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sábado, 30 de abril de 2016

                                Ilusão da autenticidade

  Nada do que pensamos ou criamos é originalmente inédito ou particular. Tudo que fazemos ou pensamos está sendo influenciado pelo meio em que vivemos. Consequentemente, não somo autônomos nos nossos atos e fazemos o que a sociedade nos permite ou ordena fazer, de forma consciente ou não.
  
  A isso Durkheim chama fenômeno social, responsável por moldar a vontade de cada indivíduo e o qual está presente em toda sociedade. O fato social é denominado como coisa e como tal, sendo,primeiro, exterior ao indivíduo, dificilmente pode ser mudado, não sendo, porém, impossível de reformulação.
  
  No que concerne ao pensar, as ideias que criamos, algo abstrato, são responsáveis por desenvolver a realidade em que vivemos e os valores que criamos. Compondo-se assim as instituições criadas e a relevância que possuem para a sociedade.
  
  Sociedade essa que não há como definir corretamente, porque, segundo Durkheim, tudo parte da ideia, logo apenas há ideias particulares que conceituam a sociedade. Por isso, quando o sociólogo afirma o que é ideal para a humanidade, a qual deve tender para uma cooperação livre e espontânea, baseado em Spencer, essa ideia pode não ser o conceito correto ou o remédio para tal, justamente por se tratar de uma ideia.
 
  Portanto, se uma coisa exterior a nós nos moldam no pensar, no agir e quando há essa percepção concomitantemente com o desejo de modificá-la por nós mesmos, essa ação será em vão, pois logo somos tomados por nossos hábitos,consequentemente surge o frustramento e se retorna ao social maquinal de cada ser.

  A possibilidade de mudar o fenômeno social, apesar dela existir e depender de uma força maior de cada indivíduo inserido na sociedade, a realidade demonstra que ela ainda não ocorreu e dificilmente será concretizada, pois como afirmou Marx : "Não é a consciência do homem que lhe determina o ser, mas, ao contrário, o seu ser social que lhe determina a consciência." 



Lorena Lima - primeiro ano - direito noturno.

Fato Social de Émile Durkheim

Durkheim ao estudar a Sociologia tem como preocupação a criação de regras para o método sociológico e definir seu objeto de estudo, que para ele são os “fatos sociais”, os quais segundo ele são todos os fenômenos que ocorrem no interior da sociedade, mas estes devem ser dotados de generalidade, ou seja, os fatos sociais não se dão de maneira isolada; exterioridade, que significa que o fato social irá acontecer independentemente da vontade do indivíduo; e por fim, dotados de coercitividade, em que os indivíduos se sentem obrigados a pensar ou agir de certo modo. Quando alguém tenta agir de uma maneira diferente a que é comum à sociedade, este indivíduo sentirá a ação coercitiva para não fazê-lo. Esta ação é quem impede ou não das pessoas praticarem algo.
Mesmo um grupo mais isolado da sociedade, que possua suas próprias características, como os punks, agem conforme a expectativa de seu grupo, devido a coerção social que age sobre eles, fazendo com que eles se vistam de maneira diferente, por exemplo.  Comermos de talher, utilizar um vestuário adequado para cada ocasião, termos um padrão de educação/modo de vida imposto desde cedo (ir para escola-faculdade-trabalhar), são simples exemplos de como os fatos sociais agem sobre a sociedade.

Por fim, como última observação colocada aqui, ao analisarmos os fatos sociais, devemos observá-los como coisas, fazendo com que o objeto de estudo, o próprio ser humano, “não seja identificado pelo analisador”, pois a distância entre o cientista e o objeto de estudo facilita a análise, como se o cientista observasse um fenômeno distante dele, contaminando o mínimo possível a pesquisa com seus próprios valores. 

Stella Cácia Bento Schiavom - 1º ano de Direito (noturno)

A Física e Durkheim

            No século XX, um conjunto de físicos e químicos, entre eles Yukawa e Heisenberg, descobriu, por meio de cálculos e experimentos, a causa da estabilidade dos átomos. O núcleo atômico é constituído de partículas positivas que se repelem entre si. As experiências provaram a existência de uma força, chamada de força forte ou força de coesão, que impede as partículas de se distanciarem, evitado, portanto, a ocorrência de uma fissão nuclear (o que seria um evento catastrófico).
            Fazendo uma analogia no âmbito social, Émile Durkheim, em sua teoria sociológica, também falava sobre uma força (de coerção) que permitia a coesão social. Para ele, essa força é exercida pelas instituições sociais, como a igreja, a família, o governo, o Direito etc., que impõem padrões comportamentais predeterminados, mantendo, dessa forma, uma estabilidade social. Caso essa força seja extinta, a sociedade entraria em um estado de anomia (anarquia, catástrofe social) que resultaria no fim da ordem e harmonia social.

            A teoria de Durkheim mostra que os indivíduos não podem se desviar dos seus valores e morias, pois isso causaria um colapso social. Antes mesmo do nascimento, as instituições já determinam o comportamento dos homens e todas as ações que fogem desses princípios impostos são entendias como patologias (doença que deve ser eliminadas) que podem prejudicar a harmonia da civilização. 

João Raul Penariol Fernandes Gomes - 1º ano de Direito - Período Noturno
Regras. Normas. Leis. Onde quer que eu vá, uma força age em mim, sem que eu ao menos perceba. Tento lutar contra, mas o simples fato de não seguir a multidão traz consequências avassaladoras em minha vida. Discórdia. Preconceito. Marginalização. O ato de resistência dela contra a minha vontade já é um tipo de coerção; não é fácil ser do contra, necessita-se de muita coragem para seguir a diante.      
Interessante observar que enquanto eu pertencia ao grupo deles e seguia todas as normas, jamais senti tal pressão; ela só veio à tona quando senti a necessidade de me afastar deles. Nesse meio tempo, percebi que tentaram iludir-me de que tal coerção derivava do meu interior, todavia, estava nítida a sua exterioridade. Aí jaz um fato social.

Por mais radical que possa parecer este ser social que represento não passa de um mero reflexo da educação que recebi ao longo de toda a minha vida. Ninguém está isento das influências sociais; não há homem integralmente livre das convenções estabelecidas.



