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segunda-feira, 26 de março de 2012

Novo discurso da novidade




Mesmo sendo Descartes, por seu Discurso do Método, tão aclamado como precursor da Ciência Moderna, por exaltar o racionalismo e o conhecido partindo do homem, nota-se que o Novum Organum, de Francis Bacon, em seu tom empirista, lança as bases para uma Ciência muito mais completa e confiável. Isso porque não condiciona todo o conhecimento a um só componente determinante.
Em seu segundo aforismo “sobre a interpretação da natureza eu reino do homem”, Bacon afirma: “nem a mão nua nem o intelecto, deixados a si mesmos, logram muito”. Assim, sendo o mero trabalho reflexivo infrutífero e o trabalho prático, quando sozinho, ineficiente, busca-se a combinação de ambos no intuito de não simplesmente compreender, mas ainda de transformar e aprimorar a condição humana, fazendo do ser humano o “senhor” da natureza.
E foi esse domínio do mundo natural, aliando técnica e racionalidade, que nos permitiu alcançar todo o desenvolvimento tecnológico e científico que hoje se observa. Lembrando ainda que o princípio de domínio da natureza em si não inclui necessariamente o conceito de exploração desmedida e inconsequente dos recursos naturais que se faz presente atualmente. Esse comportamento decorre do desequilíbrio próprio de ações extremamente ambiciosas, não estando intrínseco à ideia baconiana.
Nota-se, ainda, que apesar da insistência do autor em acreditar apenas naquilo que pode ser experimentado ou provado empiricamente, ele mantém a fé num criador universal, que foge a essa condição, sendo, assim, uma contradição. Mas não se pode ignorar o fato de Bacon, do mesmo modo que Descartes, não nutrir uma fé cega e completamente irracional (já que toda fé tem seu fundo de irracionalidade), pois em momento algum ele prega a ideia de um homem submisso às arbitrariedades desses criador ou passivo diante de sua grandiosidade, mas justamente o contrário.
Desse modo, assim como qualquer outra obra, esta não contém todas as respostas necessárias nem verdades inquestionáveis, como algumas vezes parece supor. Ainda assim, não deixa de ser um grande marco e uma ótima fundação para todo um novo pensamento.

Sobre Bacon, natureza e consumo


  Pela teoria baconiana, em “Novum Organum”, o homem deveria domar a natureza e usá-la a seu favor. Bacon é um teórico renascentista e portanto, apesar de trazer diversos questionamentos geniais e criar, junto com a teoria cartesiana, um novo modo de se pensar, está distante de toda a insanidade consumista do homem contemporâneo.
  
A questão é que essa cobiça da renascença estava vendada pela possibilidade, por como seria se o homem dominasse a natureza para usar para o desenvolvimento da sociedade. Não se pode julgar Bacon como um intelectual contra o desenvolvimento sustentável porque sua época é completamente adversa a toda nossa realidade atual, a todos os caracteres como aquecimento global, etc.
  
Assim, o conceito de Bacon de dominar a natureza hoje já não é mais algo utópico, pelo contrario, o homem dominou-a tanto que quase a extinguiu, levando-nos a refletir se todo esse modo de produção que existe hoje, ou toda a falsa ideologia que nos faz uma sociedade pautada no consumo excessivo se faz tanto sentido, ou melhor, se se faz necessária.

 As épocas se metamorfoseiam e com elas toda a visão de mundo. O homem pós-moderno precisa se enquadrar nas adversidades que criou para si e amadurecer para compreender que é simplesmente uma parte do planeta ou de toda a loucura que é o universo, e não senhor da vida e da Terra.

Qual a utilidade de Francis Bacon?

submete a sua filosofia natural à lógica que a tornou quase inútil e mais afeita a contendas”, assim Francis Bacon parece indicar uma crítica à utilidade do conhecimento produzido pelos antigos pensadores. Para um antigo grego, a aplicação do conhecimento para a construção de utensílios que auxiliassem a vida cotidiana pode muitas vezes parecer dispensável, uma vez que determinada estrutura social possibilitava que todo trabalho fosse feito somente por uma classe de pessoas, enquanto outra não precisava se ocupar com tais tarefas.
Porém, o próprio conceito de utilidade se constitui como um meio, já que algo pode ser útil para algum fim específico ou para alguém. Cabe a pergunta, assim, sobre a utilidade do conhecimento, se esse teria, por exemplo, como fim último melhorar a qualidade de vida de determinado grupo de pessoas, ou talvez assegurar maior igualdade entre os homens, ou ainda uma modificação social de qualquer ordem. A aplicação do conhecimento por si parece, nessa medida, não se constituir como uma condição necessária para uma transformação social, ou para a melhoria da qualidade de vida humana (caso seja esse o fim intendido da aplicação do conhecimento). A exemplo disso pode-se indicar o moderno uso da tecnologia em larga escala, sem a redução da jornada de trabalho ou a melhoria do ambiente de trabalho. Assim, uma tal crítica à utilidade do conhecimento parece incompleta e indica a necessidade de uma análise prévia da finalidade da utilidade do conhecimento (uma vez que, como vimos, a utilidade é somente um meio). 


