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segunda-feira, 7 de abril de 2014

Aplicação e ideias de Francis Bacon

    Uma das coisas que mais dá credibilidade a uma ideia é a experimentação, um artifício que pode ser usado tanto para tentativa e erro quanto para a confirmação de hipóteses. E esse método foi empregado por diversos cientistas e filósofos, entre eles Francis Bacon que defendia o uso da experimentação guiada pelo raciocínio indutivo. Bacon inclusive dava valor ao concreto e condenava silogismos pois, segundo ele, ‘’ O silogismo não é empregado para o descobrimento dos princípios das ciências, [...] pois se encontra distante das dificuldades da natureza ’’. Segundo ele ainda, as mãos e o intelecto dependem da ajuda de instrumentos e recursos auxiliares e como incentivava tal prática para o estudo dos fenômenos naturais, recebeu o apelido de ‘’ torturador da natureza ‘’.

   Outra ideia apresentada por Francis Bacon era o conceito de Ídolos como falsas noções do mundo, dificultando o acesso à verdade e indica quatro tipos: Tribo (distorções provocadas pela mente humana), Caverna (relações estabelecidas pelo homem com o mundo à sua volta), Foro (influência das associações de um indivíduos) e Teatro (representações teatralizadas e impregnadas de equívocos e superstições). O ideal seria eliminar esses ídolos do espírito humano e levá-lo ao conhecimento de um método capaz de garantir o controle sobre a natureza.

Desconstruindo o Poder Político

              O poder é a capacidade de impor algo a alguém, e a política é a ciência de governar, poder político é a capacidade de impor algo a um grupo de pessoas fazendo com que eles sejam governados. Governar é conduzir um grupo de pessoas para um determinado fim. Essa é a estrutura que rege a humanidade, só há uma questão, para onde estamos sendo guiados?
             O poder político constrói e destrói estados e ele é o responsável por tudo que acontecem em nossas vidas. É o poder político que dita o comemos, o que vestimos, o que fazemos durante as tardes, o que ouvimos; ele que dá a direção para onde caminharemos. Quem detêm o poder político em um dito Estado Democrático de Direito como o nosso, é um homem, que foi eleito a partir do conceito de uma Democracia Representativa. A Democracia é um governo em que o povo governa.
               Você sente seus direitos sendo representados por esse homem a quem nós escolhemos? Você está de acordo com o destino para o qual ele está nos guiando? Quais são os interesses dele para se candidatar a ser nosso guia? Como posso me sentir seguro e feliz em uma sociedade que não se para onde caminha? Aliás, eu até sei, só não concordo com isso. Eu quero o meu poder.  

O Pai da Ciência Moderna

         Francis Bacon foi um político e filósofo e ensaísta inglês, que viveu na Inglaterra no período do Renascimento Clássico. Bacon como grande filósofo é considerado o fundador da ciência moderna, devido a forma que ele propôs para que nós encarássemos a realidade.
             Bacon nos propõem a pensar ciência nos abstendo: das distorções provocadas pela mente humana, o Ídolo da Tribo, em que todas as explicações são sobrenaturais e nos afastam da realidade; das relações estabelecidas pelo homem com o mundo a sua volta, o Ídolo da Caverna, que não tem dimensão do mundo a sua volta, e vê como realidade definitiva aquilo que está a frente de seus olhos; dos individuo e a influencia de suas associações, Ídolo do Foro, que usa sua influência para se favorecer; e das representações teatralizadas e impregnadas de equívocos e superstições, o Ídolo do Teatro, que usa do sublime e fantástico para explicar o mundo a sua volta.
            Tal pensamento nos afasta da fantasia e nos traz a luz da sabedoria. Francis Bacon é considerado o pai da ciência moderna por este motivo, não apenas nos trouxe um método, mas nos mostrou que apenas precisávamos criar um. 