Letícia Felix Rafael, 1º ano - Direito (noturno) 

O distanciamento e a análise do contexto social para uma justiça de fato

Durkeim propõe o uso de um método mais definido para o estudo da sociologia. Para ele os fatos sociais devem ser vistos como coisas, ou seja, devem ser observados com certo distanciamento, o que traz à sociologia um caráter científico, colaborando para que ela seja vista como uma ciência de fato e não mera opinião. O pensador também defende que se deve primeiro analisar a realidade social, para então formular ideias, tendo-se, portanto, uma “ciência das realidades”.
Estabelecendo um paralelo com o âmbito jurídico, é indispensável o uso desse recurso metodológico de distanciamento para que não se permita que as paixões e experiências de vida influenciem nas decisões, principalmente no caso dos magistrados, os quais devem analisar os casos da forma mais imparcial possível, não permitindo que a sentença se torne algo pessoal.
Para Durkeim a sociedade se sobrepõe a esfera pessoal. Os fatos sociais são caracterizados por serem independentes do indivíduo e interiorizados por ele e por serem coercitivos, sendo que tem por objeto o agir do homem em sociedade, conforme as regras sociais e estando presentes no cotidiano do ser social. A maneira como se fala, as roupas que são utilizadas, tudo é parte do contexto do conjunto social.
A coerção se mostra presente para Durkeim, mesmo que de maneira suave, seja na forma de zombaria, de exclusão de um grupo, seja na forma de uma sansão propriamente dita, buscando inibir a violação de regras sociais ou anular os atos realizados e restabelecer a normalidade. A educação, forte exemplo de fato social, incute nas crianças maneiras de pensar e agir, formando o ser social, que reproduzirá os hábitos da sociedade em que está incluído.
As comidas que comemos e até mesmo a forma como as preparamos e como nos reunimos para ingeri-la consistem em fatos sociais, derivando do coletivo, sendo impraticável se ver totalmente fora da influência da sociedade. Desde antes do nascimento já recebemos influencia do social e a partir do momento em que nascemos a própria família nos adentra na sociedade e nos prepara para a vida nela.

Ao pensar na profunda influência da sociedade no homem, percebe-se que as respostas dele aos estímulos e situações externas não derivam apenas de si mesmo, mas do grupo em que ele esta inserido. Essa compreensão provoca um pensar jurídico muito mais humano e ponderado, que avaliando cada contexto social, busca a aplicação de uma justiça real e ampla, onde haja de fato equidade.
Vívian Gutierrez Tamaki - 1º ano de Direito - Diurno

sexta-feira, 29 de abril de 2016

O Papel da Educação

   Para o sociólogo Émile Durkheim o objetivo da sociologia é o estudo do que ele define como "fato social", que consiste em ações que ocorrem aos arredores do homem de formas independentes e que são capazes de ensinar maneiras de agir, sentir e pensar.
  Dessa forma se enquadraria em "fato social" o fenômeno dotado de três características básicas: generalidade, coercitividade e externalidade. Capazes de influenciar os indivíduos de forma imperceptível.
  Durkheim compreende a educação como um fato social, uma vez que ela é imposta coercitivamente as crianças. O processo educacional emerge primeiramente da família e a partir dai, da escola, da igreja e da comunidade em geral, e tem para o pensador a função de impedir o ser humano de desenvolver um comportamento egoísta e aprender a viver em sociedade, esse aprendizado não se restringe as crianças, é continuo por todas as fases da vida.
   A educação é para o filósofo a transmissão da cultura, dos valores e dos costumes desenvolvidos por uma sociedade. Sendo um mecanismo necessário para a manutenção dos sistemas sociais, e da perpetuação dos mesmos.
   Assim sendo, uma sociedade aonde o sistema educacional é comprometido, não é visto como uma prioridade, está sujeita a sofrer uma perca do legado cultural e dos valores,além de comprometer o desenvolvimento comportamental das crianças e de toda a sociedade, uma vez que a educação representa um dos pilastres que sustentam a vida em sociedade e garante o seu funcionamento.

Jéssica Xavier 
Direito Noturno 

Durkheim: a teoria organicista e os fatos sociais

A teoria de Émile Durkheim propôs um novo princípio metodológico para a sociologia que, sendo considerada como uma ciência da realidade, necessitava de um domínio próprio. Refutando a análise ideológica, o filósofo aduz que os fenômenos sociais sejam estudados partindo "das coisas às ideias", ou seja, que a construção de conceitos seja posterior à observação dos fatos. Desta forma, Durkheim preconiza a rejeição de todas as prenoções que possam obstruir a busca pela verdade científica, ponto em que seu pensamento tangencia a teoria dos "ídolos da mente", proposta por Bacon.
O objeto de estudo da sociologia, segundo Durkheim, é o que ele denomina fato social. O termo não abrange todos os fenômenos que ocorrem no interior da sociedade, e sim, as "maneiras de agir, de pensar e de sentir, exteriores ao indivíduo, e que são dotadas de um poder de coerção". As três características básicas dos fatos sociais são, portanto, a generalidade, a coercitividade e a externalidade. Os fatos sociais são gerais, pois possuem como substrato a sociedade em seu conjunto (estão no todo, não nas partes); são externos, visto que sua existência independe do indivíduo e das repercussões individuais; e coercitivos, dado sua capacidade de imposição. 
Durkheim defende, desta forma, uma teoria organicista da sociedade, visto que prioriza o coletivo em detrimento do individual. Para ele, "cada um é arrastado por todos" e as ações humanas só podem ser analisadas sistematicamente em conjunto. Encontramo-nos incessantemente circundados por fatos sociais, seja em forma de crenças constituídas (normas jurídicas, morais, religiosas, entre outras) ou de correntes sociais que, apesar de não possuírem uma forma predefinida, têm a mesma ascendência sobre os indivíduos.
 Desde seu nascimento, o homem constitui parte intrínseca da sociedade e é coagido a agir conforme as regras de comportamento e convívio impostas antes mesmo de sua existência. Essas imposições são incorporadas por ele de forma geralmente imperceptível, tornando-se hábitos. Quando há violação ou resistência a um fato social, é possível constatar com maior nitidez seu poder de coerção. Se o indivíduo se opõe às convenções, é imediatamente compelido a lidar com uma reação punitiva, seja ela jurídica ou de outra natureza. O julgamento da consciência pública, o isolamento e o fracasso são alguns exemplos de sanções informais que coíbem tão intensamente quanto as penas propriamente ditas. Mesmo que as regras possam ser violadas, não o são sem que imponham algum tipo de resistência. A liberdade, tão almejada e teorizada pelo ser humano, é, portanto, uma utopia. Aludindo a um insigne axioma rousseauniano: "o homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros."

