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terça-feira, 19 de março de 2013

Bacon a passos lentos.

Na audaciosa missão de redirecionar a filosofia, Bacon contribuiu fortemente para a aproximação da filosofia e o bem- estar do homem na tese de usá-la para melhoria dos instrumentos e, por consequência, ao bem-estar do homem. Assim, a filosofia se afastou dos moldes retóricos, repleto de argumentos isentos de experimentação que, muitas vezes, levam ao erro. Além do mais, esses moldes não permitem o estreitamento entre a verdade e o objeto a ser conhecido.

Seu pensamento esclareceu-se com louvor no século XVIII, com o “boom” da revolução industrial. Agilidades nunca dantes vistas, comunicação, transporte, descobertas fenomenais... muito além da peculiar alquimia até então conhecida.

Quando o intelecto aliou-se ao poder, venceu-se a natureza vulnerável do homem: os instrumentos aperfeiçoaram-se e construíram toda a base da atual sociedade (econômica, tecnológica, médica, jurídica, científica, etc.). Sem interrupção, as invenções aparecem, caem em desuso e o homem ganha novos confortos e seguranças e hoje vão desde censores para estacionar, até aplicativos para portáteis.

Entretanto, o modelo econômico burguês nos dá fatos antagônicos ao belo processo citado acima. Conforme se viu a melhoria dos instrumentos como bem estar, determinaram-se seus preços e QUEM poderia pagá-los. E todo o pensamento benéfico e progressista de Bacon foi corrompido pela pesquisa de mercado, pela relação custo-benefício nas quais excelentes mercadorias à filosofia são sobrepujadas pelo valor do filósofo.