Reorganização do conhecimento

    Francis Bacon em sua obra “Novum Organum” usa a experiência como interpretação do mundo. Bacon, ainda, critica diversos assuntos, como: a metafísica, a ciência apenas como exercício da mente, os gregos e sua filosofia (a filosofia tradicional para ele não serve como bem estar do homem). Para Bacon “saber é poder”. Ainda propõe de dois métodos: o cultivo das ciências (próprio da filosofia tradicional) e a descoberta cientifica (exploração e experimentação). O método dele, contudo, é tão fácil de ser apresentado como difícil de aplicar. Consiste no estabelecer os graus de certezas, determinar o alcance exato dos sentidos e rejeitar, na maior parte dos casos, o labor da mente, calcado muito de perto sobre aqueles, abrindo e promovendo, assim, a nova e certa via da mente, que de resto, provém das próprias percepções sensíveis.
     No que se refere ao "Novum Organum", Bacon preocupou-se inicialmente com a análise de falsas noções (ídolos) que se revelam responsáveis pelos erros cometidos pela ciência ou pelos homens que dizem fazer ciência. É um dos aspectos mais fascinantes e de interesse permanente na filosofia de Bacon. Esses ídolos foram classificados em quatro grupos: ídolos da tribo (ocorrem por conta das deficiências do próprio espírito humano e se revelam pela facilidade com que generalizamos com base nos casos favoráveis, omitindo os desfavoráveis); ídolos da caverna (resultam da própria educação e da pressão dos costumes. Há, obviamente, uma alusão à alegoria da caverna platônica); ídolos do fórum (estes estão vinculados à linguagem e decorrem do mau uso que dela fazemos); ídolos do teatro (decorrem da irrestrita subordinação à autoridade (por exemplo, a de Aristóteles). Os sistemas filosóficos careciam de demonstração, eram pura invenção como as peças de teatro).

     Portanto, partindo de seu pressuposto de que a melhor demonstração é de longe, a experiência, desde que se atenha rigorosamente ao experimento, Bacon deixou seu legado até os dias atuais pois a ciência passou a representar um meio em busca de um fim, qual seja, o domínio do homem sobre a natureza. O desejo de Bacon de promover uma reorganização do domínio do conhecimento humano, baseando-se não no antigo conhecimento escolástico, mas no novo conhecimento científico foi partilhado por educadores, filósofos e estadistas de seu tempo. À educação escolar caberia assegurar a disseminação deste novo conhecimento que, devidamente unificado, estaria ao alcance de todas as crianças


Natalia Caetano - 1º ano noturno

Contradições sobre o desenvolvimento

    O filme “O Ponto de Mutação” conta a história de três pessoas de diferentes camadas sociais, que apresentam diferentes modos de enxergar a vida. Essas pessoas entram em uma discussão sobre suas perspectivas do mundo, a partir do modo de funcionamento de um relógio muito antigo. Essas três personagens são: uma cientista que vê seus ideais traídos e está desencantada com o projeto Guerra nas Estrelas, um senador candidato à presidência dos Estados Unidos e um dramaturgo em crise. Em um único dia, os três invocam diversos temas e pessoas para compreenderem os paradigmas do futuro.
    O filme investiga as implicações e impactos do que tomava a forma de uma mudança de paradigmas, com seu ponto de partida na observação de que os principais problemas visíveis do século são todos sintomas ou aspectos diversos do que, no fundo, não passa de uma única crise fundamental. Esta crise é promovida quando, pela educação, cultura e ideologia dominantes, nós e nossas instituições adotamos conceitos e introduzimos valores que, apesar de sentidos como obsoletos, servem para justificar e racionalizar sentimentos menos nobres. Assim, propõe que é mais correto se falar em eventos e inter-relações como a descrição da realidade do que dizer que determinadas partes atuam de tal ou tal forma para definir o todo.
    Dessa forma, a cientista, que faz duras críticas ao método, dito cartesiano, utilizado pelos governantes da atualidade de avaliar a natureza e a sociedade afirma que não se pode desconstruir a natureza e analisá-la em pedaços independentes sem qualquer inter-relação. A partir daí, questões ambientais começam a ser abordadas constantemente, tentando buscar um maior desenvolvimento da sociedade de forma sustentável. O senador, por sua vez afirma que não é possível adotar ideias como as propostas de uma forma que os eleitores aceitem a mudança da visão capitalista americana para uma visão um pouco mais socialista e sustentável.

    Pôde-se perceber, então, que o filme consiste em uma crítica, podendo-se correlacionar com algumas atuais, ao modo em que os governantes gerem sua política, sobretudo a política ambiental, trazendo aos espectadores a ideia que o único modo de evitar que a natureza ‘morra’ é uma mudança de postura por parte de todos, começando pelos eleitores, representando toda a sociedade, e, em seguida, dos políticos.


Natalia Caetano - 1º ano noturno

O relógio não bateu o ponto.