Thainara Stefany Haeck Righeto - 1° ano Direito Matutino

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Cópia da cópia da cópia


Na literatura existe uma figura de linguagem, comum em outros meios, que designa características de determinados objetos e, assim, aproxima aquilo que se le,ve ou ouve de quem le, ve ou ouve. Esse mecanismo é conhecido como trope ou, em português, tropo. Mas o que isso tem haver com Durkheim e o fato social ? Bem, primeiramente, um trope, em enredos, é responsável por criar clichês e mesmo esteriótipos que facilita a compreensão da função de determinado sujeito dentro da trama. Como quando, por exemplo, vemos em algum filme teen americano um garoto “bonitão” e com jaqueta de atleta já tiramos diversas conclusões baseadas em preconceitos, o que poupa esforços no desenvolvimento da personagem. Isso é possível somente porque o ser humano possui uma peculiar característica em assimilar determinadas informações e incorporá-las ao cotidiano, sem a necessidade de refletir acerca da própria ação. Fernando Pessoa diz em algum lugar que ao se falar num “dia ensolarado” ninguém pensará que trata-se de uma ideia negativa a ser passada. Assim como “um dia frio e chuvoso” não é capaz de trazer ao assunto um aspecto mais alegre. Esse artifício aplica-se muito bem na vida cotidiana de cada um. Quem ao sentar na mesa para comer pensa “usar ou não usar talheres?”; ou, ao sair de casa, “usar ou não usar roupas?”. Esses questionamentos, em geral, não existem e, se existem, é certamente um número insignificante que os fazem. A sociedade moldaria o inivíduo e este seria praticamente incapaz de conseguir expor uma ação que seja verdadeiramente, originalmente, sua. Tudo seria cópia da cópia da cópia, não sabendo quem ou de onde vem o ato original. As ideias se engessam de modo que os próprios movimentos anti-alguma-coisa são frutos de alguma coersão e assimilação do indivíduo de seu meio, ou seja, mais uma cópia.

Pedro Guilherme Tolvo, noturno

(in)dependências

A partir da leitura da obra de Émile Durkheim, podemos fazer a análise sobre os fatos sociais. Desde o momento em que se nasce até à morte, o ser humano passa por infinitas coerções externas que delimitam seu modo de agir, viver em sociedade e até mesmo, seus sentimentos. Nesta análise, pode-se perceber que em nenhum momento essas forças dependem da vontade do indivíduo, sendo impostas por pensamentos tradicionais e que, caso se deseje enfrentá-las, a luta é um elemento essencial.
Nas escolas, como exemplo, molda-se o ser social desde sua iniciação no ambiente, refletindo nada mais que pensamentos constituídos na história e passados por gerações. Para além deste meio, tem-se o Direito como um fato social, a partir do momento em que este é usado para conduzir a sociedade em regras positivadas que, caso sejam rompidas, são pautadas de sanções. Tem-se também a influência da moda e vestimentas atuais, que formam diretrizes de grande influência. O livre arbítrio de ser e pensar individualmente se extinguem quando instituídos no coletivo. como dito por Durkheim: "um foto social se reconhece pelo poder de coerção externa que exerce ou é capaz de exercer sobre os indivíduos".
Em meio a este cenário de forças imperativas e coercitivas, há quem se rebele. Como retratado num fato recente na mídia brasileira, um homem acusado de bater em sua esposa foi julgado e, para fugir ou tentar romper com sua pena, agrediu e ameaçou de morte a juíza que realizou o caso. Numa tentativa de se explicar sobre o que teria motivado tal ato, ele apresentou: "fiz um bem para todos, o problema é o sistema". Frase de que se extrai muitas reflexões: o homem faz referência a um sistema imposto pela sociedade? ou talvez pelas leis? ou até mesmo pelas barreiras de liberdade entre os seres humanos? até que ponto o fato social pode influenciar nas ações (voluntárias ou não) do homem?
A partir desses pressupostos, Émile Durkheim analisa a sociedade como um organismo vivo, pautado de vontades, correntes sociais (que não possui lugar de origem em nenhuma consciência particular - assembleia), tradições, etc. que necessita ser estudada por um método mais definido, demonstrado por ele em sua obra.
"Cada um é arrastado por todos."

Aline Bárbara de Paula Coleto - 1º Ano de Direito, diurno.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Fim da Teoria do Conhecimento

Augusto Comte, pensador mais importante na história da filosofia positivista, propôs etapas para a construção do conhecimento pleno, surgindo, dessa maneira, a Lei dos Três Estados, sendo eles teológico, metafisico e positivo.
O primeiro e segundo resumem-se ao fato do homem recorrer à entidades abstratas, agarrando-se na fé. Já o estado positivo, mais complexo e definitivo, meta de todas as sociedades, baseia-se na realidade, em dados empíricos.
Comte definiu a sociologia como física social, uma vez que os homens deveriam aceitar a ordem vigente, a qual estavam submetidos, sem nenhum tipo de subversão, e através de sua corrente filosófica, buscou analisar a sociedade de forma racional e experimental, limitando tal análise a simples constatação e estudo da realidade, e não levado em consideração sua causas e consequências, sendo o conhecimento cientifico o único verdadeiro.
Portando cria-se o mito do cientificismo, o qual enuncia que apenas o conhecimento cientifico seria capaz de promover o progresso, e que toda a tecnologia dele derivada é suficiente para sanar as necessidades humanas. A filosofia torna-se mero instrumento de comunicação do resultado do processo de conhecimento, uma vez que o cientista capta a essência de determinado objeto de estudo, e a transmite a toda sociedade através dela. O positivismo assinala o fim da teoria do conhecimento, prevalecendo a teoria das ciências.

Letícia Helena B. dos Santo
1º ano Direito Diurno

Tirania Positivista

                Augusto Comte, ao longo de sua vida, dedicou-se incessantemente à criação de uma filosofia positiva, que pregava, através da construção de um conhecimento científico baseado na observação empírica, entender as diversas relações entre os elementos da natureza e da sociedade, para que ocorresse, assim, o avanço pleno da humanidade. No entanto, Comte, embora possua sua importância na comunidade científica e tenha exercido influência em diversas esferas da sociedade, acaba por criar uma teoria repleta de contradições e justificativas para a manutenção de uma ordem social, que servem as necessidades da classe dominante.
                Em sua obra “Curso de Filosofia Positiva”, Comte discursa sobre a chamada Lei dos Três Estados, que regeria a evolução de “todas as ciências e o espírito humano como um todo”. Segundo ele, a humanidade passaria, primeiramente, pelo estágio teológico, em que explicaria os fenômenos do universo através da vontade de agentes sobrenaturais. Seguiria, então, para o estado metafísico, que serviria como fase de transição para o último e perfeito estágio, o positivo. Neste, a meta final seria justificar, através de um único fato geral, todos os fenômenos observáveis. Mas qual seria a diferença entre o primeiro e o terceiro estágio, se ambos depositam todos os “porquês” em uma única fonte? Não seria o estado positivo nada mais que uma volta ao misticismo da teologia, sendo a única diferença entre os dois o portador da tal verdade absoluta? Ao assumir que a ciência seja o estado máximo de perfeição, mesmo que esta já tenha se contradito inúmeras vezes, o positivismo adota uma postura de fé cega tanto quanto ocorre nas religiões. Ademais, esse endeusamento da ciência, na sociedade tecnocrata observada atualmente, impede o questionamento e a subversão, por parte das classes sociais menos favorecidas, da ordem vigente.
                Ordem esta muito defendida pela dita filosofia. Comte profere que “o povo só pode interessar-se essencialmente pelo uso efetivo do poder, onde quer que resida, e não por sua conquista especial”. Logo, sugere que a população não deve almejar uma participação na vida política de sua comunidade, permanecendo, portanto, resignada e submissa às vontades da elite que a explora. O positivismo prega, assim, a manutenção do status quo e a conformidade do proletariado ao seu papel social designado, disfarçadas de “uma sadia apreciação das diversas posições sociais e das necessidades correspondentes”.
                Mas, talvez, o maior exemplo do caráter tirânico e elitista da filosofia proposta por Augusto Comte seja a passagem em que este sugere que a coexistência dos estágios teológico e metafísico sejam responsáveis por uma "anarquia intelectual", que deveria ser corrigida pelo pensamento positivo. Explicita-se, aqui, a intolerância de tal corrente filosófica com a pluralidade de pensamentos, que torna o ato de viver um sem-fim de possibilidades e oportunidades diferentes. Tira-se o que faz do homem agente de seu próprio destino em troca da homogeneização.