                                    NECESSIDADE PÓS-BACONIANA
Para Francis Bacon, a filosofia antiga não contribuiu para aliviar e melhorar a condição humana. Já com a ciência moderna houve uma exploração da natureza que possibilitou o desenvolvimento de tecnologias que pudessem efetivamente melhorar a condição humana, ou seja, a partir de então, a filosofia deixou de ser mero exercício da mente, de contemplação do mundo e passou a ser a materialização das ideias em ação, obras. Creio que no mundo há muitos equívocos em relação à ciência moderna, inicialmente a exploração da natureza passou a acontecer de forma abusiva e incessável, e essa exploração se reverte em dinheiro e não em conforto para os homens, aliás, se reverte em conforto para uma parte da população, enquanto que o resto vive de forma miserável, apenas trabalhando e transformando as ideias desenvolvidas pela ciência em real, é essa a demanda do sistema em que vivemos, uns lucram sobre outros, uns pensam e outros constroem. O homem chegou a um estágio de desenvolvimento em que crê que é o senhor de todas as coisas, destrói, mata, abusa, sem qualquer ressentimento, e não a si mesmo, mas a todos e a natureza. Além disso, se a ciência se desenvolveu de forma tão extrema, por que não há a aplicação dessa tecnologia para todo o mundo, até que ponto houve uma melhora significativa para toda a população? Em sua obra Novum Organum, Bacon é extremamente critico em relação à filosofia tradicional, há  portanto a necessidade de um Bacon critico do século XXI, que vá se inquietar com essa ciência/filosofia, mas não por ser apenas contemplativa, mas que não mais melhora a condição humana como um todo, e sim apenas uma parcela, agora a necessidade é de que a ciência se transforme  aplicável em aspectos igualitários.


Mas e hoje?


               Se nos atentarmos para os pensamentos atuais, facilmente nos depararemos com a ideia de idosos que são sábios tanto por experiência de vida como pela razão que se aprimorou em suas atitudes com o passar dos anos. Experiência aliada à razão. E é exatamente isso que Francis Bacon, filósofo e estadista, veio propor em “Novo Organum”, em um período de transformações de pensamentos e necessidades, com a lembrança ainda recente da Peste e já com a ascensão burguesa. Para ele, a razão por si só era passível de erros – o que diverge do posterior racionalismo de Descartes-, e por isso deveria ser complementada pela experiência.

               Além disso, Bacon criticava os filósofos antecessores, pois não aceitava a filosofia contemplativa. Acreditava que todo esse conhecimento que não foi posto em prática até aquele momento era, de certa forma, inútil. Olhando de forma menos radical, concordamos que realmente todo o saber anterior poderia ter realmente sido mais bem aproveitado na prática, porém, podemos dizer que Bacon negligenciou o fato de que tal conhecimento antecessor se fez base inclusive para suas teorias. Ademais, negligenciou as particularidades de cada tempo histórico, afinal, o modo de vida da sociedade antiga não se mostrava aberto, ou até mesmo não necessitava dessa “ação” primada por Bacon.

                Nesse período, não é surpresa dizer que, com a ideia de “saber é poder”, Bacon pregava que o conhecimento da natureza era necessário para que esta fosse dominada pelo homem, afinal, tal pensamento realmente se fez necessário para a exploração de recursos naturais no posterior Mundo Industrial. Assim, por um lado, o homem pode usufruir da natureza para o seu próprio bem-estar; por outro, infelizmente, foi esse mesmo pensamento radicalizado que acabou por tornar a relação homem-natureza como conhecemos hoje: ela, prejudicada e, em boa parte, extinta e nós, tentando controlar os desastres advindos dessa hiperexploração.

               Enfim, percebemos que Bacon foi importante para seu tempo. Porém, hoje em dia, devemos adaptar os seus pensamentos a uma nova realidade. Talvez, da mesma forma que aquele período de crises necessitava de transformações da filosofia antiga, o nosso período pós-moderno também precise desse mesmo vigor para, no mínimo, não retrocedermos.
              

Conhecimento e prática

    Com qual objetivo uma pessoa se prontificaria a estudar e a conhecer a fundo a histologia vegetal? Para que um médico aprenderia a identificar patologias? Para que um sociólogo observaria a sociedade e tentaria interpretá-la? A finalidade de todas essas ações que objetivam a aquisição de conhecimento só tem sentido se for o uso na vida prática. Não há coerência no fato de uma pessoa possuir conhecimento se não for para usá-lo e para ensina-lo a outras pessoas.
  O conhecimento produzido deve apresentar alguma utilidade na prática. No âmbito das ciências naturais e exatas é mais fácil perceber a aplicação prática do conhecimento produzido. Ele está em um manejo melhor do solo, na maior produtividade de um cultivo ou ainda na descoberta de um novo medicamento. Já nas ciências humanas o conhecimento produzido pode e deve ser aplicado á transformação da realidade, mas principalmente na transformação do homem. As descobertas históricas dos hábitos e costumes dos povos de outrora revelam mais sobre a natureza dos homens. Os estudos da sociologia possibilitam ao homem o aprimoramento de suas leis e organizações.
  A história já provou ao homem o quanto de atraso e estagnação o uso do conhecimento numa perspectiva restrita causou. Isto ocorreu na Idade Média quando a Igreja católica deteve a maioria das obras da antiguidade clássica no interior de seus mosteiros. O acesso á essa produção posteriormente despertou o homem para um novo momento: o Renascimento. Nesse momento foram gerados inúmeros avanços, mesmo com a produção da antiguidade restrita á uma pequena parcela da sociedade.
  Posteriormente, no século XVII, momento de preocupação com a ciência, o homem vinculou mais a modificação da natureza á produção científica. Após esse período essa combinação só se intensificou, acelerando ainda mais a transformação do mundo de acordo com as vontades e necessidades exclusivas dos homens. E estes hoje encaram as consequências da excessiva modificação do planeta. Até que ponto o domínio sobre o natural, pregado por Francis Bacon, é condizente com a manutenção da vida no planeta? No ritmo que a humanidade caminha, em poucos séculos os problemas serão de dimensões tão grandes que a vida, inclusive do homem, estará por um fio e não haverá mais a natureza que serviu de objeto aos estudos dos homens.

