do método sociológico - E. Durkheim

Nesse livro, Durkheim observa que é necessário, para a investigação científica do fenômeno social, um método específico. Mas antes de apresentar aquele que utiliza nos seus estudos, acha relevante definir o quê, dentro da generalidade dos fatos, é o fato social. Ou, em outras palavras, quais seriam as porções da realidade que podem servir de objeto para o conhecimento que será feito através desse novo método.

Assim, fato social, define Durkheim, são as maneiras de "agir, pensar e sentir" que existem fora do indivíduo e só fazem parte do seu comportamento porque se impõe coercitivamente a ele. E essa coerção pode ser tanto a do direito positivado agindo com a força da sanção ao coibir os atos que se opõe à lei, quanto a psicológica, da vigia moral que sofre a pessoa que não se adequa as regras e modos de agir da sociedade que habita. Parte dessa coerção não é visível facilmente, mas se percebe tanto no processo de educação, interpretado como o momento em que a coerção social age impondo à criança um modo de ser, e de forma que, depois de ensinada, ela não percebe mais a coerção e passa a entender seu comportamento como natural, quanto na resistência que enfrenta o indivíduo que tenta agir fora dos padrões de comportamento da sociedade.

Os fatos sociais seriam, então, as "crenças, práticas e tendências" do grupo tomado coletivamente, seu "modo de fazer" que tem força coercitiva sobre o indivíduo e é exterior a ele.

O Perverso do Fato Social

No dicionário, Fato é ” Ação, coisa feita “e Social é “tudo o que diz respeito à sociedade: ordem social”.Logo o Fato Social só pode ser definido como a ação,o feito que se dá no cerne da ordem social ;Sendo que este é também imposto por ela como maneira de agir.

Ao contrário do que pode se pensar ele surge não da intersecção das ideias dos indivíduos mas é o” produto da ação e reação entre as consciências individuais” destes.

Segundo Durkheim, fica evidente a força de coerção do Fato Social, quando qualquer pessoa de uma dada sociedade tenta resistir às regras e sofre em seguida alguma repressão ou “sanção determinada” dos outros indivíduos da própria sociedade,como é o caso em se tratando do” direito, da moral, das crenças e até da moda “e é menos evidente no que diz a organização econômica, por exemplo.

É possível observar que alguns fatos sociais, ”mais palpáveis” se dão exatamente como convenções. Ora, no que diz respeito a arquitetura das casa,construí-las iguais não parece ser uma imposição tão rígida da sociedade,mas sim uma questão de gosto,de moda que se impõe de acordo com a época e que não repercute em uma sanção tão extrema.As pessoas que se submetem a moda,geralmente gostam de segui-la e a maioria das pessoas concordam com um código jurídico que organize melhor a vida em sociedade.

Por outro lado verifica-se justamente o contrário com a moral e alguns costumes, são fatos sociais “impostos” com um sentido mais pejorativo, e tem se sempre a sensação de que são tabus que devem ser quebrados, e que atrapalham o progresso na resolução das várias questões polêmicas discutidas em sociedade, como o casamento entre gays e o sexo antes do casamento por exemplo.A coerção do fato social age como corrente conservadora e pune severamente certos comportamentos como esses,inibindo a evolução dessas questões,sendo por isso muito criticado, nesse sentido.