Ordem e progresso pra quem?

          Quase toda a vida de Auguste Comte transcorreu na cidade de Paris, na primeira metade do século XIX, quando a cidade vivia os reflexos da Revolução Industrial e da Revolução Francesa. A filosofia comteana foi uma resposta a esses conflitos, numa tentativa de justificar a ordem social vigente, ou seja, a submissão do proletariado.
          Para isso, Comte afirma ser o positivismo uma verdade universal incontestável, sendo ele a mais aprimorada das três fases da construção do conhecimento por ele listadas: teológica, metafísica e positiva.
           Na tentativa de criar uma ciência constante e previsível, Comte, aproximando a sociologia à física, cria os conceitos de estática e dinâmica sociais. A primeira estudaria as condições constantes da sociedade e a segunda, as leis de seu desenvolvimento, sendo a dinâmica subordinada a estática. Esse aspecto da sociologia comteana dá origem ao lema estampado na bandeira do Brasil: ordem e progresso.
          O positivismo no Brasil atinge seu objetivo de manutenção dos “lugares sociais” através, por exemplo, da educação. As vagas limitadas nas universidades e seu processo seletivo injusto garantem à elite a renovação de sua posição na sociedade, restando ao povo de baixa renda o ensino técnico ou a ausência de estudos, para garantir a existência da mão de obra.

Gabriela Fontão de Almeida Prado - 1 ano direito diurno.

O Positivismo e a função social do cidadão


Fundador da filosofia positiva, Augusto Comte acreditava que a sociedade passaria por três estágios de pensamento: o teológico, o metafísico e positivo, sendo este último o ápice da sociedade que, nesse estágio, seria estudada e organizada tal como as ciências exatas. Essa teoria teve importante papel na sociedade ao estimular o estudo racional e o desenvolvimento científico e influenciou movimentos em diversos países, inclusive no Brasil onde o lema positivista está presente na bandeira nacional.
 A sociedade pensada por Comte manteria uma divisão de classes, ou seja, cada cidadão saberia exatamente a sua função no esquema social, que seria controlado por uma elite científica responsável pelos avanços da tecnologia e do bem-estar da população. A manutenção dessa estrutura seria garantida através de uma reforma na educação que passaria a estimular os estudos das ciências e a desenvolver o pensamento coletivo no cidadão, orientando-o a colocar os interesses e necessidades da sociedade acima dos seus, a fim de manter uma ordem social.  

 Seguindo estes princípios, Comte acreditava que a sociedade evoluiria naturalmente sem passar por grandes turbulências ou revoluções. Ao pensar dessa forma, Comte subestima a complexidade do pensamento humano e das relações sociais que, por sua vez, mostram-se muito mais dinâmicas do que uma organização sistemática das funções de cada cidadão.

 Marco Aurelio Barroso de Melo - 1º ano Direito/Noturno

O problemático positivismo comteano

August Comte, filósofo considerado fundador do positivismo, teve e ainda tem enorme influência na regência das sociedades. Valorizando a ciência e a filosofia positiva, acreditava que o conhecimento teria três estágios: primeiro, o teológico (caracterizado pelo sobrenatural), depois, o metafísico (caracterizado pela abstração, ou seja, pela filosofia) e, por último, o positivo (o conhecimento que repousa sobre fatos observados, aquele que representaria o máximo amadurecimento humano).

Comte afirmava, e é daí que vem a analogia newtoniana a partir de seu trabalho, que a sociedade seria regida por leis universais e invariáveis, estabelecendo uma ordem necessária (como a existência da família, da moral e do Estado) para o progresso, que, segundo a lente positivista, teria como objetivo a a produção. Por isso, era grande a valorização, sustentada a partir de uma moral, pelo trabalho, proporcionante de reconhecimento. Assim, considerava ideal a existência de uma rígida hierarquia social, dentro da qual cada indivíduo possuiria um papel definido para cada ação do corpo social. Só assim a ordem seria mantida, sustentada pela desigualdade social e pela meritocracia, um dos problemáticos do pensamento comtiano. A lógica meritocrática desconsidera as diferenças das condições individuais, reconhecendo apenas resultados finais e, desse modo, ajudando a perpetuar exclusões sociais e faltas de oportunidades aos mais desfavorecidos, situação crítica que perdura até os dias de hoje.

Outra possível crítica às ideias de Comte é sua visão acerca da solidariedade, que, ao contrário do que defende a perspectiva cristã, não é a de ajudar ao oprimido, mas sim a de ajudar a sociedade como um todo através do progresso científico. Nesse ponto, é importante lembrar que nem sempre tecnologias nos trazem apenas benefícios e ter cuidado com a fé cega na ciência, pois o ser humano é, sempre, um ser social subjetivo e imprevisível e porque nem sempre ela é exata para todas as situações e pode mostrar-se superficial (como no uso de estatíticas como determinante de ações que podem ser equivocadas, o que pode ser exemplificado hoje com a prisão injusta de negros e pobres).

Além disso, a defesa de que saber é poder, ideia presente desde Descartes e Bacon, é também um problema reconhecível. A partir dessa afirmação, Comte reitera que devem apenas participar da política os melhores educados, seres humanos “que pensam”, ou seja, segundo ele, os burgueses da época. O povo deveria participar apenas do poder moral, cumprindo suas obrigações e reproduzindo e incorporando a moral (pilar do positivismo de Comte e da estrutura social, que ajuda na naturalização de problemáticos dentro da sociedade), e, assim, mantendo a questionável e perturbadora ordem comteana.


 Beatriz Logarezzi, direito diurno 

Raízes Positivistas

Ordem e progresso: a síntese do positivismo estampada na bandeira brasileira. A concepção de superar o misticismo e a metafísica surge como forma de fortalecer o conhecimento científico que lançava suas raízes na sociedade do século XVIII. Porém, após inúmeros acontecimentos, a ideologia Comteana sofre duras críticas.
Atualmente, a ideia de cada indivíduo ter seu lugar e sua tarefa que possibilitam a caminhada da humanidade parece estar superada. Aos poucos, a ideia de que a ordem garantida por um Estado forte garante o progresso perde força.
Para Comte, o último nível da edificação do conhecimento seria o positivismo. Progressivamente, com as transformações sofridas pela própria sociedade a escada rumo ao conhecimento também se transforma. Em certos momentos, parece que romper com a ordem através de revoluções e manifestações talvez seja o único caminho rumo ao progresso.