Entre os modernos, um Bacon.


Se outrora vimos na dúvida hiperbólica de Descartes uma possibilidade para pensar o mundo guiada e nutrida por um método bem alicerçado no racionalismo e na fragmentação do conhecimento, Bacon trás a tona como sedimentar tal conhecimento, como pô-lo á prova e fundamentalmente dar-lhe vida.
“Dar vida” talvez fosse o intuito maior do modo de existir e pensar baconiano, no sentido de que o filósofo debruça-se na trincheira de fazer da filosofia e dos questionamentos forças motriz para transformar o mundo. Para Bacon o advento do novum organum (modo pelo qual nomeia sua proposição filosófica) seria o instrumento filosófico para produzir obras que incidissem sobre a vida concreta.
Desde sua crítica ferrenha ao ócio contemplativo da filosofia grega até sua busca por descobertas e experimentos, Bacon postulou para a filosofia moderna, talvez de uma forma até mais incisiva que Descartes, que tudo que fosse passível de um experimento deveria ser experimentado. Rompe-se, portanto com a idéia de que a Metafísica e a Lógica (enquanto práticas filosóficas) pudessem construir qualquer tipo de conhecimento.
Ironicamente, Bacon ao refutar a lógica em detrimento da experiência vai de encontro com o antigo Aristóteles que ao proclamar seu método analítico igualmente rompe com a lógica. Para ambos a lógica não contribui para a construção do conhecimento, pois, produz ambigüidades de fácil confronto tanto diante das experiências quanto diante da dialética aristotélica. Se todos os homens e mulheres que morreram até hoje respiravam oxigênio, isso é um indicativo de que oxigênio é nocivo ao corpo humano. Uma construção lógica razoável, uma aberração sob o ponto de vista da realidade.
Bacon, entretanto vai realizar um rompimento total com a lógica, diferentemente de Aristóteles que ainda vai utilizá-la para a argüição do conhecimento construído. Já o filósofo moderno, levantará mais uma vez para a avaliação do conhecimento a bandeira do experimento.
Vindo do plano das idéias para a discussão real do mundo atual, como Bacon bem nos aconselharia, há hoje na comunidade científica uma grande discussão que envolve a sustentação da teoria einsteiniana da relatividade. Um dos postulados da teoria, em linhas gerais, é de que a velocidade da luz é o valor máximo possível por uma partícula; no entanto um experimento recente no laboratório do CERNE aponta para uma partícula que supostamente teria alcançado uma velocidade maior que a da velocidade da luz. Se isso fosse verdade, como aponta a análise dos dados feita pelos físicos responsáveis, a teoria da relatividade estaria superada. O paradoxo da situação é que os instrumentos de medição da velocidade são todos guiados e pautados sob concepções e programações da teoria da relatividade, e sendo assim se a teoria estivesse equivocada, estes não estariam aptos a representar a velocidade real da partícula como haviam feito, podendo inclusive relativizar o resultado do experimento. Portanto se o experimento estiver correto; a teoria de Einstein está errada; os instrumentos de medição de velocidade estão errados; a velocidade do experimento é desconhecida; e o próprio experimento está errado. Sintetizando, se o experimento estiver certo, o próprio experimento está errado
A situação é de fato peculiar e um tanto confusa, mas nos faz refletir criticamente acerca da confiabilidade dos experimentos. Ainda mais na teoria baconiana e nos dias atuais, cujos experimentos são praticamente os únicos meios de construção científica do conhecimento e de prova deste construído, o que dificulta uma análise mais distanciada e sensata das produções científicas.
Nos cabe pensar o quão o experimento é um bom método científico. 

Reflexões: uma necessidade para o desenvolvimento humano

Na sua obra “Novum Organum”, o filósofo Francis Bacon deixa clara a sua opinião quanto à busca pela verdade: para ele, a verdade só seria alcançada através da experiência. Acreditando nisso, Bacon julga como inúteis a lógica de sua época – afirmando que “A lógica tal como hoje é usada mais vale para consolidar e perpetuar erros (...) que para a indagação da verdade...” – e a filosofia grega – dizendo que a sua sabedoria é “...farta em palavras, mas estéril em obras.”

Conhecendo tal posicionamento, podemos nos questionar se a importância do conhecimento está, de fato, na sua aplicabilidade. Se pensarmos desse modo, descartaríamos, por exemplo, a importância da filosofia, que é a “mãe” das outras ciências. Afinal, por que pensar que a criação de uma máquina é mais importante do que reflexões que não tivessem um lado prático? Mais do que isso, por que colocar tais reflexões como algo inútil para a sociedade?

