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domingo, 29 de maio de 2011

O Conflito da Mais-Valia

O socialismo surge em meados dos séculos XVIII a XIX como uma proposta para amenizar, até mesmo extinguir, as diferenças sociais. Nesta proposta estão incluídos diversos princípios que, em tese, tornariam o mundo um lugar mais “igual”. Mas como todas as coisas nesse mundo, ele surgiu com várias formas; partindo disto, o texto de Engels - “Do socialismo utópico ao socialismo científico” - analisa algumas das propostas socialistas, comenta também sobre aspectos da teoria dele e de Marx. Dentro de toda a analise surge aquilo que parece ser uma das maiores descobertas, segredo do funcionamento do capitalismo industrial, a “Mais-Valia”.

Mais-Valia, esse é o segredo da produção. Ela consiste, basicamente, que o empregador tem o “gasto” da força de trabalho, pago a um indivíduo, e o “ganho”, da produção deste mesmo. O ganho, com a produção do empregado, sempre será maior que o gasto, do pagamento ao empregado. Assim, tecnicamente, o empregador lucra. A produção gera o lucro em relação ao trabalho, já que, na questão de valores, é maior que o pagamento pelo trabalho. “O capitalista, mesmo quando compra a força de trabalho do seu operário por todo seu valor, por todo valor que representa como mercadoria no mercado, dela retira sempre mais valor do que lhe custa...” (ENGELS).

Esse superávit é o que interessa ao industrial, é dele que parte o interesse de constituir uma fábrica, ele é à base da onde o lucro provém. Quanto mais conseguir aumentar a disparidade entre gasto-ganho, com o último prevalecendo, mais rico se tornará. Do outro lado, do empregador, quanto maior a diferença, menos ele ganha em relação ao que deveria ganhar, caso produção e salário fossem equiparados.

Neste âmbito situa-se um embate, de muitos, entre classe dos contratados e dos contratantes. Cada qual irá lutar, os contratantes tentarão aumentar a diferença entre ganho e gasto, o contratados, diminui-la. Nisto é que se situarão os conflitos. No começo da industrialização, os contratantes, em situação de vantagem, impuseram condições aos contratados que aumentaram a diferença. Com o passar do tempo, a classe contratada passou a se organizar e exigir melhoras nas condições trabalhistas, fazendo greves, conseguindo participação no poder, etc; ela conseguiu muitas transformações na condição. Tecnicamente, no final das contas, os contratados diminuíram a diferença.

Daí pra frente, os indivíduos representantes destas duas classes lutaram para tentar angariar para cada um vantagens. Usando de todos os artifícios, eles buscarão colocar sua vontade dentro dessa relação, mais-valia, mudando-a sempre que for benéfico, diminuindo ou aumentando a diferença.

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