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domingo, 1 de setembro de 2013

Grandes Revoluções, Gigantescas Transformações


Segundo o historiador Mario Schmidt, durante o período de pré Revolução Industrial, "menos de 10% da população europeia vivia nas cidades", ou seja, o meio urbano era praticamente inabitado, pouquíssimo desenvolvido, apenas marcado por pequenas trocas comerciais que ocorriam entre a diminuta população de produtos artesanais ou primários. 


A sociedade rural era agrícola, artesanal e ainda com resquícios de servil fruto do período feudal; a variação do modo de vida de uma geração para outra era mínimo, pois a maioria dos filhos seguia o ofício dos pais dando continuidade à tradições familiares. 


Entretanto, a partir das pequenas trocas, a burguesia crescente começou a acumular riquezas, a investir mais na produção de artefatos que facilitariam a tecelagem de roupas, entre outras manufaturas, substituindo a mão de obra humana.

Com esse investimento, a esperança de melhoria de vida passou a emanar do meio urbano. O êxodo rural foi significativo, visto que a mão de obra advinda do campo era mais barata, a população mundial foi aumentando e, assim, os núcleos urbanos foram se fortalecendo. 

Todo esse crescimento não poderia deixar de ser atribuído, em partes, à máquina. O investimento na indústria deixava evidente as limitações humanas: a máquina poderia fazer o serviço de 60 homens em menos tempo; a máquina poderia ser manejada por homens, mulheres e crianças; a máquina aumentou a porcentagem de lucros e mudou a configuração de densidade populacional em diversos locais. E com tanta eficiência atribuída à esse objeto, o desemprego começou a aumentar: “os efeitos da maquinaria sobre os trabalhadores que ela mesma elimina e substitui”.

Como o desenvolvimento capitalista abrevia o tempo necessário para a produção de mercadorias e a massa de trabalhadores, esse acaba contribuindo para o processo de mais-valia. O valor individual das mercadorias produzidas pela introdução geral da maquinaria põe-se diferentemente de seu valor social. O trabalhador passa a ser desvalorizado, alienado, explorado e fazendo o mesmo com sua família. São crescentes os números de favelas, cortiços, e de violência doméstica. Assim vai se formando a sociedade capitalista, das classes opostas burgueses e proletariados, marcada pelo desenvolvimento material dos meios de produção e consumo, porém de decréscimos sociais.



 TEMA: A indústria e o modo de vida: entre o rural e o urbano

Ana Clara Tristão, Bárbara Borges, Joingle Viotto, Júlio César Medeiros, Lucas Palhares, Maisa Brandão - 1º ano Direito diurno

Equipamentos desenvolvidos, homens substituidos


Em sua obra “O Capital”, pode-se perceber no capítulo XIII que Karl Marx se preocupa com a desumanização do trabalho nas fábricas. Resultante do processo de Revolução Industrial, a maquinaria consolidou-se como um meio utilizado para produzir mais-valia (denominação dada à desapropriação do homem e do valor produzido pelo seu trabalho), conduzindo à alienação do trabalho humano da indústria moderna.
Diferentemente do período manufatureiro, no qual o homem era o objeto central na fabricação, com o advento das máquinas, ele se torna mero coadjuvante no processo produtivo, retirando toda a subjetividade pré-existente (característica da então manufatura) desde a concepção do produto até a sua concretização final. Assim, o período de mecanização do trabalho tornou-se mais eficiente do que um agrupamento humano desempenhando a mesma função. A máquina-ferramenta surge para suprir a crescente demanda por força motriz, uma vez que somente a mão de obra humana não é mais suficiente para cumprir todas as etapas da produção.
A maior critica a esta nova forma de produção não consiste no aumento da produtividade, pois este é benéfico, mas no fato de que tal processo retira a especificidade do produto criado e transforma o operário em um instrumento da produção. Aquele que antes manejava a ferramenta criando um artefato singular, agora é subordinado ao maquinário como mero operador das peças que o compõem. Tal processo conduz à alienação do trabalho humano, uma vez que o trabalhador não se reconhece mais em seu produto final.
Contudo, deve-se considerar que esse fenômeno caracterizado como um “divórcio” entre o homem e sua ferramenta de trabalho - que teve início na Revolução Industrial e que parece estar culminando na realidade contemporânea do processo de produção - vem sendo fortemente contestado por alguns grupos e movimentos sociais. Tais, a despeito da imponente força do capital em sentido favorável ao do trabalho alienado, lutam pela reumanização do processo produtivo através da valorização da força de trabalho do homem perante a máquina, contestando a exploração abusiva do trabalhador, e atribuindo-lhe a possibilidade de reconhecimento pessoal no produto final mais uma vez.





