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sexta-feira, 15 de março de 2013

Qual o Caminho a ser seguido?

Considerado o primeiro filósofo moderno, Descartes em seu livro "Discurso sobre o método e Meditações" rompeu com a tradição de ensino de sua época, em que tudo era justificado pelo sobrenatural. Inaugurou a base da Ciência Moderna, neutra e livre de preceitos, superstições. Mas que caminho ele seguiu para chegar a isso? Qual o método de que ele fala?
 
Descartes, em primeiro lugar, faz um balanço da ciência de seu tempo, e se diz decepcionado com a maneira de faze-la. Repudiando as "más doutrinas" e desligando-se do "mundo dos livros", Descartes inicia uma série de viagens a fim de amadurecer seu pensamento. Através do contato com outras culturas, o pensador constatou que há uma variedade de coisas que para uns são extravagâncias, mas para outros são comuns e habituais. Dessa forma tratou de promover uma reconstrução no seu pensamento.
 
Essa reconstrução não seria feita de forma drástica, seria progressiva e em degraus, seguindo o método por ele estabelecido. Utilizando da dúvida para guiar a sua diferenciação entre o falso e o verdadeiro, analisaria o assunto, sintetizaria as conclusões que tirara, e por fim revisaria esses novos conceitos, não deixando escapar nada de seu conhecimento, assim chegaria na verdade desejada.
 
Para essa dúvida ser construtiva, o filósofo utiliza de três regras com o objetivo de tornar mais equilibrada esse questionamento, conduzindo o pensamento em degraus. Primeiramente se manteria firme às suas bases, obedecendo aos seus costumes e mantendo-se firme à religião de seu país; depois seria firme em suas decisões, não tomando caminhos sinuosos, para sempre chegar em algum lugar; e por fim, venceria seus próprios desejos, aceitando que os fatos ocorridos.
 
Há uma grande sensatez nesse método, pois diferentemente do tradicional, os pensadores não se apegariam mais aos sentidos iniciais, mas antes duvidariam dele e sempre estariam dispostos a duvidar, resolvendo essas dúvidas e chegando a novas conclusões. A natureza seria aproveitada para o bem do homem, e para isso seria necessário aprender mais como ela funciona, o que só é possível fazer quando se lança fora os preceitos sobrenaturais e através da racionalidade.
 
O mundo atual seguiu esse caminho proposto por Descartes, e os resultados foram os melhores. A produção científica aumentou em muito, ainda mais se considerarmos o tempo. A constante interrogação levou a ciência a produzir novos modelos e novas aplicações práticas ao nosso mundo. Descartes sem dúvida, produziu uma maneira de pensar inovadora e que guiou e guia até hoje a Ciência, fazendo com que ela não se restrinja mais a suposições, mas a aplicação. A dúvida, com certeza, foi o melhor caminho a ser seguido, e produziu mais certezas do que a própria certeza jamais foi capaz de produzir.
 
"Trata-se de postagem extemporânea em razão de matrícula recente no curso"
 
João Filippe Rossi Rodrigues- Direito Diurno
 

Além de Bacon


       A ascensão burguesa foi a faísca para um grande desenvolvimento cientifico, afinal esta burguesia precisaria da ciência para alavancar seus lucros. Neste contexto em 1620 Francis Bacon escreve o Novum Organum, obra que é considerada como o começo da ciência moderna. A ciência moderna proposta por Bacon seria racional, metodológica e experimental. Sendo assim a obra desmistifica todos tipos de ciências antes usados, como a filosofia e a alquimia.
       A moderna ideia de ciência baconiana rompe com as antigas ideias de ciência, afinal segundo o autor estas não trouxeram nenhum resultado pratico. Tal ideia seria calcada na clareza cientifica , que não deixaria a mente guiar-se por si só, pois assim voltaríamos à antiga filosofia grega, que apenas comtemplou a realidade. Outro pilar da ciência seria a experiência, pela primeira vez na história é proposta a interpretação pela experiência.
       O novo método propõe que regulemos nossa mente perante mecanismos da experiência, sendo assim poderíamos antecipar o acaso e derrubar o senso comum, que é de fácil aceitação. A partir desta experiência, a ciência traria resultados uteis para o a transformação humana e para o bem estar humano. Assim como Descartes, Bacon acredita no acumulo da ciência, assim movimentando a capacidade de gerar mais ciência, de ir além com já conhecido. Sendo assim a ciência seria divida em 2 métodos: a do cultivo da ciência, que presaria pela contemplação do conhecimento, como a filosofia grega. O outro método é a da descoberta cientifica, que buscaria o conhecimento por meio da experiência e da exploração sem limites, para que possa interpretar a natureza.
       As percepções do mundo para o autor inglês seriam cercadas por 4 ídolos. Os da tribo, que são as distorções feitas pela própria natureza humana, exemplo:  a interferência das paixões e dos sentidos. Os da caverna, inspirados no mito da caverna de Platão, seria a relação do homem com o mundo a sua volta. Os do foro ou feira, seriam referentes as relações sócias feitas pelo homem. Os do teatro, que são as superstições, as representações teatrais, a filosofia, alquimia, que iludem o homem. Esses ídolos distorcem a percepção humana, pois dogmatizam o conhecimento.
       Francis Bacon marca a historia, pois propõe algo antes nunca antes explorado: a inovação. A inovação esta no cerne da ciência moderna. A inovação, a inventividade tende estar presente em qualquer tipo de ciência, seja ela biológica, matemática, humana ou jurídica. Isso é fundamental para o desenvolvimento humano, seja ele bom ou ruim. Mas devemos sempre ir mais além.       

