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domingo, 29 de abril de 2012

O relógio social




        O texto a seguir trata a respeito do pensamento Positivista, que possui como fundador o francês Augusto Comte.
    Pegue um relógio antigo em funcionamento, e abra-o. Ao fazê-lo observe com atenção aos mínimos detalhes, nas menores engrenagens com seus múltiplos dentes, que as unem umas às outras em um movimento perfeitamente sincronizado. Agora, imagine que repentinamente, um único dente da menor engrenagem simplesmente se solte, mudando a forma e a complexidade da mesma. O relógio continuaria a funcionar da mesma forma? Evidentemente não.
   Tente transferir este mesmo pensamento a respeito do maquinário do relógio, para um universo muito mais complexo: pense em uma sociedade que funcionasse dessa forma. Mesmo o menor grupo de indivíduos que se desvirtuasse de sua função poderia comprometer toda a estrutura, prejudicando aqueles que seguem fiel a sua função.  Dessa forma, seria dever do Estado, de acordo com a teoria positivista, “concertar” suas engrenagens para que voltassem ao estado ideal.
   Entretanto, o grande dilema seria: qual o seu estado ideal? Será mesmo que o chefe de Estado tem o direito, ou melhor, a capacidade de estabelecer qual o ideal para toda uma sociedade? Provavelmente não.
   Temos que levar em consideração que uma mudança inesperada, que fuja do controle de um “governante”, que seria a peça mestra do nosso “relógio social” nem sempre é algo negativo. Muitas das mudanças históricas surgiram de situações em que o governo se opunha totalmente, porém não conseguiu reprimir. Portanto é muito complicado estabelecer que um grupo, ou mesmo uma pessoa se encontra prejudicando o sistema, quando  na realidade ela pode estar revolucionando a forma de agir, o quê, ao contrário do que era imaginado pode ser a manutenção, o elemento que promove a continuidade. Até porque, remetendo novamente ao nosso paralelo, mesmo os mais perfeitos e complexos maquinários, se não sofrerem manutenções, eventualmente deixarão de funcionar.



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