Tema: Divórcio entre o homem e seu instrumento de trabalho
Grupo: Bruna Giabardo Tendolo Alves, Laís Machado Ribeiro, Luisa Loures Teixeira, Luíza Scarabuci de Almeida, Paulo Henrique Reis de Oleveira
Os crimes e castigos da sociedade pós-industrial

O conjunto de obras O Capital, de Karl Marx, começou a ser publicado em meados de 1860, mesmo período de publicação do romance Crime e Castigo, do escritor russo Dostoiévski, são duas obras incrivelmente distintas, mas que possuem alguns traços em comum. Em parte de O Capital,Marx descreve como a Revolução Industrial tornou o homem e sua individualidade dispensáveis para o trabalho fabril, a força muscular já não era necessária, dando espaço para a inserção de mulheres e crianças no mercado de trabalho. A desvalorização do trabalho do homem adulto faz com que seja indispensável que todos os membros da família estejam empregados para que haja a manutenção da própria família, sendo assim, Marx compara o trabalhador com um traficante de escravos. Já em Crime e Castigo observa-se uma situação semelhante, há intensa degradação do núcleo familiar como fica claro quando uma das personagens femininas é obrigada a se prostituir com o consentimento da família, inclusive do pai, justamente pela manutenção da família.

A transformação nas relações familiares, na estrutura social produzida pelo momento de ápice do capitalismo com advento da máquina, é verificada por Karl Marx a partir da análise da classe operária, a qual é diretamente atingida pelas mazelas dessa forma inovadora de sistematização da produção. Marx identifica nessa classe uma situação de vulnerabilidade, decorrente das condições de exploração, de alienação e de deterioração da própria condição humana. O processo de reificação do homem, transformando-o em mercadoria, assim como o de desumanização, pode ser verificado inclusive nas relações afetivas. A exemplo disso, Marx cita os trabalhadores que vendem seus próprios filhos, denominando-os “traficantes de escravos”. Dessa maneira, verifica-se a imersão da lógica do capital até mesmo no cerne familiar, isto é, comprova-se que a funcionalidade desse sistema de produção a seu bel prazer se insere nas mais diversas formas de relações sociais.
A degradação familiar representada pela personagem Sônia, que se envereda no mundo da prostituição para manter os parcos recursos familiares, é um claro exemplo da apropriação da força de trabalho humano pelo capital. A desvalorização do trabalho manual decorrente da revolução maquinaria desvela uma transformação tão intensa na sociedade européia do século XIX, que até mesmo a constituição familiar, uma das instituições mais sólidas do corpo social, sofre com os seus efeitos. Dessa forma, Marx discorre sobre uma degradação moral e intelectual advindas dessas transformações sociais, que ocasionaram um embrutecimento do homem, resultando em altos índices de mortalidade infantil, esfacelamento do núcleo familiar, tráfico de crianças e tantas outras mazelas que se manifestaram na sociedade pós-industrial imersa pela nova lógica do capital.


GRUPO: José Roberto B. Bettarello, Palloma Comti, Samantha Yabiku, Amanda Verrone, Ana Beatriz Nunes.
1º ano - Direito/ Noturno.

Os limites se alteram, mas nunca terminam

A leitura de parte do capítulo XIII de “O Capital”, de Karl Marx, permite-nos refletir sobre por que o homem começou a buscar outros mecanismos para sua produção. Até aquele momento o pequeno desenvolvimento tecnológico bastava. Porém, a medida que seus anseios crescem, ele necessita de algo a mais, algo que não seja limitado tão somente pelas condições naturais. E mais, algo que ultrapasse o próprio limite humano. As máquinas foram criadas para suprir esses anseios. Foi a partir de então que houve uma quebra dessa barreira orgânico-natural, possibilitando a realização de tarefas em um curto espaço de tempo, aumentando significativamente a produção e, inclusive, diminuindo o número de trabalhadores nas fábricas. Surgiria aí, então, uma barreira criada pelo próprio homem? Teria ele desenvolvido uma ciência que pôde otimizar ao máximo seu trabalho ao ponto de transformá-lo em peça dispensável na produção? Justamente porque as máquinas superaram demasiadamente suas capacidades físicas. Hoje não se vê a completa extinção do indivíduo na produção. Foi ocorrendo uma perda gradativa de sua importância, chegando ao ponto de uma total alienação em relação ao processo produtivo.
Começou assim a luta do homem contra o homem e saber tornou-se sinônimo de poder, visto que quem tivesse mais conhecimento e habilidades teria também mais facilidade de se inserir no novo mercado de trabalho. Sua força física tornou-se insuficiente para o mercado. Passou-se então para um estágio em que se necessita, pois, de força intelectual, para aprimorar mais ainda as tecnologias que excluíram o homem desse meio.
Nota-se, portanto, que é necessária uma superação constante de barreiras que surgem frequentemente em relação ao processo produtivo. Iniciou-se com as barreiras naturais, e hoje busca-se quebrar a barreira do próprio homem , que necessita se aperfeiçoar  intelectualmente para poder se inserir em um mercado competitivo e que não valoriza mais o trabalho manual como se via antigamente, na época dos artesanatos.