Aluna: Juliana Furlan de Carvalho - 1º Ano Direito Noturno


Progresso ou manutenção?

   
        Comte é visto, por muitos, como o pai da sociologia, visto que criou a chamada “física social”, elemento essencial da filosofia positiva, ciência cujo principal objetivo é a compreensão dos fenômenos sociais, sua relação com as demais ciências positivas e sociais e o desenvolvimento de um método empírico capaz de explicar racionalmente tais fenômenos.  
          Primeiramente, é preciso esclarecer o que é ser uma ciência positiva, para Comte, há três estados no desenvolvimento da sociedade e do intelecto humano: o teológico, o metafísico ou abstrato e o positivo; transcritos em ordem de progresso. O primeiro, é referente à fase em que o homem procurava a origem (primeira ou final) das coisas, atribuindo, na maior parte das vezes, explicações sobrenaturais, pouco racionais e não comprovadas àquilo proposto. O segundo é uma fase de transição para o estágio máximo de progresso. Nesse último estado, o ser humano alcança seu primor intelectual, esclarecendo as “leis lógicas e gerais dos fenômenos” para aplica-las na sociedade, e manter a ordem e o progresso. Dessa maneira, a ciência, na filosofia positiva, há intensa e progressiva divisão intelectual do trabalho, o que leva a um estudo mais minucioso e aprofundado dos fatos sociais, relacionando-os racionalmente com os demais fenômenos perceptíveis e com as outras ciências. Justamente, as três propriedades fundamentais da filosofia positiva são: adaptar a educação às reais necessidades humanas de determinada época, combinar as áreas do conhecimento e "corrigir a anarquia intelectual" (criar um saber homogêneo), tentando diminuir ao máximo o número de leis necessárias para explicar os fenômenos naturais.  
         Assim, a principal "missão" dessa filosofia é uma reforma social: restabelecer a ordem na sociedade capitalista industrial, manter papéis sociais e a divisão do trabalho e de classes vigente. Por essa visão, o francês foi considerado reacionário e conservador, visto que não via necessidade de fazer uma revolução igualitária na sociedade, o capitalismo precisa de diferentes classes e trabalhadores, de um grande exército de reserva. 

 Maria Clara Silva Laurenti, 1° ano diurno 

Construção do saber: Positivismo - Necessidade de descontrução


Em tempos antigos, a pequena imaginação do homem o levava a construir deus.
Primeiramente eram vários, mas logo se convencia que um era suficiente.
Ao filosofar sobre isto, o homem acha um vazio na ideia de ser tudo explicado por deus,
Une-se a metafísica do saber, busca uma explicação palpável, sólida e digesta para suas crises.
Constrói duas linhas de pensamento: teológico e metafísico, distantes em convicções, porém próximos em suas determinações.
Já não se vê o ato de submissão de todo ser vivente a figura divina,
É nítido a procura pela expansão do poder, por entende-lo e deseja-lo.
Questionamentos e indagações, começam a surgir aos montes, a dúvida é o motor do imaginário humano e a natureza a mãe das respostas.
Só que o crescimento e desenvolvimento filosófico não se concretiza com o fundamento absoluto e busca por continuar evoluir.
Uma nova forma de estudo se faz pensar: que nada pode ser reduzido ao seu sentido Único
Que tudo se conecta e faz surgir uma pérola una de conhecimento subjetivo, na qual se pode ser homogêneo e convicto.
Visto a nova forma do saber August Comte estrutura o Positivismo.
Filosofia que trabalha com a previsibilidade do todo,
Que com a ideia de exploração da natureza, se desenvolve a técnica e  se alicerça a indústria
O todo analisado passa a ser o preciso, o real, o concreto.
Ao meu ver, se inicia a ideia mercadológica do pensar, tudo se liga ao saber e ao criar, sendo a discussão sobre o outro, o social e o coletivo uma discussão tardia e demorada a ser fazer valer.

Tudo assume seu papel, seu lugar, até quando?
Exigisse a promoção insistente da ordem, qual o seu objetivo?
Manter preto, pobre e a mulher sempre no subsolo do alicerce nacional 
Ou manter o estágio de conforto que não quer ser dado a outro?
Repense, reestruture, recicle, reintegre, resista, pois só as teias positivistas serão enfraquecidas

Nathália Galvão
1º Ano - Direito Noturno
A razão também é ideológica.

“O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim". O lema positivista de Augusto Comte, percursor desta corrente filosófica, exprime de maneira categórica o conteúdo base da filosofia positiva, contido em duas palavras-chaves: progresso e ordem.

Imerso em uma Europa da primeira metade do século XIX, arrasada por insurreições sociais, crises políticas e econômicas, Comte busca alcançar a ordem por meio da sistematização da razão.  Esta sistematização parte da premissa de que a realidade deve ser interpretada sob a ótica do notável, sem um dever ser embutido, convergindo para a ideia baconiana de método científico.

Alcançada a efetivação da razão sistematizada a sociedade atinge por sua vez o estado de ordem mais potente, deixando para trás os estados teológicos e metafísicos (filosófico) podendo assim caminhar para o progresso, ou seja, a razão ou nesse caso a sua forma sistemática (ciência) assume o posto de motor da humanidade e não mais é aplicada restritamente, mas sim em todos os campos do conhecimento, incluído as ciências humanas.

Deste modo propõe-se que toda a interpretação da sociedade seja introduzida e analisada sob uma visão “imparcial” e que repouse na realidade palpável, obedecendo, portanto a razão.

Assim é afirmável que o pensamento positivista contribuiu para o estudo da sociedade de maneira científica, entretanto todo seu arcabouço teórico sofre com a impossibilidade de se alcançar a plena aplicação da ciência imparcial e racional na compreensão da sociedade e seus fenômenos, uma vez que nós humanos somos pesquisador e objeto ao mesmo tempo. No fim das contas toda interpretação passa pela lenta ideológica, antes ou depois da lógica.

Lucas Tadeu Ribeiro Efigênio
Direito - Noturno 


Amor por base e ditaduras como consequência

Augusto Comte foi um sociólogo francês que, além de estabelecer a sociologia como uma ciência e tratá-la como uma disciplina, também é o criador do chamado positivismo. O positivismo é uma corrente filosófica e política com características iluministas.

Assim como Bacon, o positivismo acredita no conhecimento apenas através da experiência. Este, por isso, rejeita a teologia e a metafísica. Conte foi o criador da “Teoria dos Três Estados” sobre o entendimento humano sendo eles o teológico, metafísico e positivo, em que, nos dois primeiros, o homem divaga sobre sua origem e existência, mas só chega a conclusões corretas no último.