Não há como dizer que o surgimento de máquinas, em um determinado contexto, contribuiu para o progresso da sociedade; do mesmo modo que, também não podemos negar a importância histórico-social da Revolução Francesa, por exemplo, que desencadeou uma nova maneira de pensar a sociedade, transformando-a profundamente, e que nasceu do novo pensamento e de reflexões sobre a situação em que se encontravam.

É sabido que Bacon não era contrário às reflexões, mas sabemos que, na sua opinião, reflexões seriam válidas apenas se pudessem ser experimentadas e, em seguida, transformadas em algo prático que fosse realmente útil para a sociedade; ou seja, a associação entre o conhecimento contemplativo e a exploração e experimentação seria o método ideal para buscar a verdade. No entanto, não podemos pensar na ideia de que as reflexões, apenas, sejam inúteis; posto que, apesar de nem sempre serem aplicáveis à sociedade de imediato, geram consequências muito importantes, construindo, muitas vezes, o “pensar” das novas gerações e direcionando o comportamento social.

Podemos dizer, então, que há um equívoco nesse modo de pensar, pois nenhum tipo de reflexão é completamente infrutífero e o que move o mundo não são as invenções do homem, pura e simplesmente, mas justamente a busca pela verdade e por respostas a perguntas  que a humanidade faz, independente da maneira como isso seja feito.

Contribuições Nulas?

Em uma de suas afirmações mais categóricas e extremistas, Francis Bacon critica os filósofos gregos e as ciências deles derivadas considerando seus frutos como contribuições nulas para a sociedade quanto a aliviar e melhorar a condição humana.
Embora criticados pela extrema contemplação, os filósofos gregos como Platão pautaram aspectos políticos atemporais, entre eles pode-se destacar a teoria platônica da necessidade dos melhores governarem; uma vez que procura-se o melhor profissional para atender a qualquer situação, com os governantes não deveria ser diferente.
Da mesma forma, as reflexões filosóficas políticas modernas pareciam infrutíferas até as recentes revoltas denominadas como Primavera Árabe. Essas revoltas ocasionaram a queda de diversos ditadores e possibilitam o estabelecimento de democracias em países com pouquíssima liberdade política anteriormente.
Reflexões filosóficas são uma necessidade da humanidade, mesmo que inicialmente não apresentem benefícios à condição humana, porque, a longo prazo, os frutos de sua influência demonstrarão ser seu caráter benéfico ou maléfico, mas não sem modificar um pouco da vida humana.

A partir da ascensão da burguesia, quando o progresso se torna fundamental à humanidade, cientistas e pensadores deixam de buscar o conhecimento de uma maneira contemplativa apenas e passam a buscá-lo com a finalidade de servir ao Homem, trazendo o tão sonhado progresso.

Com o avanço do domínio burguês na Europa e, posteriormente, no resto do mundo, as ciências foram se desenvolvendo e servindo cada vez mais ao capitalismo, essa nova ordem mundial que foi sendo consolidada, culminando com a invenção da máquina a vapor e consequente Revolução Industrial.

Contudo, se essa “revolução” trouxe progresso no sentido de conhecimento, agilidade de produção e consumo massificado, por outro lado significou um retrocesso para as pessoas que não eram donas dos meios de produção, denominadas de proletariado – expressão que se refere à reprodução da prole, ou melhor, mão de obra, única função social dessa nova classe, além de claro, trabalhar arduamente. Isso porque havia jornadas exaustivas de 14 horas para os homens e 12 para mulheres e crianças, além das precárias condições de trabalho, graças às quais muitos meninos e meninas tiveram seus membros amputados. O trabalho era desumano e o Homem, pouco a pouco, foi se reificando.

Após a supracitada revolução, Ford torna o trabalho especializado e o proletário, cada vez mais, vai se tornando apenas uma máquina. E pior, caso fosse despedido, nada poderia fazer, pois sabia apenas cumprir determinada função e seria improvável encontrar outro emprego, não restando chances de se rebelar contra essa escravidão a ele imposta.

E cada vez mais, o proletário foi sendo explorado e se tornando alienado, não se identificando com aquilo que produz e não podendo se rebelar, tanto por sua especialização quanto pelo exército de reserva capitalista. Ou seja, a ciência moderna, que supostamente serviria para o bem comum, acabou transformando o Homem em escravo do trabalho e das classes dominantes.

Resta agora buscar meios para que os futuros proletários do país, os jovens, criem uma consciência de classe e possam buscar condições melhores para suas vidas, sem se deixar tornar escravos do trabalho, atingindo, aí sim o progresso, dessa vez não em prol de uma classe dominante, mas de toda humanidade.

Somente assim a afirmação de que “o trabalho enobrece o homem” será verdadeira, e não apenas mais uma frase da ideologia imposta a todos nós.