Relógio
“As coisas são
As coisas vêm
As coisas vão
As coisas
Vão e vêm
Não em vão
As horas
Vão e vêm
Não em vão”
Oswald de Andrade

Ponto de Mutação. Ebulição. Sublimação. Fusão. Passagem de um estado para o outro. Do velho, do antigo, do que é previsto. Renovar o que foi envelhecido. Um mundo que precisa de uma revolução.
O filme de Bernt Amdeus Capra aborda um plural de temas e analogias sobre a sociedade atual, criticando e pedindo uma inovação da parte do governo e do indivíduo social. O sistema que existe atualmente é falho e incapaz de solucionar os problemas essenciais do ser humano, uma vez que a natureza, o Estado e o coletivo vivem uma espécie de interação biológica. Ou seja, um depende do outro para sobreviver, sendo imprescindível tolerar a exploração da fauna e flora, a ameaça nuclear, a desigualdade, os preconceitos e etc. sem esperar um retorno igualmente grotesco para si próprio.

Apesar dos grandes discursos de inovação, de melhorias, de “mudar” toda a filosofia do mundo, percebe-se que os próprios protagonistas não conseguem atuar suas ideias no meio em que vivem. O político descrê que conseguiria ser eleito à presidência do Estados Unidos com promessas verdes, enquanto o poeta e a ex cientista preferem se isolar do mundo. A prática, portanto, continua sendo uma utopia, nada de significativo foi renovado.

Clareza científica X fantasia

Diversos filósofos defendiam a aplicabilidade do conhecimento adquirido, e dessa ideia advém a crítica de Francis Bacon à filosofia tradicional, ao declarar que aquela era apenas contemplativa, sendo " farta em palavras, mas estéril em obras". O filósofo acreditar na dinâmica de inovação permanente da ciência (não mais como contemplação do mundo, mas como o pensar sobre a transformação da condição humana) e de um método sempre inovador que alcançasse o conhecimento, esse guiado pela razão, observação e experimentação. Essa máxima de inovação permanente é condizente com o mundo contemporânea, já que nota-se claramente que os países que estão sempre a frente são os que buscam investir em tecnologia e pesquisa.
Ademais, defendia a interpretação do mundo pela ciência ao atribuir aos sentidos a impossibilidade do erro, salvo ao analisar coisas microscópicas. Os sentidos não se enganariam, porém, após a observação, ainda se faz necessário a experimentação, pois aqueles possuem um limite de alcance máximo, e para que assim a clareza científica seja plenamente alcançada, e não se cegue pela fantasia. Logo, a ciência não deveria ser um mero exercício da mente, sem que haja construção de conhecimento aplicável, não poderia deixar que ela se guiasse por si mesma. Acreditava no emprego de ferramentas que pudessem ampliar a capacidade humana, tanto no uso da força bruta como no uso da mente.
Bacon dissertava sobre falsas noções que invadiam a mente humana e o impediam de encontrar a verdade, eram essas denominadas: ídolos da tribo (erros advindos da própria natureza humana); ídolos da caverna (fundadas na própria personalidade do indivíduo); ídolos do foto (formados a partir da integração social, em especial pelas palavras usadas que confundem a mente); e ídolos do teatro (advindos da filosofia, em que falsas doutrinas levaram à axiomas).
Em virtude disso, conclui-se que seu pensamento, exposto na obra Novum Organum, é condizente com a realidade contemporânea, desde o ponto em que defende a aplicabilidade e inovação constante do conhecimento científico, até onde acredita estar o pensamento humano baseado em falsos axiomas, já que quando o indivíduo acredita estar certo sobre algum aspecto, deixa de ver provas que o provariam errado.

A importância do pensamento baconiano


 Francis Bacon foi um pensador que inovou o método científico ao criticar a filosofia e a ciência de sua época por valorizarem o simples ato de pensar, chamado de “labor da mente”, desconsiderando a experiência e a realidade natural que os cerca.
Em seu novo método, propõe a purificação dos chamados ídolos, que são os preconceitos que temos e nos fazem refutar os novos conhecimentos. Através de dois processos: um denominado antecipação da mente, o qual busca o experimento como método de condução; o outro chamado Interpretação da Natureza. Estes ídolos podem ser classificados como da tribo, compostos pelos sentidos humanos e da mente; da caverna, que pode ser interpretada como a bagagem cultural de um indivíduo (obtido através da educação e comunicação com outras pessoas); do foro, composto pelas diversas associações entre os homens como o comércio e do teatro, o qual se relaciona com as filosofias e ciências retrógradas, que iludem a população quanto a ideia do progresso.
Desse modo Bacon reconhece que sua filosofia não pretende se colocar ao alcance dos homens comuns, embora alcançasse o apoio da burguesia em ascensão por efetuar uma ciência que visasse fins práticos, ao invés do simples “labor da mente”, sendo por isso chamado de pai da ciência moderna.