No Brasil, Comte é conhecido pela frase “ordem e progresso” estampada em nossa bandeira. Os conceitos positivistas chegaram no país através, principalmente, da escola militar fazendo com que o exército rejeitasse a igreja católica o que gerou conflitos posteriormente.


Pode-se afirmar que o golpe de 64 teve caráter positivista devido ao mantimento da ordem nem que de forma repressiva e autoritária desconsiderando a moral cristã ou qualquer outra doutrina religiosa. Por isso o positivismo é associado a ditaduras em todo mundo, porém sua contribuição à humanidade é muito maior sendo essa até hoje vista em todo o mundo.

Helena Lamante Scotton (Diurno)

O positivismo e a manutenção social

O filosofo francês Auguste Comte é considerado por muitos como o pai do positivismo, corrente de pensamento que busca basear todo seu conhecimento na ciência, e em suas experiências.
Entretanto, segundo ele, para que se chegasse a tal estado, a sociedade teria que passar por três estágios, o teológico, onde se atribui a seres sobrenaturais (Deus) a explicação sobre os seres e fenômenos, o metafísico, onde as explicações são atribuídas a forças desconhecidas, e finalmente ao estado positivo, onde as explicações são pautadas na ciência e experiências cientificas válidas são fundamentais, e onde há uma valorização a ordem e ao trabalho, independente de remuneração ou quão elaborado ele seja.
Nota-se grande influência dessa corrente de pensamento até hoje, uma vez que se considera digno o homem que trabalha e se desqualifica aquele que não trabalha.
Ainda,o positivismo é criticado pois pode ser analisado como uma corrente filosófica que busca manter a organização social vigente, defendendo a ordem e a valorização de qualquer trabalho, o que faria que as pessoas " aceitassem " seus lugares na sociedade. 


José Eugênio da Silva Mendes, direito matutino 1o ano

Progresso para quem?

Comte acreditava na teoria de que existem três estágios necessários ao amadurecimento e formas de entendimento do mundo - teológico, metafísico e positivo - sendo o último marcado por ser o ápice do desenvolvimento humano uma vez que seria o único capaz de promover o progresso na sociedade Além disso, ele pretendia uma reforma na educação afim de que houvesse o rompimento do isolamento das ciências pois o conhecimento é uno.

 Contudo, segundo Comte, o conhecimento não deve ser levado aos proletários para que não haja a busca por parte deles de um crescimento na vida: "as classes populares não devem buscar o poder político, apenas o poder moral". A partir disso, pode-se notar a forte influência do pensamento do filósofo nas práticas e convicções modernas. Nos dias de hoje no Brasil, políticas como as cotas sociais/raciais nas universidades públicas geram um grande debate, e dentro dessa discussão são proliferadas ideias com grande carga de ódio e preconceito.

Esse pensamento revela a aceitação dos lugares de cada classe na sociedade com os papéis bem definidos. É nesse contexto que entra a ideia da moral baseada no trabalho e na dignidade: diante do seu lugar na sociedade, o único motivo de orgulho para um proletário seria a honra do exercício de sua função prática.

A visão cientificista e simplista de Comte, grande base hoje de nossa sociedade, gera o que pode ser notado no atual congresso brasileiro. Sem uma educação pública de qualidade onde todos sejam contemplados, é construída uma classe política sem a mínima condição de representar a população resultando em desigualdade intelectual e social com uma nação afastada do bem público.

Felipe Pereira Polesel
1° ano Direito matutino

O Positivismo Comtiano


A charge acima, de título “Um jovem positivista” (“A young positivist”) feito pelo desenhista George du Marier, demonstra de maneira bem humorada e sucinta como funcionava o pensamento comtiano. Para ele a sociedade deveria ser analisada como é e não como poderia ou deveria ser, pois somente desta maneira se chegaria a verdade, sendo esta a de que só se chega ao progresso pela ordem e pela ciência, pensamento tal que está exprimido em nossa bandeira.
Augusto Comte acreditava que a sociedade possui três estágios: o teológico, o metafísico e o positivo, em ordem progressiva. E ao chegar ao terceiro estágio, o positivo, a sociedade atingia sua maturidade e estava pronta para receber os avanços trazidos pela ciência e pelo homem. Para tanto seria necessário que cada um soubesse seu lugar na sociedade e a ele se ativesse de forma a não “atrapalhar” o progresso.
A falha no pensamento comtiano ao analisar a maneira com que a sociedade funcionava foi a de tentar prever o futuro por uma linha contínua e ordenada. Como havia analisado no passado a sociedade passa por processos e rupturas, sendo estas partes fundamentais para a sua continuidade.
É a desordem, as projeções idealistas do futuro e as rupturas que tornaram a sociedade no que ela era no período histórico de Comte e a transforma até os dias de hoje. A análise isolada de alguns fatos são verdades corruptíveis e ofuscantes. Corruptíveis por não enquadrarem em uma análise maior do contexto e portanto sujeitas a diversas interpretações; ofuscantes por impedirem de analisar outras verdades como possíveis e reais, como ao menino da charge que não pôde compreender o que é um milagre.

Tereza Gomes Leal - Direito Noturno, 1º ano.

O positivismo explicando os fatos

    Auguste Comte, um filósofo francês, foi um importante pensador da filosofia positiva. Uma de suas propostas positivistas consistia em algumas etapas, iniciando pelo vislumbramento das leis gerais da sociedade, passando pelo o rompimento com o isolamento das ciências, seguido pela construção de um conhecimento uno, fazendo com que a filosofia positiva se torne a base para a reorganização da sociedade moderna. Além disso, indo de encontro com a moral católica, o positivismo prega a supremacia da sociedade sobre o individuo, pois é dela que surge o nosso desenvolvimento.
    Formulou a teoria dos três estados, compostos pelo teológico, metafisico e positivo. No estado teológico o acontecimento de todos os eventos eram atribuídos a vontade de Deus, que estava presente em tudo. Um fato que podemos relacionar a esse estado é o direito divino dos reis, que foi uma doutrina politica e religiosa que explicava que o poder dos reis tem como fundamento a vontade de Deus. O outro estado é o metafisico, momento no qual as explicações são atribuídas a forças ocultas. E por fim, o estado positivo consiste na busca cientifica de respostas, estudando-se as causas e os fins. Um exemplo desse estado pode ser o surgimento da filosofia, pois em uma época em que tudo era dominado pela mitologia alguns filósofos se destacaram por buscar a origem de tudo, do mundo, por meio da racionalidade.
    No positivismo também há a ideia de que o trabalho é um simbolo de honra, sendo qualquer trabalho digno de reconhecimento, Podemos assimilar esse pensando ao de Max Weber, de que "o trabalho enobrece o homem". É por isso que, em nossa sociedade, trabalhos manuais, com baixo rigor técnico e cientifico, geralmente negligenciados, merecem reconhecimento, pois cada um deles tem um papel fundamental na sociedade, como por exemplo o trabalhos dos coletores de lixo, os garis. 