Texto referente ao livro "O Capital”, mais especificamente ao capítulo XIII “Maquinaria e grande indústria”.
Tema: “A técnica diante das determinações orgânico-naturais”
Grupo: Amanda Silva Trevisan, Ana Carolina Trofino, Ana Claudia Gutierrez Kitamura, Graziela da Silva Rosa e Letícia Roberta Santos.

A indústria e o modo de vida: entre o rural e o urbano


N’O Capital, observa-se a grande exploração da mulher e da criança nas fábricas. Já não era mais viável que apenas o homem da família trabalhasse, uma vez que se todos os membros desta prestassem serviços, seria muito mais vantajoso para a produção.

Vê-se também a diferença entre a vida das crianças do meio rural e do meio urbano: enquanto as primeiras não trabalhavam, as segundas já eram inseridas no meio fabril, sofrendo as mazelas de tal ambiente hostil, sendo sujeitas a limpar as chaminés e enfrentar excessiva carga horária. Era comum que as crianças do meio urbano fossem “vendidas” em anúncios de jornal semelhantes aos da época da escravatura. Apenas com a lei fabril de 1833 é que as crianças tiveram sua carga horária reduzida (continuando, entretanto, exagerada) e, para que pudessem trabalhar, deveriam estar estudando. Contudo, a escola daquele tempo não se assemelhava à que vemos atualmente. Crianças de diversas faixas etárias eram postas em uma sala, onde o professor que ministrava aulas sequer sabia escrever ou ler. O número de crianças era muito superior ao que o espaço permitia e as condições em que se encontravam também eram precárias. Com isso, a escola era apenas um meio da criança poder trabalhar.

Conquanto as crianças do meio rural não trabalhassem, suas mães, por outro lado, já estavam inseridas no mercado de trabalho. Com isso, essas crianças ficavam abandonadas em casa, sem cuidados e assistência. Desta forma, a taxa de mortalidade era alta em ambos os meios (rural e urbano). A distinção entre criança e adulto já não era mais reconhecida em nenhum dos meios, já que a criança era, se não explorada, abandonada.

Conclui-se, portanto, que apesar das diferenças entre os meios rural e urbano, a Revolução Industrial atingiu e modificou o modo de vida em ambos, pois os dois meios foram explorados e sofreram com as mudanças causadas pela revolução.
 
Steffani de Souza, Daniele Zilioti, Gabriela Watanabe, Virginia Melo, Gabriela Giaqueto, Fernanda Nogueira
(1º ano Direito Noturno)