Gustavo Geniselli da Silva       Direito Diurno

A sistemática do estudo e suas implicações

   O filme “ O Ponto de Mutação” narra o discurso entre três personalidades distintas: um político, um poeta e uma física. A discussão é baseada na realidade vigente no mundo no que diz respeito à falta de percepção dos indivíduos sobre problemas de extrema relevância. Como por exemplo, a sustentabilidade, ao passo que interesses puramente econômicos são levados em consideração em detrimento à preservação de riquezas naturais.

   É abordada durante a narrativa, a questão da sistematização do conhecimento. Nesse sentido, é colocada em pauta a visão mecanicista como uma concepção que não se preocupa com uma reflexão mais profunda acerca do assunto tratado. Dessa maneira, é denunciada a falta de interdisciplinaridade nas formas de estudo, o que acaba gerando uma falta de noção geral do mundo e de suas problemáticas.


   De uma maneira geral, o intuito do filme é questionar o comportamento acomodado da sociedade diante das contradições presentes no ambiente no qual está inserida. Incitando assim, uma nova visão de mundo que não se delimite a reflexões acerca de fragmentos de um universo social. 


Marilana Lopes dos Santos -  1° Ano Direito Diurno 
Ponto de mutação

              O filme ponto de mutação, dirigido por Bernt Capra traz em si um debate entre um político, um poeta e uma cientista. Logo de início, é possível se concluir que um dos objetivos do autor é promover um debate multifacetado, ou seja, proferido por pessoas de diferenciadas visões e compreensões do mundo.
              O enredo do filme é propositalmente simples afim de preconizar as discussões das personagens: os três põem-se a discutir temas dos mais variados, de Descartes à física quântica, com o propósito de compreender os paradigmas do futuro.
             É dado também bastante enfoque nas questões do meio ambiente e dos prejuízos que o homem poderá ter se continuar a agir da maneira individualista e materializada que age. As ações do homem de certo trarão conseqüências para o homem.

Victor Xavier Cardoso

Primeiro ano noturno
Francis Bacon

                        Francis Bacon (1561-1626), filósofo, político e estadista inglês, é por muitos considerado o fundador da ciência moderna.  Em sua principal obra, “Novum Organum” (novo método), a ciência da época deveria se submeter a uma “grande restauração”, a qual era composta por seis principais partes: “classificação das ciências”, “novo método”, “fenômenos do universo”, “escala do entendimento”, “introdução” e “ciência nova”.
                           Os fatores promovedores da insatisfação de Bacon em relação à ciência de sua época são muito bem pontuados em sua obra (ídolos). Classificou-os em quatro grupos: os ídolos de raça (deficiências do próprio espírito humano e se revelam pela facilidade com que generalizamos com base nos casos favoráveis, omitindo os desfavoráveis), os ídolos de caverna (própria educação e pressão dos costumes), os ídolos da vida pública (mau uso da linguagem) e os ídolos da autoridade (irrestrita subordinação à autoridade). Por conta desses empecilhos, a ciência até então instaurada poderia levar o homem a conclusões erradas.
                              O esboço racional de uma nova metodologia científica proposta pelo filósofo prima claramente pelo empirismo, isto é, pela experimentação. A ciência deixaria de ser um mero exercício da mente, baseada em deduções, e passaria a ser resultado de testes e comprovações de teor prático, o que por óbvio contraria o pensamente aristotélico até então vigente.

Victor Xavier Cardoso

Primeiro ano noturno

A teoria de Bacon e suas aplicações

    Filósofo e político inglês do final do século XVI e começo do século XVII, Francis Bacon presenciou mudanças ideário-políticas na sociedade em que estava inserido, como bem, o surgimento de uma nova classe social, a burguesia. Dessa maneira, a maior dinâmica do quadro social em questão serviu como plano de fundo para um novo pensamento acerca da ciência.

     Assim como Descartes, Bacon critica a filosofia tradicional aristotélica, pois essa não atua de modo a preservar o bem-estar do homem, ou seja, não apresenta utilidade prática para a vida desse. Atrelado à isso, a concepção baconiana de ciência afirma só ser possível uma interpretação válida da natureza se tal for fruto de exploração e processos experimentais.   