Durkheim e sua aplicação na sociedade contemporânea

A visão de fato social de Émile Durkheim pode ser comparada, nos dias atuais, à influência que a mídia exerce na vida das pessoas. De fato, os indivíduos estão submetidos a uma coerção exterior, capaz de impor regras sociais, que se tornam mais evidente quando resistimos a elas.
Além do exemplo citado, tal imposição da sincronia das ações ocorre também na educação às crianças, uma vez que toda educação consiste num esforço contínuo para impor a elas maneiras de ver, de sentir e de agir às quais não chegariam espontaneamente. Durkheim dizia que a criança, ao nascer, trazia consigo só a sua natureza de indivíduo. "A sociedade encontra-se, a cada nova geração, na presença de uma tábua rasa sobre a qual é necessário construir novamente", escreveu. Dessa forma, tanto os pais como os professores, sendo estes parte responsável pelo desenvolvimento dos indivíduos, devem transmitir os conhecimentos adquiridos.
O sociólogo francês, cuja contribuição para a sociologia da educação foi relevante, afirma que " a Educação tem por objetivo suscitar e desenvolver na criança estados físicos e morais que são requeridos pela sociedade política no seu conjunto". Percebe-se, portanto, que este requerimento da sociedade nada mais é do que um reflexo dos fatos sociais.
Outra importante contribuição de Émile Durkheim para a sociologia é seu posicionamento positivista ao encarar a realidade de forma objetiva e descritiva, muito mais que Auguste Comte. Sua crítica a Comte consiste, sobretudo, ao fato deste valorizar sua ideia sobre a História e não a História em si; para Durkheim, Comte se distancia da verdade sociológica, pois não se debruça sobre os fatos.
Por fim, Durkheim nos chama a analisar as situações das coisas para as ideias e não das ideias para as coisas, como propõe a análise ideológica. Esse método de análise proposto pelo sociólogo no qual não se pode interpretar a realidade de acordo com suas vinculações, embora sua prática não seja exatamente igual a teoria, é importante, sobretudo, à prática jurídica e, acredito que essa seja a maior contribuição de Émile Durkheim a nós, estudantes de Direito.

A Objetividade e o Pós-Positivismo

Ao analisarmos a obra “As Regras do Método Sociológico”, de Durkheim, podemos compreender o quanto a objetividade é importante para ele. O autor em questão acredita que a única forma de interpretação correta e imparcial de um fenômeno social é aquela que ocorre de forma objetiva, sendo calcada na realidade, sem a intervenção de nossas emoções. Assim, por exemplo, deveríamos enxergar as pessoas como “coisas” a serem pesquisadas, sem que os nossos sentimentos a respeito de tais indivíduos interferisse em nossas observações.

Para Émile, é importante também que as nossas pesquisas sejam desvinculadas de nossas ideologias e de nossas pré-noções, que só atrapalhariam nossas análises. É neste ponto, inclusive, que encontramos uma crítica de Durkheim a Comte. Para aquele, este baseia muitos de seus conceitos na subjetividade e não nos fatos reais, retirando grande parte da veracidade e da imparcialidade de tais conceitos.

Um exemplo atual que demonstra a visão “durkheimeana” é justamente encontrado no campo jurídico. Os juízes são profissionais que se baseiam, sobretudo, na objetividade. Um juiz não pode se deixar envolver pela situação econômica das partes envolvidas, nem por seus problemas ou conflitos pessoais. Ele deve conter este seu “lado subjetivo” e deve se ater aos fatos e às provas referentes à questão a ser julgada.

Retirado de:

http://sandramluz2010.blogspot.com/2010/08/julgamento-e-critica.html

em 08/05/11, às 9h.

Para Durkheim, também é importante, para a análise objetiva da sociedade, a consciência de que somos seres moldados. Ao longo do tempo, fomos recebendo uma série de conceitos e definições, por meio da educação, por exemplo, que não visavam aguçar a nossa criticidade, mas sim que almejavam impor conceitos como regras sociais que deveriam ser seguidas. Assim, com o passar do tempo, acabamos nos tornando uma sociedade padronizada em nossos hábitos, uma sociedade que perdeu a sua individualidade e que passou a viver de acordo com regras pré-determinadas.

Por exemplo, muitos de nós podemos achar que escovar os dentes com frequência e tomar banho diariamente são atitudes individuais. O que se mostra um equívoco. Esses atos são praticados por nós porque se tornaram uma “regra da sociedade”: não seríamos aceitos em nosso grupo social se não tivéssemos a escovação dos dentes e o banho como hábitos.

Outra prova dessa afirmação está no fato de não nos alimentarmos sem talheres na frente dos outros. Podemos estar famintos, mas se estivermos sem talheres, em um restaurante, por exemplo, não nos alimentaremos.

marilyn monroe atriz modelo andy warhol

Retirado de:

http://www.imagensporfavor.com/tag/1/marylin+monroe.htm

em 08/05/11, às 9h.

E é após a análise de tais ideias que conseguimos compreender a relevância e a atualidade de Durkheim. Conhecer as ideias centrais desse autor não é apenas fundamental para o estudo da Sociologia, é também primordial para o entendimento de muitas práticas atuais, inclusive no que se refere ao Direito.