"Chega a hora então de provar tudo que existe"


Até o ínicio do século XVII a filosofia era conhecida como a ciência da reflexão, incapaz de produzir algo concreto. Platão e Aristóteles construíam a dialética, com suas precauções tardias que nada modificavam de fato a sociedade, e serviam mais para explicar os erros do que buscar uma verdade concreta.
Em 1620 é publicado o livro "Novum organum", de Francis Bacon, propondo um novo método, contrário a  filosofia conhecida até então. Para Bacon, a verdadeira filosofia só seria alcançada através da fusão da razão com a experiência;  as duas juntas, em equilíbrio, formariam os pilares para o novo método.
Talvez se pensarmos mais a fundo sobre a teoria de Bacon consigamos aproximá-la aos dias de hoje, considerando que há muitos Aristotélicos e poucos Baconianos na sociedade. O que não faltam são discursos bonitos e revolucionários que se dizem capazes de mudar o mundo, mas que não se movem ao menos para melhorar as condições da própria família. Nike, apple e outras marcas não podem faltar no dia a dia da maioria de nossos revolucionários.
A realidade é que há muita fala e pouca ação. Nesse ponto Bacon tinha total razão ao dizer que não faz sentido refletir sem construir algo concreto. O discurso desprovido da ação é um mero discurso, incapaz de modificar algo significante para a sociedade.

Da Experiência à Ciência


O estadista e filósofo Francis Bacon, em seu principal trabalho, o livro “Novo Organum”, busca restaurar o sistema indutivo de lógica ante a interpretação da natureza. Para isso, deixa claras várias críticas ao exercício da ciência como simples labor da mente, não a deixando se guiar irrestritamente; Também, tece críticas aos gregos e à sua filosofia ao enfatizar a limitação deles em relação aos benéficos que o conhecimento derivado - e por eles desenvolvido - traz efetivamente ao homem, frisando, por isso, que a filosofia grega não se desenvolve ao bem-estar humano. Bacon distancia-se então da perspectiva aristotélica baseada na crença da ciência por meio da autoridade clássica.
Para tudo, ele sugere um novo método em que a ciência deveria ser entendida à luz de uma experiência sensível, buscando um novo conhecimento por meio da exploração e da experimentação; esse meio constitui a única forma de compreender, interpretar e vencer a natureza, remetendo-nos, em resumo, ao pensamento de que saber é poder. Bacon trabalha em cima de uma dinâmica de inovação permanente, buscando uma ciência útil na constate luta do homem contra a natureza.
Durante todos os excertos, ele apresenta argumentos para o fortalecimento da ciência através do pensamento ante a experiência e a necessidade desta nova maneira de conhecimento, mostrando uma ciência como representação do mundo e das reais intenções divinas.




                        A materialização do pensamento


       Francis Bacon, assim como Descartes, foi forte defensor da razão, negando o misticismo e outras vertentes esotéricas. Bacon, no entanto, apresenta uma visão mais aprofundada do assunto. Para Bacon a razão e o exercício do pensamento desacompanhados de obras em benefício à sociedade são inúteis, a crítica voraz ao estilo de pensamento contemplativo grego é prova disso.
      Graciliano Ramos, em sua obra “Vidas Secas”, exemplifica, de maneira mais que satisfatória, o “pensamento improdutivo”, que recebe a indignação de Bacon. “Seu Tomás da Bolandeira” é o dono de uma fazenda de algodão no nordeste brasileiro; seu Tomás enriquece sua mente com a leitura tendo prazer em aprimorar seu intelecto. Todavia, no que tange a praticidade e eficiência administrativa, seu Tomás alienou-se, tendo sua fazenda arrasada com a chegada da seca. Fabiano, protagonista do romance, refere-se, com frequência, ao caso de seu Tomás intrigado pelo fato de tanto conhecimento de nada ter valido de modo prático.
      É evidente, portanto, que Francis Bacon apresenta uma proposta coerente. O policiamento da mente para que o ato de pensar tenha uma repercussão prática benéfica à comunidade nada mais é do que uma obrigação natural do homem. Afinal, ainda que o progresso e os benefícios presentes ao longo da história tenham sido frutos de reflexão prévia, só puderam se concretizar quando as reflexões deixaram de ser pensamentos inconsistentes e se materializaram por meio de ações.

A incoerência de Bacon na atualidade

     Francis Bacon, em meados do século XVII, relatou em sua obra "Novum Organum"  a necessidade do homem dominar a natureza, contudo, essa teoria não pode ser aceita atualmente, já que o planeta enfrenta diversos problemas nesse sentido.
     Nessa obra ele explica a importância de desvendar os mistérios da natureza, para assim dominá-la e usá-la em benefício da sociedade. Considerando isso mais importante que a própria vitória no campo da argumentação. Busca, portanto, uma utilidade prática da ciência, criticando os gregos que, apesar de sua filosofia amplamente desenvolvida, não levou a nenhuma ação.
     Na época de Bacon, tal pensamento era adequado, afinal a I Revolução Industrial estava às vésperas de acontecer e os intelectuais só visavam um maior progresso e tecnologia, sem enxergar o outro lado. O lado da natureza que a partir daí sofreria agressões cada vez maiores chegando a uma situação irreversível e extremamente danosa para a humanidade.
     É clara, portanto, a incoerência dos ideais baconianos nos dias de hoje, já que a preocupação com o meio ambiente só vem aumentando em contraste com a ideia de utilizar a natureza de modo "descartável", num processo de consumo desenfreado. Há ainda, muito a ser feito, muitas ideias e hábitos a serem mudados, mas não há lugar para tais conceitos na atualidade..
     Não é correto ignorar todas as ideias de Bacon baseando-se nisso, obviamente muitas de suas teorias são importantes para a atualidade, como por exemplo o "Novo Método", no qual mostra a importância da ação perante ao mero exercício da mente, numa clareza científica que se opõe à fantasia. Assim sendo, é necessário saber avaliar quais conceitos ainda são aplicáveis na e quais não se encaixam no contexto da sociedade contemporânea, pois Bacon, sem dúvida, foi um grande filósofo, porém muitas de suas ideias são antiquadas para os novos tempos.