A Máquina e a Nova Dinâmica da Família

Com a atuação da máquina, a força muscular humana deixa de ser essencial e passa a ser supérflua. Adentram nas indústrias aqueles com capacidade física inferior - no quesito “força”-, mas com maior flexibilidade. Ou seja, o uso do trabalho feminino e infantil, sem distinção de idade ou sexo. Assim, a família do trabalhador também começa a fazer parte da linha de produção industrial. Aumenta-se a quantidade de assalariados, com o domínio direto do capital.
Num primeiro momento, o valor da força de trabalho era estabelecido pela necessidade de sobrevivência do trabalhador e de sua família. Mais tarde, porém, com todos os membros familiares dentro das fábricas, desvaloriza-se a força de trabalho do homem, que passa a ser repartida entre a família. Isso faz com que, para o explorador, aumente a quantidade de jornadas disponíveis, enquanto o valor da força de trabalho despenca na proporção em que se eleva o trabalho excedente. Ao ampliar o material humano, a máquina eleva o seu grau de exploração.
O contrato entre o capitalista e o explorado é renovado, pois embora o primeiro continue a fornecer os meios de produção, o último passa a entregar não somente sua força de trabalho, mas também a vender incapazes e parcialmente incapazes, pela visão normativa do direito. Pode-se então concluir que o trabalhador torna-se traficante de escravos, por vender seus filhos e esposa.
Embora na época existisse a lei fabril de limitação de 6 horas de trabalho para meninos com idade inferior a 13 anos - com atestado de idade qualificado por um médico -, eram frequentes os casos de crianças dessa faixa etária que acabavam dentro das fábricas por meio de atestados falsos, os quais satisfaziam a ambição do capitalista dominante.
Relata-se ainda a degradação física dos jovens, além de elevada taxa de mortalidade dos filhos dos trabalhadores em seus primeiros anos de vida. Isso resultava, principalmente, da ausência materna dentro de casa, a qual desencadeava na referida taxa de mortalidade, tendo em vista que as crianças mal cuidadas e abandonadas não recebiam a alimentação adequada e a atenção necessária.
Dentre todas as formas de sofrimento e degradação, a mais marcante para essas famílias era a moral. As crianças eram obliteradas intelectualmente através da coisificação de suas vidas, o que implicava numa deterioração da vida escolar e educativa, pois nem os próprios professores tinham capacidade para ensinar.
Por fim, o próprio Karl Marx fecha afirmando que “com o afluxo predominante de crianças e mulheres na formação do pessoal de trabalho combinado, quebra a maquinaria finalmente a resistência que o trabalhador masculino opunha na manufatura, ao despotismo do capital”.

Trazendo essa configuração capitalista do momento em que Karl Marx escreveu para a nossa realidade do século XXI é possível perceber claramente os traços desse sistema exploratório, mesmo porque ainda vivemos o capitalismo. Assim, temos que nas famílias da classe dominante os filhos representam gastos a mais, enquanto que naquelas de inclinação mais humilde eles significam mão de obra extra para garantir o sustento da entidade familiar. Desse modo muitos jovens ingressam no trabalho cada vez mais cedo- em situações raramente dignas- e acabam por abandonar os estudos perpetuando, portanto, o esvaziamento intelectual relatado por Marx.

- Iara da Silva, Elisa Néri Ribeiro de Carvalho Romero Rodrigues, Monyele Beretta Martins, Iris Acácia Crusca, Maria Beatriz Cadamuro Mimo, Nathália Melazi Caobianco - Direito Noturno 

Maquinário Familiar

Em seu livro, O CAPITAL, Karl Marx analisa a diferenciação de ferramentas e maquinas, relacionando à força de trabalho humana e não humana e a sua produtividade. Critica o sistema, e define o que ele chama de mais valia. Em sua visão, a máquina não serve para diminuir a labuta do trabalhador, serve apenas para diminuir a quantidade de tempo que o trabalhador levará para pagar seu trabalho. A máquina é, simplesmente, o instrumento de produção da mais valia. Sendo FERRAMENTA aquela impulsionada por FORÇA HUMANA e a MÁQUINA impulsionado por ANIMAIS, FORÇAS NATURAIS, ou outro tipo de força não humana (um tear, movido por um trabalhador, constitui uma ferramenta. Se este mesmo tear fosse movido por vapor, seria uma máquina). Marx também estuda dados sobre o trabalho infantil e feminino e as consequências sociais destes nas famílias do mundo industrial. Com a introdução da maquinaria, pessoas menos aptas fisicamente passaram a poder realizar serviços que antes seriam inacessíveis a eles. Assim, mulheres e crianças foram inseridas no contexto industrial nesse momento de mudança e logo famílias inteiras faziam parte do grupo de trabalhadores de determinada fabrica. Apesar de algumas leis tentando regulamentar a venda de trabalho infantil, muitos pais o faziam para aumentar a receita, que era uma ilusão, já que famílias inteiras passaram a trabalhar para receber o que antes um homem recebia sozinho. Dentre essas leis, existia, na Inglaterra, uma norma que só permitia crianças até 14 trabalharem caso elas frequentassem a escola. No entanto, não havia infraestrutura para isso, muitas vezes as crianças eram colocadas em salas muito cheias, e os professores eram despreparados (sendo analfabetos). Ou seja, era só mais um disfarce. O índice de mortalidade infantil na época era muito alto tanto pela exploração que sofriam nas fábricas, quanto pelo fato de as mães trabalharem fora e deixarem as crianças em estado de abandono e sem cuidados em casa. As taxas de mortalidade eram reduzidas nos sítios agrícolas, onde o emprego de mulheres na força de trabalho era reduzido. O afastamento das mulheres em relação aos seus filhos criava um real distanciamento e muitas matavam seus filhos envenenados, davam narcóticos para acalma-los ou os deixam morrer de fome.