      

Imperfeição do pensamento

    
Francis Bacon ,vem revolucionar o conhecimento cartesiano de forma clara, e numa visão moderna, e muito importante no dia de hoje. Mas, ele apresenta o conhecimento filosófico como uma das maneiras mais desfavoráveis para o conhecimento científico, na sua visão tem como opção a "experiência" como o foco ou método mais seguro do científico moderno.

Bacon tem que ter em conta que, a filosofia é mãe de todas as ciências , porque assim como muitos sábios
antigos tanto atuais confirmam esta opinião ... Está bem claro que Bacon ao questionar ou criticar os outros conhecimento filosófico, mas esta a filosofar quando utiliza o seu método para se ter o conhecimento científico puro, ele não vê, e não vendo esta se contraditório nas suas afirmação.

Para mim o Bacon é "incrédulo"quanto ao conhecimento filosófico. Bacon é um pirata ,e não reconhece que é um idealista, isto no seu formato de pensamento antes de pôr em prática .

No entretanto, a conselho aos seguidores de Bacon atual não desprezarem o conhecimento filosófico, mas sim, tentar auxiliar ou apoiar-se nela. É de louvar a maneira de pensar ,de criação e despersuadir de Bacon, no campo da ciência isto quando afirma "tudo que é digno de existir é digno de ciência ,que é a imagem da realidade",Eu considero Francis Bacon um leviatã na ciência quando apresenta aquela passagem que diz "Saber é poder".

DA REALIZAÇÃO CIENTÍFICA À VIDA COTIDIANA


Francis Bacon insatisfeito com a ideia de ciência contemplativa própria da filosofia tradicional, como a aristotélica, propõe, em 1620 com a obra Novum Organum, a realização de uma ciência interpretativa por meio de experiências e observações e que tenha por finalidade modificar a condição humana. Assim, nasce a base da ciência moderna.
No seu método, Bacon inculca a importância dos mecanismos de regulação da mente pela experiência para que não ocorram equívocos ou distorções provocados pelo senso comum, interferências de sentimentos ou incompetência dos sentidos. Dessa forma, pode-se perceber a importância da aplicação do método baconiano não somente para a produção científica, mas também em nossas vidas cotidianas. Uma vez que somos constantemente induzidos pelos pressupostos, pela interferência de sentimentos ou pelo senso comum a empreender falsas percepções de pessoas, situações ou do mundo, de maneira geral.
Da mesma maneira, a ciência de Bacon demostra a relevância da  antecipação do acaso através da interpretação e observação das experiências realizadas. É dessa forma que, atualmente, a tecnologia de processamento de informações trabalha com previsões  e prevenções de casos. Como por exemplo, os satélites que detectam fenômenos da natureza e evitam o acontecimento de tragédias.
Sinteticamente, a ciência interpretativa, utilitarista e experimental são, até os dias atuais, a base para o método de produção de boa parte da tecnologia existente e relevante até mesmo para a aplicação cotidiana.

Muros da idolatria



A nova forma de ver o conhecimento e a vontade de transformar o mundo levou Bacon a ter um pensamento diferente de muitos de sua época. Além de afirmar que gregos são tagarelas estéreis e a descoberta de um átomo não leva a nada se não entender o seu funcionamento, Francis também tentou explicar a preguiça intelectual das pessoas através de ídolos. Adequando suas pesquisas ao mundo contemporâneo, é possível trazer para o presente os mesmos ídolos de séculos atrás e provar que, ainda hoje, a preguiça intelectual continua.
Ao ver uma pessoa bem vestida andando em uma calçada e um indivíduo mal vestido em outra calçada, muitos optariam pela primeira para transitar pela rua. Isso acontece porque nossos sentidos distorcem a mente, criando tabus. Dessa mesma forma, a incompetência mental atua no julgamento das pessoas pela beleza, deixando os valores intelectuais em segundo plano e assim, formando os inúmeros ídolos da tribo.
Concomitantemente aos ídolos da tribo estão os ídolos da caverna. Estes são capazes de convencer uma grande massa que um telejornal diário de pouco mais de vinte minutos pode transmitir todo o conhecimento de mundo necessário, fazendo com que todos continuem em sua caverna mental  alheios a qualquer tipo de reflexão mais profunda sobre os problemas a sua volta.
É indubitável que em lugares como: fila de bancos, bares, calçadas e centros comerciais, as relações interpessoais aconteçam com frequência e inúmeras experiências sejam trocadas, desde receita de bolo até ideologias políticas. A grande questão está na forma como as pessoas recebem essas informações, ou seja, como verdades absolutas. Bacon já dizia que o conhecimento é infinito e todas as verdades são passíveis de mudança, porém, dispensando este pensamento e a dúvida cartesiana, formam-se os ídolos do foro.
Por fim, o tipo de ídolo mais convincente e predominante na história da humanidade é o ídolo do teatro. A partir da fé humana, esses ídolos conseguem promover inquisições, queimar livros, negar pesquisas e claro, ganhar dinheiro. O poder da palavra dado a alguns indivíduos é capaz de calar a mente de tantos outros, os quais deixam de contribuir para a tão sonhada transformação e evolução do homem.
Assim, os quatro muros da ignorância fecham a mente humana deixando passar apenas falsas percepções do mundo baseadas no senso comum. A formação de noções e axiomas pela verdadeira indução repele e afasta os ídolos, afirmando assim o que Bacon dizia: ”saber é poder".

Giovanna Gomes de Paula - Direito noturno