    Bruna Flora Brosque
    1º ano de Direito - Diurno

Auriverde pendão brasileiro: contestação da realidade nacional

A filosofia positiva elaborada por Augusto Comte num período de desenvolvimento técnico-industrial europeu baseia-se na tentativa de interpretar e controlar a sociedade, sedenta por uma corrente de pensamento que explicaria, ou até justificaria, a ordem vigente - a submissão do proletariado. À título de legitimação, destaca-se associação entre trabalho e honra, que reforça a aceitação dos "lugares sociais".

Nesse sentido, o Positivismo, cujos precursores são Descartes e Bacon, apresenta-se como verdade universal incontestável: dentre os três estágios (teológico, metafísico e positivo, respectivamente) de construção conhecimento apresentados por Comte, o último personifica-se no amadurecimento do entendimento dos fenômenos sob uma perspectiva cognitiva científica da "nova ciência", única capaz de promover o progresso e de transformar a sociedade num paraíso cientificista ao findar o "anarquismo intelectual".

À luz do exposto, o superficialismo positivista revela-se na primazia da busca da vinculação dos fenômenos em relação à busca da essência desses, considerada como "insolúvel". Tal quadro reflete a construção de uma das bases do pensamento da física social: a elaboração de leis universais que regem a sociedade. Nisso encontra-se um provável pecado de Comte: o trato da sociedade como um objeto de estudo redutível à simplicidade e ao regimento por leis universais.

Além disso, o pensamento positivista de coesão social e de sobreposição da sociedade sobre o homem traz consigo uma ideologia perigosa: o elemento desagregador, que desvincula-se da moral humana, é nocivo ao tecido social e ao bem público -ao qual está vinculada a ideia de felicidade.

Transpondo-se o exposto para o contexto tupiniquim, após a proclamação da República do Brasil, adotou-se uma nova bandeira para afirmar a queda do Império. Marco da influência da filosofia positivista, o pedaço de pano é estampado pelo lema nacional "Ordem e Progresso". Contudo, ambas leis da sociedade podem ser danosas à realidade nacional: somos uma nação plural e que não deve ser submetida à uma perspectiva simplista e excessivamente cientificista. 


Luiz Henrique Garbellini Filho - 1º ano diurno

Ouro de Tolo


É você olhar no espelho 
Se sentir um grandessíssimo idiota 
Saber que é humano, ridículo, limitado 
[...]
E você ainda acredita que é um doutor, padre ou policial 
Que está contribuindo com sua parte 
Para nosso belo quadro social.

Na canção Ouro de Tolo, Raul Seixas crítica valores e conceitos referentes ao trabalho e a contribuição social que são normativos em nossa sociedade. Essa moral nos é ensinada nos primeiros anos da infância e direciona as escolhas que realizamos em nossa vida adulta. Sempre ouvimos que todo trabalho é digno, que devemos evitar a procrastinação, que o ócio deve ser evitado e que devemos ser produtivos, no entanto de onde vieram essas máximas e porque são tão pouco questionadas?
Auguste Comte, fundador do positivismo, foi uma das pessoas que contribuiu na formulação dessa linha de pensamento que nos insere na sociedade como peças e homogeneíza nossas vontades e sonhos. Ao criticar sua obra devemos ter em mente que Comte era um homem do seu tempo, o filosofo viveu em um período entre regimes despóticos, revoluções, crise de valores tradicionais. Como nos acostumados a estudar contribuições de outros filósofos que possuíam o pensamento vanguardista e revolucionário, nos esquecemos de duas coisas: a existência de pessoas que são resultado do lugar comum de seu momento histórico e de que nem toda contribuição e influencia é benéfica.

O positivismo defende a ideia de que o conhecimento pode ser sistematizado segundo os critérios adotados para as ciências exatas e que isso poderia ser aplicado aos fenômenos sociais, que deveriam ser reduzidos a leis gerais, com o objetivo de planejar a organização social e se obter o progresso. Todos esses conceitos apresentado por Comte são extremamente questionáveis, por exemplo, a ideia do progresso para uma sociedade mais evoluída, carrega consigo a existência de sociedades menos evoluídas, anulando a existência de sociedades diferentes, cuja diversidade deve ser respeitada. A ideia de criar leis que se apliquem aos fenômenos sociais ignora o ser humano como individuo e tenta criar regras que nunca se aplicarão na pratica, tendo em vista que as ações do homem são imprevisíveis. A ordem social e a contribuição de cada um para o todo podem ser analisadas como instrumentos de manutenção das relações de poder e opressão. Conhecendo a origem de muitas das máximas que regem nossas escolhas deveríamos questionar: se todo trabalho é digno, porque nenhuma criança é encorajada a ser empregada ou lixeiro? Devemos evitar o ócio mesmo sabendo que grandes contribuições e descobertas na Antiguidade foram realizadas graças a ele? Temos que ser produtivos pra quem? Pra que? Quando procrastinar ganhou uma conotação tão negativa? Será que contribuir para o nosso belo quadro social é uma coisa positiva ou apenas positivista?

Augusto César de Oliveira - 1º ano Direito - Noturno.

O Positivismo e seus ideais

O filósofo francês Auguste Comte é considerado pai do Positivismo, ciência que buscava apreender e interpretar todos os movimentos da sociedade através de um pensamento sistemático, pautado na razão. Influenciado pelas ideias de Descartes e Bacon, ele procurava romper com a expectativa de sociedade ideal, analisando-a tal como é.
Após um período marcado pelas revoluções burguesas e em meio à Revolução Industrial, a Filosofia Positiva surgiu como auge do conhecimento, tendo este passado por dois estados anteriores. O primeiro deles é o teológico, no qual se examina a essência dos seres e dos fenômenos a partir de fatores sobrenaturais. O outro é o estado metafísico, em que o sobrenatural é substituído pelo abstrato e serve de transição para o estado positivo. Este último, por sua vez, corresponde ao “estado viril”, que se afasta da natureza dos fenômenos para estabelecer relações entre os fatos e formular teorias a partir do raciocínio e da observação. Dessa forma, define-se o método do sistema positivo.
Para exemplificar, Comte alude à lei da gravitação universal de Newton, a qual utiliza um único fato, sob diferentes perspectivas, para justificar diversos outros.
 A fim de fundamentar a proposta do Positivismo, Comte se vale de algumas propriedades, entre as quais está o estudo da filosofia positiva como única maneira de compreender as “leis lógicas do espírito humano”. Assim, partindo dos pontos de vista estático ou dinâmico, visa-se à instituição de ordem e progresso na sociedade.
Por fim, o lema positivista “ordem e progresso”, que passou a constituir a bandeira brasileira, revela certo atraso quanto à aplicação na sociedade atual, visto que a manutenção da ordem coincidia com uma rígida organização social e atos de enfrentamento, como greves e protestos, lutas de interesses entre classes sociais e outras formas de manifestação eram fortemente reprimidas. O progresso, por outro lado, se referia ao desenvolvimento de políticas econômicas, objetivando o lucro e a riqueza, deixando, muitas vezes, para segundo plano a responsabilidade ambiental. Contudo, seria de grande conveniência se esse termo se reportasse à promoção de políticas públicas, igualdade e justiça social nos dias atuais.