Grupo: Carolina Paulino, Isabella Carvalho, Júlia Rosa, Juliana Casagrande, Marina Cavalli, Mayara Michéias - Direito Diurno

A Evolução Tecnológica no Sistema de Produção

       Tecer, costurar, colar, remendar... etapas antes feitas apenas com as mãos de artesãos sofrem inúmeras modificações por conta do aperfeiçoamento das máquinas.Com isso, o homem passou de trabalhador manual a simples força motriz, cuja função, além de alguns fáceis movimentos, passa a ser vigiar a máquina e corrigir possíveis erros.
       Já trabalhos em que se exigia maior força física como mover o braço de um fole, bater com um pilão e girar a manivela de um moinho são executados através das forças naturais: a água, o vento e os animais.
       Com o passar do tempo, a superação da barreira orgânica ocorre, de fato, com a criação do motor, instrumento capaz de ser a máquina motriz de diferentes máquinas-ferramentas, componentes de todo o sistema maquinário agora apto a ultrapassar os limites da força humana e da inconstância da velocidade, da obediência e do volume das forças naturais.
       Através dessas modificações percebe-se a importância da Revolução Industrial que exacerbou os lucros através do barateamento da produção por conta da velocidade, da praticidade e da exploração do trabalhador. Este, então, torna-se mero objeto que não pode mais se reconhecer no produto de seu trabalho.

       Em síntese, apesar de a máquina mecanizar a função do homem no processo produtivo, avanços tecnológicos continuam a ocorrer até os dias atuais e,embora distancie o trabalhador cada vez mais dos trabalhos manuais, também nos afasta da dependência das determinações orgânico-naturais.   

Tema: A técnica diante das determinações orgânico-naturais.
Grupo: Otavio Meneghel Bastos, Marcela Helena Petroni Pinca, Ricardo de Carvalho Mendes Júnior, Rodrigo Tittoto Acra, André Torres Pinheiro de Souza, João Filippe Rossi Rodrigues.

Máquina e homem: a dialética da dominação

Durante séculos o homem desenvolveu meios que o permitissem dominar a natureza, meios esses que caracterizaram o seu trabalho. O simples fato de realizar uma atividade que propiciasse o seu sustento e desenvolvimento o diferenciaram dos outros animais, pois estes agem por instinto. O trabalho desta maneira deu ao homem subsídios para que dominasse o meio natural, até o aparecimento da maquinaria.

Enquanto o homem era “dono dos seus próprios meios”, através da manufatura, via em seu trabalho um fim, um produto em que se reconhecia. No entanto, os séculos XVIII e XIX são marcados pelo desenvolvimento de máquinas, uma ruptura com as ferramentas manufatureiras e uma divisão entre o dono dos meios de produção e o trabalhador. As consequências da Revolução são sentidas inclusive no conceito de tempo. Se antes o homem agia de acordo com as determinações naturais, identificando o tempo através do sol, de astros, ou ainda realizando seu trabalho no ritmo da natureza, era possível, a partir deste momento, “controlar” o tempo, realizar atividades cada vez mais numerosas em um tempo cada vez mais curto. Mera ilusão, a máquina domina o tempo. Deste modo o tempo passa a não mais ser controlado pelo homem, mas sim pela máquina. Ou seja, torna-se um meio, não mais um fim.

Assim como um animal de tração, o homem faz um trabalho já previamente definido, sem espaço para o uso de sua criatividade, em um ritmo definido pela máquina e acelerado pelo detentor do meio de produção, que visa o lucro. Daí o estranhamento do homem e seu produto, aquele não tem mais a faculdade de criar, a partir do próprio esforço, o seu produto, muitas vezes ele não tem nem acesso ao fruto de seu trabalho. O homem que tem uma importante função em uma linha de produção de carros, não gera renda o suficiente para comprar sequer uma única unidade do próprio produto.


Destarte , o trabalho é a essência do homem , responsável por diferenciá-lo dos outros animais ,porém a máquina inserida no meio capitalista acabou por subtrair esta essência causando um abalo no autoconhecimento do ser humano. A natureza cria o homem , o homem domina a natureza , o homem cria a máquina , a máquina domina o homem, a máquina cria o homem.

Grupo responsável: Angelo Caberlin, Júlio Fujioka, Karina Lima, Lucas Degrande e Lucas Sato Gamez.
Tema: A técnica diante das determinações orgânico-naturais