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quinta-feira, 8 de maio de 2014

Sob jugo dos fatos

Alguns consideram Comte como "pai da sociologia"; mas foi Durkheim o grande responsável por construir e estabelecer um empirismo sólido e capaz de interpretar a sociedade e os fatos que nela ocorrem. Os fatos sociais, foco principal dos estudos de Durkheim , possui como características: a exterioridade, pois independe do indivíduo para acontecer, algumas antes mesmo dele nascer; a generalidade, pois é passível de influenciar grupos ou mesmo a sociedade inteira, determinando um fato não individual; e a coercitividade. Pode-se fugir de algum comportamento ou tradição comum à sociedade em questão, mas a pressão contra o indivíduo mostra-se forte e muitas vezes capaz de desmotivar a ação.
Durkheim também é chamado de "pai do funcionalismo", uma das ramificações da escola positivista. O funcionalismo apresenta a sociedade como o grande corpo biológico em que cada órgão do organismo possui sua função; assim seriam os grupos integrantes da sociedade, possuindo seu encargo. Eles se
inter-relacionariam  de maneira harmônica para conseguir manter o conjunto operante. Imprevistos e problemas são normais acontecer, assim como os crimes são parte inclusa do sistema. No entanto, caso excessivos, tornam-se anomalias sociais e devem ser analisadas de modo a não ocorrer novamente. Mas sendo os crimes empecilhos crônicos, qual deveria ser a medida utilizada para solucionar seu excessivo aparecimento? Não seria a extirpação do mesmo nem a substituição de uma instituição por outra, pois se substituíssemos um órgão por outro não compatível qual seria a utilidade? A resposta está na ressocialização do componente, que deve perceber sua importância como parte do todo e como seus atos refletem na comunidade.

Dividida está nossa sociedade.
Ligadas por laços todas a partes.
Harmonia no ar, a falsidade
Quando deseja, de peças, descarte.

Por que desprezo? São eles resíduos?
Ou vítimas de um grande estratagema?
Punição aos míseros  indivíduos
ou deveras solução do problema?

Reinserção dos marginalizados
Enquanto o tempo ainda permite
E os sinos da anomia não badalam.

Vivemos no tecido solidário.
Mas teimoso, o silêncio insiste
para trabalhar com as vozes que calam.

Leonardo Eiji Kawamoto - 1ºAno Direito - Matutino

É fato..

Émile Durkheim como sociólogo vê a sociedade como objeto primordial de análise, devendo ser estudada por meio de seus fatos sociais sob um aspecto de "coisa"  buscando-se separar pré-noções que possam influir sobre o estudo.
Para o autor as ações "individuais" resultam de fatos sociais que independem daqueles e estão sempre relacionados a outros fatos sociais. Eles são regidos por regras que são coercitivas, mesmo quando não normatizadas, na medida em que há o medo de ser excluído socialmente, pois a fuga à regra, o deixar de realizar seu papel na sociedade, causa a recusa dos membros da mesma ao ser social. Sendo a educação o veículo que incute as regras na mente, de forma gradual e efetiva.

Certas necessidades causam a criação de instituições, que não podem surgir somente com o desejo, e provavelmente assim adveio o primeiro fato social: de uma primeira necessidade básica social. Os fatos sociais possuem funções próprias e deve se analisar se ele cumpre-a.

 A exemplo do exposto tem-se a Cracolândia, um local cujos habitantes, ao ver da sociedade, deixaram de exercer suas funções sendo excluídos, porém esse não cumprimento do "dever" da a necessidade de uma prática social para funcionalizar os indivíduos, surge então o governo que cria um programa que volta a inserir aqueles no meio social.

Com isso é possível inferir outra teoria de Durkheim, a de que os indivíduos não devem ser totalmente cortados da vida em sociedade, mas que a exclusão seja "provisória", e permita o restabelecimento da ordem e da disciplina social.

Barbara Oliveira, Direito diurno - 1° ano
Uma das principais abordagens de Emile Durkheim em sua obra As Regras do Método Sociológico trata do fato social e sua definição, que se relaciona a maneiras de “agir, de pensar e de sentir exteriores ao individuo, dotadas de um poder de coerção em virtude do qual se lhe impõem”. São exemplos dos fatos sociais a “paixão” das multidões, modo de vestir, língua, moeda, religião, entre muitos outros que já existem quando nascemos e são exteriores as nossas vontades.
Através da leitura, pode-se perceber que grande parte de nossos pensamentos e ideias, na verdade, não são concebidas por nós, mas sim, alheias a nossas vontades e muito influenciadas. Essas influências, imposições, ensinamentos e crenças têm por objetivo formar o ser social. Um exemplo claro dessa condição é a pressão que a criança sofre através de seu meio social que visa molda-la a sua imagem. Ou seja, a educação forja, introduz elementos da vida social, lhe aplica regras que, aos poucos e de forma resignada, são interiorizadas.

Muitas vezes, o fato social tem a causa eficiente de manter a sociedade funcionando. Como se os fatos sociais fossem os órgãos de um corpo denominado organismo social. A não correspondência de um órgão, ou seja, de um fato social ameaça o organismo. Sendo assim, o suicídio é uma resposta às expectativas sociais que acabam por não ser correspondidas. Sendo a causa eficiente é o que mantém a sociedade em harmonia através dos fatos sociais.