Doce Pensamento, Salgada Alma

Principalmente após a Segunda Revolução Industrial, o mundo se viu em completa mudança, seja esta social, econômica ou cultural. Com o advento da energia elétrica e de muitos outros aparatos industriais desenvolvimentistas, as fábricas nunca mais pararam de soltar fumaça e os operários se acostumaram com a especialização de apenas uma função específica. Adentra-se, portanto, em um mundo pantagruelicamente influenciado pela ciência.

Desse modo, pode-se pensar opositória “dialética” baconiana, na qual a ciência é um puro instrumento complementar. Bacon potencializa o conhecimento e o seu método fazendo uma difícil combinação entre ciência e intelecto. Este, entretanto, é limitado pela mera incapacidade da “lógica atual” e aquela é inútil para a incrementação de novas obras e novos conceitos. Assim, é possível uma analogia atual, na qual o homem utiliza-se de conhecimentos e teorias impressionantes para construir bombas atômicas, porém, não as utilizam de modo inteligente, racional.

Além disso, a forma como Bacon compara a mente humana e os sentidos com a natureza é desafiadora e inquietante, mas tal comparação não é equivocada, já que a última é, segundo ele, a mais elevada. Tomando ainda como exemplo as bombas atômicas, especificamente as que foram jogadas em Hiroshima e Nagasaki, percebe-se a notável recuperação da natureza – indubitavelmente com a ajuda do homem – frente ao intelecto e ao sentido humano.

Não obstante, Novum Organum revela-se predominantemente crítico, com pontos de vista que, de um modo ou de outro, provocam reflexões até os dias atuais. Isso se nota através de concepções atuais de que a ciência, por exemplo, não revela novas descobertas, sendo estas corretas ou não. Assim, é possível chegar a um raciocínio que não bastam apenas teorias ou modernidades científicas, mas também aparatos que possibilitem um maior desenvolvimento. É o caso das tecnologias atuais, que facilitam a vida dos indivíduos, bem como notebooks, ipads, internet, GPS(Global Positioning System) etc.

Por fim, denota-se do texto de Bacon que nem sempre a ciência é a dona do universo, porque os alicerces e as bases se fazem igualmente importantes. Logo, a natureza é como um bolo, na qual todos os ingredientes estão inseridos e, portanto, o mais importante lá se encontra inserido. De modo contrário, a ciência é apenas a cereja, detalhe que nem sempre se faz imprescindível.

A ingratidão de Bacon

Francis Bacon revolucionou a ciência no século XVII com o seu novo método, que negava a tradicional filosofia grega, a qual julgava sem aplicabilidade na vida do homem. Bacon é considerado o pai do empirismo, pois repudiava a ideia de conhecimento contemplativo. Segundo ele, a busca do novo conhecimento deve acontecer por meio da exploração e da experimentação.

Porém, tal julgamento a respeito da filosofia grega é equivocado. A matemática, a física e outros campos do conhecimento se desenvolveram muito devido a racionalidade grega. A utilização na vida cotidiana de tais conhecimentos só era escassa porque em uma sociedade escravocrata a facilitação do dia-a-dia não era uma necessidade.

Talvez, sem o legado deixado pela filosofia grega, Francis Bacon não chegaria às conclusões que chegou, e consequentemente, sem o empirismo baconiano, o homem contemporâneo não possuiria a tecnologia que possui hoje. A humanidade deve ser grata à Bacon, e Bacon deveria ter sido mais grato aos gregos.

Bacon e a união de dois caminhos.



