Total de visualizações de página (desde out/2009)

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

O Xadrez de Marx

            A Nokia foi a segunda aquisição de maior valor da Microsoft, pelo menos a seu setor de celulares. Há algum tempo as relações das duas empresas estavam se estreitando, eram duas empresas que dominavam o mercado, eram vistas como fontes de inovação, mas foram ultrapassadas e estão correndo atrás das novas “necessidades” dos novos consumidores.
            Marx aponta essa característica do modo de produção burguês, que é a de criar necessidades que não eram até então. Os smartphones, se forem analisar, não representam nenhum meio de sobrevivência, mas estão aí como um dos produtos mais rentáveis. Um homem do século de Marx já estaria impressionado com os meios de comunicação novos, que andavam por terra para levar a informação; hoje as informações correm ambientes que não existem, ambientes virtuais.
            O modo de vida burguês conseguiu engendrar no mundo inteiro requisitos de subsistências que coincidissem com a produção, com os produtos; dominou as classes em nível global. Fez isso na América Latina, na África, na China, no Japão, na Austrália. Hoje nenhuma parte do globo foge das regras das inovações impostas como necessárias. O mundo hoje é burguês, e os capitalistas ditam as regras, até mesmo paara eles.

            A Microsoft e a Nokia tiveram que correr muito para superar os seus atrasos, e ainda têm que correr muito. Afinal as regras mudaram, e vão mudar. É impressionante perceber que o que Marx escreveu tempos atrás, ainda persiste hoje, e isso porque aqueles que acabam ditando as regras não estão interessados em mudar todas.

João Filippe Rossi Rodrigues- Direito Diurno

A individualidade em prol da coletividade

O sociólogo Max Weber examinava em suas obras preceitos como a economia capitalista, a política de diversos países e a ética religiosa. Também ressaltava a objetividade do conhecimento e a utilização do indivíduo como fonte de suas análises. A percepção sociológica centralizava no alvo da ação dos indivíduos, até quando a análise é sobre o estado ou a família.  A fundamentação principal é a ligação de sentidos individuais. Com isso, Weber desvia-se de um olhar panorâmico do mundo, visto que esta visão nos impede de alcançar os detalhes da ação social. Desta forma, o procedimento weberiano utiliza como método conceitos como o de ação social que engloba a observação da ação dos indivíduos a partir de suas motivações pessoais como objetivos, relações afetivas e costumes. O que se torna a sua abordagem distinta da de Marx.


O cientista social deve ter por obrigação de averiguar o significado e o sentido axiológico da ação social, visto que essa é arquitetada pela conjugação de valores religiosos, culturais, tradicionais, e não somente por critérios econômicos. Portanto, inicialmente produz um “tipo ideal”, que se constitui o paradigma do estudo e por meio dele fundamenta-se o ator real. Por assim, esse ator é distinto do tipo ideal e o ideal extinguiu-se com a associação de fatores. Entretanto, o cientista social somente assegura o que poderá vir a acontecer, inexistindo a certeza ou uma probabilidade dogmática.


Conclui-se, que a metodologia de Weber compara-se a uma sociologia alicerçada nas ações sociais, sendo que cada ser humano estabelece de seu próprio juízo de valor para elaborar seus preceitos em relação à sociedade.



 Júlia Xavier Rosa da Silva- 1º ano Direito Diurno.

A ação individual como modificador social

            O pensamento weberiano parte de uma nova percepção das ciências sociais, abrangendo diferentes aspectos. Vai além do pensamento marxista, que anunciara a luta de classes e as ações sociais sobre o aspecto econômico. Rompe também com o pensamento positivista, a ciência social não possui leis universais, absolutas e fixas, ela é a ciência da realidade e das modificações. Opõe-se ao determinismo e aos denominadores comuns, o homem não é fruto somente de um aspecto, de um valor, de uma situação.
            Weber não abole o juízo de valor do cientista social, pelo contrário, o homem é impossibilitado de se separar dele. Acreditando que o homem é movido por valores multifacetados e que existem conexões de sentido pra ação social, vê ele não só um homem como expressão de um ente coletivo, mas também marcado pela sua individualidade de forma que a ação social de alguns indivíduos marca a história. O tipo ideal, o modelo pré-estruturado, não é constante, é somente o ponto de partida para a análise sociológica e dizer que o homem é somente esse tipo ideal significa acreditar somente num homem-classe, expoente de um ente coletivo, determinado por esse tipo ideal. A análise sociológica weberiana toma o tipo-ideal como parâmetro, não como fim. Veja-se o caso da União Soviética, tomando-a como um todo, foi um país que cresceu economicamente, industrialmente e rapidamente a partir da década de 1930, no entanto a ação de um indivíduo, no caso Stálin, repercutiu para o todo. As ações individuais devem ser levadas em conta.

            O método weberiano de análise, partindo do tipo ideal, analisando como os atores reais agem diante do tipo ideal, constatando as diferenças existentes entre cada indivíduo diante das ações do ente social. Uma dada situação jamais se repete exatamente como foi, seja pela ação de um único indivíduo. Vê Weber uma constelação de possibilidades, nas quais determinados ações do indivíduo real podem se encaixar, porém a ação social é imprevisível. Aí está a beleza da sociologia na visão de Weber: a sociedade muda constantemente, não existem regras imutáveis e tipos ideais de comportamento que se concretizem a todos os instantes. Se naquele momento um movimento social, por fatores e valores daquele momento, geraram uma ação, em outro a ação de um único indivíduo pode modificar estritamente a situação. O homem é mais do que parte de uma entidade social em seu todo, ele é individual, e como ser único, pode romper com as barreiras de uma sociedade por sua ação. 

Lucas Ferreira Sousa Degrande             Direito Noturno