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terça-feira, 1 de abril de 2014


Amarguras de boteco 

São em situações como essa que eu começo a me perguntar por quê raios fui escolher ser professor. Sexta-feira. Última aula do dia. Ah, como tenho azar, nada como ter a bendita última aula da sexta-feira. Não sei se meus alunos olham para mim ou para o relógio que, pesadamente, custa a mostrar uma hora diferente. Acho que nenhum professor merece ter essa aula. É como passar uma hora inteira falando com cabeças vazias e apressadas, que só estão ali para não ganhar “falta” na chamada. Acho que vou pedir uma dose da “branquinha”. Faz tanto tempo que não nos encontramos. Meus vinte e cinco anos lecionando me fizeram ter uma certeza: a permissividade e a passividade desses jovens só crescem. Não sei. Acho que a capitalização do ensino também. Aposto que se eu fizer um comentário do tipo “cai na prova/vestibular” todas aquelas cabeças voadoras voltam para o mesmo mundo que eu e tentam prestar atenção em alguma coisa. Uma hora inteira de aula e nenhuma pergunta. Nenhuma. Como conseguem acreditar tanto no que eu falo? Ninguém pergunta a utilidade, a origem ou até mesmo o por quê de estarem aprendendo aquilo. É impossível que nenhuma alma daquela sala não tenha nenhuma indagação ou observação a fazer. É impossível também que uma pessoa como eu, barriguda, barbuda, desleixada e um tanto calva, transmita tanta confiança a ponto de ninguém duvidar do que eu falo. Não sei se eu posso chamar isso de desinteresse. Pode ser preguiça. Ou desinteresse mesmo. Acho que é isso, talvez. Só queria saber onde foi parar o senso de meus alunos. A curiosidade. A desconfiança. A prevenção. Mas acho que eu só queria mesmo. No momento, a única coisa que eu quero é a minha dose da “branquinha”. Faz tanto tempo que não nos encontramos.

Yanka Leal - 1º ano- Direito noturno

método de negação para transformação

             A filosofia anterior ao século XVII limitava-se ao plano teórico, sendo muito pouco prática e concreta.
              Rompendo com esta situação, Descartes criou uma obra chamada "O discurso do método" procurando mudar a forma de conhecimento, para consequentemente transformar o mundo.
              Em seu método considerava a dúvida como um princípio fundamental e a clareza como critério para a verdade, sendo a razão, além daquilo que nos diferencia dos animais, a chave para a busca dessa verdade.
              Propôs, também, a separação entre racional e sobrenatural revolucionando os estudos epistemológicos, livrando-nos das amarras dos pensamentos obtidos pelos hábitos e pelos sentidos.
              Tal conduta proporcionou a evolução do conhecimento humano e a transformação do mundo, assim como ele quis, pois, ao negar a verdade imposta e absoluta, gerou um novo caminho onde questionamentos e pesquisas pautadas na racionalidade ganharam cada vez mais espaço, permitindo a expansão da mente humana que, por conseguinte, acabou criando invenções e descobertas que perduram até hoje em nossa sociedade.

Ingrid Juliane dos Santos Ferreira - 1º ano direito noturno

Inflexibilidade contra isonomia

                    Em uma sociedade positivista com grande desigualdade social e concentração de renda o direito acaba servindo como um meio mantenedor de garantias e vontades da classe hegemônica, graças ao maior pode coercitivo desse.
                    Consequentemente classes oprimidas acabam criando seus próprios meios de organização social e suas próprias leis para garantir um melhor convívio entre si, já que o sistema jurídico não os favorece, criando assim um direito alternativo para suprir suas necessidades.                                                                     Ademais, usam de movimentos sociais para obtenção de mais espaço e justiça na sociedade como um todo.                                                                                                                                                                  Observando este contexto, depreende-se que um sistema rígido pautado em disposições normativas inflexíveis não são benéficas para todos os cidadãos. Portanto, é preciso adequar o direito às novas realidades que surgem, para que o princípio da isonomia faça algum sentido.

Ingrid Juliane dos Santos Ferreira - 1º ano direito noturno