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sábado, 21 de outubro de 2017

O direito e as transformações sociais.

   O direito é tido por muitos como instrumento de manutenção de um poder conservador consolidado, entretanto, há outra perspectiva sobre o seu papel e Boaventura Sousa Santos a aborda em seu discurso sobre o direito como emancipatório, onde por meio desse seja possível uma convergência entre o que o autor nomeia “regulação” e “emancipação social”.
    Sabe-se que a luta política e social nos dias atuais é necessária e que a mobilização nos diversos espaços não deve parar, isso, nas palavras de Boaventura, com o auxílio do direito pode ser o caminho para que a sociedade não seja refém de um conservadorismo e vítima de um contrato social injusto ou de suas opressões por meio de um pré e pós-contratulismo excludente. Entretanto, o cenário político mundial não colabora para que essa teoria seja tida como verdadeira, o descaso com os movimentos sociais e o descrédito dado as lutas é tamanho que é difícil enxergar o caminho para transformações sociais por meio do direito.
    Contudo, criar lugar de fala dentro da imaculada estrutura imperial do direito também pode ser uma forma de resistência e com sorte propiciadora de conquistas importantes e minimizadora de desigualdades, um exemplo disso, são as cotas raciais que recriaram a tensão, proposta por Boaventura, entre a regulação e a emancipação, além de desestruturarem as bases de um fascismo social que hora ou outra tenta se instalar por grupos dominantes.
     O embate contra “grupos hegemônicos” e seus interesses privados é expressão máxima de que a transformação social pode e deve ser auxiliada pelo direito, tal como as cotas que por um lado são obrigação do Estado enquanto necessárias para a democratização do ensino superior e por outro resultado de uma mobilização social. Portanto, sejamos parte integrante das melhorias da sociedade e continuemos a acreditar que o justo pode prevalecer.
        Victória Cosme Corrêa - Direito Noturno.

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