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sexta-feira, 6 de junho de 2014

A Crise do Serviço Público Nacional.

Qual é, afinal de contas, a grande crise do serviço público no Brasil? Todos os dias chega ao nosso conhecimento a quantidade de falhas que o serviço público desenvolve, seja por falta de adequado investimento, por falhas humanas, por descaso ou, principalmente, por conta da corrupção. Não tenho dado a apresentar, porém não acredito que a corrupção seja o maior fator pelo qual as políticas públicas no Brasil não se desenvolvam em nível ótimo. Ainda assim, utilizei a terminologia "principalmente" agora a pouco. Isso porque os outros fatores que possam ser apresentados acarretam dificuldades externas a si mesmos enquanto problemáticas e somente poderiam ser integralmente solucionados em um universo ideal. Entretanto, a corrupção, pode ser solucionada em nível máximo, pedagogicamente chamado 100%.
Acho justo dizer que é possível que a corrupção possa ser extinta de uma vez por todas. Aqui, por conta do termo utilizado "extinção", podemos lembrar da dificuldade em conseguir manter e desenvolver políticas de preservação ao meio ambiente nacional, seja na área urbana, rural ou indígena. Defendo por conta do seguinte: a corrupção é, unicamente, um caso de caráter. Sem a falta de caráter é impossível que se corrompa algo, que se faça transgressões, que se deprede o bem público. Qual a resposta para se desenvolver o caráter, então? Se estiver disposto a parar um único momento para pensar, antes de seguir para as próximas linhas, responda, no raciocínio que estruturar em apenas alguns segundos: qual é a solução? A solução é a educação. Qualquer indivíduo disposto a raciocinar acerca do tema pode chegar a essa conclusão que, ainda que não seja sua primeira, deve ser no mínimo considerada.
"Ah, mas a educação básica do Brasil está sucateada!" Está. Pois é. Por conta de falhas humanas, investimento monetário e de tempo insuficiente, descaso e corrupções. Corrupção.
A corrupção dos políticos? Da elite nacional? Dos donos do meio de produção? Da grande mídia? Dos políticos! Da elite! Dos donos da produção! Da grande mídia! Mas, e tuas corrupções? E as pequenas corrupções que você está se dispondo a cometer diariamente, mas que não grudam na solo do teu sapato e não te faz pensar? Fura filas, reduz a velocidade do veículo somente perto de radares, dirige alcoolizado, gasta energia e água à toa, diz sobre a dominação da elite, mas não separa um tempo e, ainda nem isso critico, mas uma quantidade ainda que mínima de dinheiro, para ajudar quem precisa.
Fico extremamente triste quando ouço de qualquer pessoa e, realmente, de qualquer pessoa ouço isso: "tinha que ser Brasil" ou "é o famoso jeitinho brasileiro".
Não se resolve a crise da educação brasileira por conta da corrupção que se propagou e não se resolve a corrupção por conta da educação falha. Por vezes é esse o raciocínio que se apresenta e por vezes é a essa conclusão que chego também. Mas, toda vez que chego a essa conclusão, logo chego a uma outra: Sou Brasileiro! Tenho orgulho de ser brasileiro! E por mais que o fato social, tão mencionado nos últimos textos apresentados a esse blog, seja um fator que me leva a cometer as ordinárias pequenas corrupções, não o faço, simplesmente por ser brasileiro. Somos todos brasileiros! Como ouço diversas vezes na grande instituição pública que é a Unesp, nas salas de Direito, onde temos um dos maiores méritos do serviço público estadual e, consequentemente, nacional, críticas à defesa da propriedade privada, faço a seguinte analogia: sou proprietário, por isso defendo o que tenho. Sou brasileiro, por isso defendo onde vivo! Somente se formos capazes de amar e viver o Brasil, poderemos voltar a questionar, para que haja efetiva busca da solução: Qual é mesmo a crise do serviço público no Brasil?

"Vejo uma massa inumerável de homens semelhantes e iguais que incansavelmente se voltam para si mesmos em busca de prazeres pequenos e vulgares com os quais preenchem sua alma. Cada um deles refugiando-se à parte, é como um estrangeiro ao destino dos demais: seus filhos e seus amigos particulares constituem para ele toda espécie humana; quanto ao restante de seus concidadãos, está ao lado deles mas não os vê, toca-os e absolutamente não os sente; ele não existe senão em si mesmo e para si mesmo e, se lhe resta família, pode-se no mínimo dizer que não tem mais pátria." Tocqueville