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segunda-feira, 30 de abril de 2012


Desde de Bacon até o presente , tem se a ideia de uma ciência de ação, efetiva na sua intervenção no real, assim ,não difere Comte em suas ideias positivistas.No estado positivo,  teria- se uma série de leis e forças que regem  a sociedade, com o intuito de organizar e suprir  suas necessidades (estática) para que se obtenha  o progresso (dinâmica).Sendo  o positivismo o nível de apoteose social, assumiria caráter definitivo e unânime , não deixando margem ao desenvolvimento de outras filosofias sociais.  Para alcançar tal estado, foi necessário , a passagem por dois outros:  o teológico; em que o saber  sofre influências externas , e o metafísico;  situado no plano das abstrações. Essas duas etapas, mesmo não tendo mais relevância, foram  fundamentais  no amadurecimento científico, que levou aos fundamentos positivistas.O aparelho de aplicação dessa ciência seria um  Estado Forte, que usa sua força e persuasão como ferramenta para atender as premencias sociais e manter a estratificação, pois cada um deve cumprir seu papel social. E , sendo o Estado  dirigido pelos detentores do saber (classes dominantes ).

Depois de ter estudado um pouco sobre a filosofia positiva, confesso que muitos de meus pré-conceitos com esta  foram desmentidos, mas ainda assim, como toda ideia humana , esta apresenta certa coerência e ao mesmo tempo falhas e impossibilidades de aplicação. O interessante nesse estudo é: uma filosofia que tem por alvo todos as classes;sobretudo as mais numerosas; o que revela certa” inclusão  democrática” , além de dar uma solução ao problema da excessiva  especialização do conhecimento e de propor uma reforma na educação. Considerando ainda os muitos benefícios  que o Estado positivo proporciona ao acabar com as patologias sociais , ao menos em teoria. Mas e justamente essa a questão, ideias boas em teoria, mas que se desvirtuam em prática,o que nos leva a pensar em  como seria possível que  a classe dominante ( detentora do saber ) fosse imparcial no manuzeio do Estado? (sem sobrepor seus interesses por puro amor a humanidade)  Por que unificar o saber , se a pluralidade nos permite  maiores possibilidades de solução dos problemas ? Por que estratificar a sociedade , impossibilitando sua mobilidade e simplificando-a a fragmentos de um sistema ? so para que a ordem nao seja subvertida ?( sendo que somos sonhos , desejos ,liberdade,  sentimentos complexos ,e não apenas  fisiologia  , habitamos também o mundo “sensível” ). Outro ponto discutível é o caráter definitivo e estático  que o positivismo assume, devendo em qualquer período continuar a satisfazer as exigências momentanes, porém a própria sociedade a quem este busca atender tem caráter extremamente dinâmico e, assim como, a teologia e a metafísica expiraram suas datas de validade, todo conhecimento está fadado ao mesmo, já que ,ao meu ver, compartilhando aqui  a ideia de  Thomas kuhn , a ciência evolui por paradigmas ,passando por períodos de normalidade e crise .

Desse modo o positvismo na sociedade deve existir até que se tenha necessidade da construção de uma nova filosofia social , pois este já não corresponde mais as expectativas sociais e, deve se olhar esse pensar de maneira seletiva e desapaixonada( sem preconceitos ) , no sentido de encontrar seus  benefícios  e incorporá-lo , descartando o inútil .

Jéssica Duquini





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