Político, ensaísta e filósofo francês do século XVI. Este foi Francis Bacon. Além de ocupar cargos políticos de nível alto em sua época, Bacon também ocupava um grande destaque na filosofia, sendo considerado o fundador da Ciência Moderna. 
Sua obra “Novum Organum” sintetiza, de modo filosófico, um novo método para o estudo dos fenômenos naturais, baseado no empirismo e na metodologia científica. Este seria oposto ao Organum aristotélico: não era suficiente apenas a utilização do raciocínio silogístico para delimitar os fatos, mas a união entre este e a experimentação (“nem a mão nua nem o entendimento abandonado a si mesmo podem muito“). Afinal, nossos sentidos são, por vezes, afetados por impressões pessoais, chamadas de “antecipações de mundo” pelo autor, já arraigadas no nosso ser. A única maneira de impedir esta influência seria comprovar o fato, sendo isto possível apenas através da ciência.
 Outro ponto importante de sua obra encontra-se na apresentação dos ídolos, aqueles que, apesar de sua possível autenticidade, contribuiriam para as falsas percepções de mundo. São citadas quatro categorias: ídolos da tribo, da caverna, do foro (estes os mais nocivos) e do teatro. É possível estabelecer um elo com a sociedade atual: existem, até os dias de hoje, pessoas que se utilizam de ferramentas para dominar, intelectualmente, parte de uma população, contaminando-a com falsas impressões e conceitos. Aqueles que empregam a influência de suas associações, tanto pessoais como profissionais, para fazê-lo seriam os “ídolos do foro”. Políticos, comerciantes, enquadrar-se-iam nesta categoria.
Por fim, Bacon admite uma lacuna entre a idealização da mente humana e a chamada “intenção divina”. Seria essencial uma ciência conveniente para representar as reais vontades do Criador. Notamos, nesse aspecto, a não rejeição da figura religiosa, mas sim sua interpretação através de bases concretas e científicas.
A nova ferramenta criada por Bacon, portanto, seria a base para a experimentação científica dos últimos tempos. Não nos contentamos mais apenas com uma opinião, um sentido, mas necessitamos de sua comprovação. Bacon adiantou, em séculos, a atual dinâmica da ciência, que uniu lógica e experiência em um só caminho, com o objetivo de clarear os fenômenos naturais e facilitar, assim, a vida humana.

Bacon, sabor e fome.


Embora haja quem acredite ser o raciocínio humano uma forma certeira de se construir conhecimento, para muitos ocorre justamente o contrário: Francis Bacon, em Novum Organum, alerta-nos para os incontáveis equívocos que cercam o saber construído apenas pela razão. Todavia, para ele, enveredamos pelo caminho correto quando a amparamos na experiência.
O vocábulo latino "sapor", que dá origem a "sabor", relaciona-se ao verbo "sapere", do qual se obtém a palavra "saber". Dessa forma, essas palavras da nossa língua - "saber" e "sabor" - têm a mesma raiz etimológica, evidenciando-se a íntima relação entre o experimentar e o verdadeiro conhecer. Para Bacon, o método que se orienta pela experimentação científica é tratado como a cura para uma mente que se norteava puramente pela instável razão.
Incontáveis são os exemplos de "cura científica" que a experimentação proporcionou: era pela razão que se orientava Aristóteles quando falava sobre diferentes intervalos de tempo para a queda de diferentes corpos, mas pela experiência de os lançarem da Torre de Pisa, Galileu o desmistificou.
Se para Bacon a verdadeira ciência atua como representação das reais intenções divinas, por que não enxergar sua filosofia aplicada também a episódios da experimentação com o transcendente? Também se orientava pela razão Saulo de Tarso, quando perseguia os cristãos. Quando teve, na estrada para Damasco, a experiência com Jesus - segundo é relatado pelas Escrituras Bíblicas - converteu-se ao cristianismo.
Mais tarde, o então Apóstolo Paulo vem, novamente, entrar de acordo com as teorias baconianas com relação à limitação do conhecimento humano. Bacon, humildemente admite que nossa compreensão seja restrita, e que muito provavelmente jamais chegaremos à verdade. São Paulo afirma: "com efeito, o nosso conhecimento é limitado, como também é limitado nosso profetizar. (...) Agora nós vemos num espelho, confusamente; mas, então, veremos face a face. Agora, conheço apenas em parte, mas, então, conhecerei completamente, como sou conhecido". (ICor 13, 9.12).
Bacon e São Paulo também concordam quando o Apóstolo elucida a respeito da fé cristã. O cristianismo está para Paulo assim como o conhecimento está para Bacon: não devem ser meros exercícios da mente, mas lograr bens à humanidade. Paulo afirma: "se eu tivesse o dom da profecia, se conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, (...) mas não tivesse amor, eu nada seria". (ICor 13, 2). Sobre a inutilidade de possuir instrumentos sem que os utilize para algum bem, pode-se encaixar também a afirmação da escritora mineira Adélia Prado, quando alude ao famigerado ditado popular: "não quero faca nem queijo. Quero a fome".
Incontáveis seriam, em todas as eras, os exemplos de reiteração da filosofia baconiana. Bacon preocupou-se, sobretudo, com os alertas dos perigos a que a razão, desamparada, está sujeita. A ciência que propõe pode, evidentemente, também conter equívocos decorrentes de diversos fatores, internos e externos, mas com certeza é um passo seguinte em direção ao horizonte da Verdade.