Bianca Carolina Soares de Melo – 1º Ano de Direito - Noturno
Comte histórias

Era uma vez, em uma realidade paralela, com órgãos com poder de rebelião...
O cérebro consola o coração. Ele está peculiarmente chateado hoje, e não se sabe ao certo o por quê. Só sabe que está farto de bater. E irredutível quanto ao que deseja fazer no lugar.
"Eu quero viajar pelo mundo", diz ele. 
O cérebro tenta apelar para a razão. Diz que ele não pode fazer isso. Que dependem dele. Que, sem seus batimentos, todos falhariam em poucos segundos.
"Não ligo", afirma o coração. 
Enquanto isso, no joelho...
A junta número 33 gira e se contorce. Resolveu que quer ser bailarina. Suas irmãs imploram para que pare. Reclamam que aperta. Reclamam que estão sendo deslocadas junto. Reclamam que precisam dela para funcionarem direito. 
"Não ligo", diz a junta. 
E partimos para a boca...
A língua anda enrolada. Resolveu que quer virar tapete. Nada entra no organismo, nada sai. Nada é ingerido, falado ou vomitado. Os dentes entram em estado de greve, mas não tem grande apoio: o céu da boca resolveu que precisa de estrelas - e isso toma todo seu tempo livre. 
Temos, ainda, um rim querendo virar pedra.
Um estômago querendo virar borboletas. 
Uma orelha querendo virar pulga. 
E por ai vai. 
E todos ficaram doentes.
Percebendo a situação, um outro cérebro próximo vem analisar. Conversa com todos os órgãos. E percebe uma insatisfação comum: crise de identidade. Todos os órgãos tem sérias duvidas quanto a suas origens (e, portanto, quanto ao que fazer consigo mesmos).
Pacientemente, o outro cérebro explica: não importa de onde vieram, desde que permaneçam. Explica que cada um faz parte de um todo (chamou o todo de organismo), e que este ficaria seriamente doente se não desempenhassem suas funções. Doente ao ponto de perecer. 
A greve dos órgãos acabou quando eles compreenderam sua real importância.
E tudo deu certo naquele corpo. 
Entretanto, o cérebro sabia que outra greve era iminente. Se não neste corpo, em outro. Portanto, fez um acordo com todos os outros cérebros: a partir do momento de sua existência, seria implicitamente imposto a todos os órgãos que desempenhassem suas devidas funções (ao que se chamou instinto). Por precaução. 
E tudo mostrou-se funcionar pacífica e perfeitamente bem.
Sob a hierarquia imposta pelo cérebro
E resiliência dos demais 
Todos viveram funcionais para sempre.

Fim 

Mariana Luvizutti Coiado Martinez - 1º ano Direito Noturno


A teoria positivista no Brasil

Augusto Comte, filósofo francês, foi criador do pensamento positivista onde segundo sua teoria a sociedade passava por 3 estados. O estado teológico prima pela explicação dos fenômenos baseando-se na crença de divindades ou entidades sobrenaturais, no estado metafísico reúnem-se esforços para o entendimento desses fenômenos de uma maneira mais racional, atribuindo-se, assim, a argumentação em detrimento da imaginação, o terceiro estado, o positivista, caracteriza-se pela observação das relações entre fenômenos, o estado positivista coloca as ciências existentes como forma de se investigar a realidade a sua volta.

Apesar de a bandeira brasileira conter o lema do positivismo, pouco se segue do positivismo no Brasil,  a revolução intelectual que Comte defendia, para depois haver uma revolução nas instituições da sociedade, nunca ocorreram, o Brasil ainda é também um país extremamente religioso e muito de seu povo tem um fideísmo gigantesco em sua religião. Mas há certos pontos que influenciam o nosso país como a valorização ao trabalho.

A teoria positivista recebe duras críticas atualmente, e é importante se estudar essa corrente filosófica. Afinal, ela foi uma das responsáveis pela  instauração da república no Brasil.


Victor Felipe de Castro 1º ano - (noturno)  


O Positivismo no Brasil

O Positivismo foi uma corrente de pensamento desenvolvida pelo francês Augusto Comte, durante meados do século XIX. Essa corrente teve muita influência em vários países do mundo, inclusive no Brasil. 
Quando o "país do pau-brasil", se tornou republica, muitos dos representantes do novo governo eram entusiastas das ideias de Comte, adotando inclusive medidas como a separação do Estado em relação a Igreja e a incorporação do lema "Ordem e progresso" na bandeira republicana.
O positivismo, influenciou também alguns escritores da nossa literatura, como Aloísio de Azevedo, escritor de "O Cortiço", na qual há uma grande presença de caráter cientificista em sua obra.
Podemos perceber desse modo o tamanho da influencia que os escritos de Comte tiveram na História brasileira. Infelizmente o que ainda impera em grande parte do país é uma interpretação não da ordem que leva ao  dito progresso, mas sim uma que mantem a desigualdade e que colabora para que grandes coronéis perpetuem-se no poder.

Renan Batista
Direito noturno


“Ciência dai previdência, previdência dai ação”

O Direito é o conjunto de normas com a principal finalidade de regular a vida em sociedade. No estudo deste se busca estabelecer fundamentos que possibilitem a imprescindível coexistência social. É por meio, principalmente, das leis que o Direito impõe a ordem e garante a convivência relativamente pacífica entre os homens. Para que as leis sejam criadas é imprescindível que se compreenda a sociedade como ela é, interpretando-a e agindo diante dela.
De acordo com o disposto no “Curso de Filosofia Positiva", escrito pelo filósofo francês, fundador da Sociologia e do Positivismo, Augusto Comte, era essencial o estudo da ciência das humanidades denominadas por ele de física social. Para Comte, por meio do conhecimento das “leis imutáveis da vida social”, se tornaria possível identificar problemas, resolve-los e então estabelecer a ordem e o progresso.
“Ciência dai previdência, previdência dai ação”, a frase de Comte demonstra a importância da compreensão da sociedade por meio da ciência, para a partir desta se providenciar ações efetivas. Ora, isto se aplica ao Direito, pois é a partir da análise da sociedade que é possível a criação das leis que irão reger o comportamento humano. As leis se modificam com o tempo justamente pela modificação do comportamento social que preza por novas formas de ordenamento.
Sem o estudo contínuo da sociedade se torna inviável a manutenção da justiça. É necessário que se conceba os dilemas que estão presentes no atual momento para que se possa estabelecer formas de soluciona-los. Por isto a lei esta em constante modificação, e o profissional de Direito deve sempre revitalizar seu conhecimento.

(Fatos derivados de observação -> Leis e Teorias -> Explicação e Previsão)

(Isabela Rafael Soares - Direito Noturno - 1º Ano)