O avanço científico baseado na filosofia e na experiência


Em “Novum Organum” Francis Bacon alia a ideia de experiência à razão, e afirma que esta deve ser amparada pela experiência. Além disso, Bacon faz uma crítica á ciência como mero exercício da mente, ou seja, cita que ela não deve ser apenas uma ideia, mas deve ser efetivada. Francis propõe dois métodos para a ciência, sendo um deles o cultivo das ideias, que seria o conhecimento contemplativo, típico da filosofia tradicional, e o outro a descoberta científica que tem por base a experimentação e a exploração sem limites em busca do conhecimento. Os filósofos gregos também são alvos de criticas, já que o autor acredita que a filosofia tradicional não serve ao bem estar do homem, de outra maneira, seria apenas um conhecimento contemplativo das palavras.
Porém quando Bacon critica os filósofos gregos por apenas pensarem e não contribuírem na prática para o avanço de uma sociedade, que segundo ele necessitava de uma forma para melhorar o mundo, ele desconsidera grandes contribuições feitas por eles. No meu ponto de vista Bacon tem essa opinião, porque no seu momento histórico necessitava de fato de um avanço científico, mas talvez para os filósofos em seu momento as condições em que viviam talvez fossem cômodas e estivessem em um modo de vida bom. Para exemplificar podemos citar o fato de que talvez os gregos não sentissem a necessidade de desenvolver máquinas e novos meios para o trabalho porque tinham muitos escravos e se sentiam estáveis dessa forma.  Assim quando Bacon afirma que a filosofia grega não produziu nada de concreto para a melhoria das condições humanas ele está errado, pois os filósofos naquela época discutiram questões que ainda são atuais, propuseram novos meios de enxergar o mundo, inseriram, por exemplo, o conceito de democracia e contribuíram para a física e matemática. Em suma, vale ressaltar que para que os humanos pudessem desenvolver avanços científicos para sociedade, foi necessário que alguém já tivesse discutido hipóteses e questões. Portanto pode-se perceber que um completou o que faltava no outro, ou seja, os gregos filosofaram e contribuíram com ideias e questionamentos, enquanto que os mais recentes usando da experiência e da experimentação juntamente com uma base deixada pelos filósofos puderam desenvolver avanços científicos.

O Conhecimento na atualidade


O conhecimento de nada serve se não pode ser aplicado, assim como um instrumento musical nada serve a quem não sabe tocá-lo. Esta é a ideia defendida por Bacon na obra ‘’Novo Organum’’, em que ele faz crítica a ciência como mero exercicio da mente, ou seja, defende a ação e não o discurso. Bacon é por muitos considerado o pai da idade Moderna, já que também dizia que a busca do conhecimento deve ser por meio da exploração e experimentação sem limites, e que o conhecimento nunca é suficiente.

Bacon defende também que a verdadeira ciência atua como representação das reais intenções divinas, e que a natureza deixada a seu ‘’prazer’’ é hostilizada, porém quando dominada pela ciência é útil e benéfica. Relacionando os pensamentos discorridos a cima, podemos concluir que a exploração da natureza, a pesquisa, e as ações initerruptas são as únicas maneiras de interpretar, compreender e vencer essa mesma natureza. Pode-se então fazer certas observações no contexto atual sobre os escritos de um pensador com mais de 300 anos; que para se dominar a natureza é necessário conhecimento, e tal conhecimento só é válido se aplicado, tornando verdadeira a afirmação ‘’conhecimento é poder’’.

A afirmação citada acima é atualmente a raíz da nossa sociedade, uma vez que não existem mais apenas pensadores, idéias não testadas, e sem serem colocadas em prática são consideradas inúteis, portanto, esses fatos tornam o argumento apresentado uma verdade. Atualmente apenas se valoriza aquilo que traz benefícios, que foi provado, e que é palpavel, que pode ser aplicado no dia a dia, e isso move a sociedade, as ações.

Pode-se então concluir que os pensamentos de Bacon motivaram e foram a base para os ideais de conhecimento da sociedade moderna, uma vez que ainda existem praticantes do pensamento como exercicio da mente, porem, os que são realmente valorizados são aqueles os quais o pensamento pode ser aplicado e trazer resultados positivos a sociedade, ou a aquele que o elaborou.

A contribuição de Bacon


 Francis Bacon (1561- 1626) viveu em uma época de intenso movimento cultural inglês  e sua atividade política, iniciada no reinado de Elizabeth I, possibilitou condições para dominar essa efervescência dentro de uma perspectiva muito mais ampla do que a maioria de seus contemporâneos.
Bacon clamava por uma reforma total do conhecimento humano, pretendia um “verdadeiro e extraordinário progresso do saber”. Objetivava descobrir um método que permitisse o progresso do conhecimento; não apenas a catalogação de fatos de uma realidade supostamente fixa ou obedientes a uma ordem divina. Para ele o saber natural deveria ser concebido como saber ativo e reproduzido em resultados práticos.
O procedimento indutivo, proposto por Francis Bacon, se difere do método dedutivo aristotélico. A principal diferença entre os pensamentos de Bacon e Aristóteles é que o primeiro afirma que o procedimento indutivo permite atingir a substância, e, segundo ele, as conclusões do método dedutivo aristotélico não modificam o andamento das pesquisas. Em contrapartida, Aristóteles defende que o método indutivo só poderia se contribuir de maneira incerta ou imprecisa e cuja necessidade só pode ser atingida pelo processo dedutivo. Por outro lado, a proposta de Bacon se assemelha à de Descartes no sentido de que, antes de abordar o conhecimento verdadeiro, ambos examinaram exaustivamente as causas e as formas do erro. Bacon o fez por meio da sua teoria de “crítica dos ídolos”, e Descartes por meio do método de análise conhecido como “dúvida metódica”.
Francis Bacon é considerado por alguns estudiosos como sendo o “inventor do método experimental” ou “fundador da ciência moderna e do empirismo”. Contudo, outros defendem que Bacon foi apenas o pregoeiro da ciência moderna, e jamais seu criador. De qualquer forma, o método indutivo proposto por Francis Bacon representa a certidão de nascimento do empirismo moderno, que se opõe a qualquer forma de racionalismo dogmático
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