      Sua máxima “saber é poder” pode ser analisada sobre diversas teorias. Uma delas está relacionada à posição que a Inglaterra ocupava à época vivida pelo autor. Por deter maior poderio bélico e formas de produção de tecido mais avançadas, a conquista inglesa sobre países como a Índia se baseou em ideias que sobrepujavam uma cultura à outra. Em contrapartida, a relação entre saber e poder também pode ser observada levando-se em consideração os estudos e comprovações teóricas como formas de dominação de determinado assunto por um estudioso.

        Tal perspectiva empírica acerca dos fatos está presente também na ciência moderna do direito, que por sua vez se vale da prova para se chegar a uma conclusão. Nesse sentido, tanto para Bacon como para a ciência jurídica, teoria e prática devem estar atreladas para que se conheça a verdadeira realidade. 


Marilana Lopes dos Santos - 1º Ano Direito Diurno 

Por uma ciência não mecânica

O roteiro do filme Ponto de Mutação é um grande diálogo entre três personagens: Jack, um político norte americano, Thomas um escritor e poeta e Sonia uma especialista em física quantica em período sabático. Seu diálogo centra em um tema: a ciência moderna, seus problemas e limitações e as novas formas de ciência que estão surgindo.

Segunda a personagem Sonia, Renê Descartes e Francis Bacon foram os inauguradores da visão hegemonica da ciência atual. Eles inauguraram uma nova forma de pensar e olhar o mundo, uma visão mecanicista. Mecanicista porque todo o universo e a natureza foram reduzidos a uma simples máquina, que poderia ser estudada e modificada separando as partes que a compõe e trabalhando com elas separadamente. As plantas, os animais, os humanos, a arte, a política, enfim todas as esferas da vida, poderiam ser compartimentadas e dissecadas em nome de um conhecimento melhor e mais efetivo.

Ainda segundo a personagem Sonia, tal visão é extremamente dominadora e busca escravisar e controlar a natureza, faze-la dobrar-se a vontade do homens. Tal visão teria encontrado sua consumação final com Isaac Newton e suas Leis da Física. Depois desse cientista, a natureza não era mais vista como algo vivo mas como partículas que se moviam de acordo com leis que poderiam ser compreendidas e influenciadas.

Como contraponto a essa ciência mecanicista, a personagem propõe uma visão de mundo sistêmica, ou ecológica como ela gosta de chamar. Nesse novo paradigma o princípio não seria a compartimentação mas a interrelação. O pressuposto é que todas as coisas estão conectadas através de uma rede de relações. Tal rede é compreendida como viva, capaz de se auto-organizar e auto-renovar, sempre buscando uma estabilidade dos padrões. Nesse sistema a árvore não seria mais composta somente de folhas, caule e raíz, mas ela seriam compreendida levando em conta todas as suas relações com o ambiente que vive, com as outras árvores, a floresta, os animais, a atmosfera e o ambiente.

O triunfo da razão

Francis Bacon é considerado um dos fundadores do racionalismo científico. Descontente com as limitações da filosofia e das ciências de seu tempo, iniciou uma revolução no campo do conhecimento através da proposição de um novo método.
Segundo Bacon, seu método procurava curar a mente, que estava presa num labirinto criado por ela mesma. Para ele, a mente sozinha possui limitações pois ela precisa de guias para completar seu trajeto. E o guia necessário para o seu desenvolvimento seria a experiência prática aliada a um novo método.

O método proposto consistiria em dividir o objeto de análise em diversos pedaços e analisa-los separadamente. Com os resultados poderia-se estabelecer certos graus de certeza sobre o objeto e progredir a investigação através deles. Quando o cientista tivesse estabelecido graus de certeza sobre uma quantidade suficiente de objetos, ele deviria reuni-los de volta para conseguir uma explicação satisfatória do objeto maior.

Como a modernidade e a história nos contam, seu método foi empregado em praticamente todas as ciências nos séculos que viriam e é ainda hoje utilizado pelos cientistas.

Outra grande contribuição dada pelo autor, uma que continua extremamente atual, principalmente dentro das ciências humanas é sua oposição ao que denominava ídolos.

Os ídolos seriam de quatro tipos. Os ídolos das tribo são os advindos da natureza humana e portanto limitada e passível de se enganar pelos sentidos. Os ídolos da caverna são advindos do próprio indivíduo e suas perspectivas em relação ao mundo e as idéias. Os ídolos do foro são aqueles formados no convívio social e na confluência de idéias que os membros de um grupo mantém entre si. E por último, os ídolos do teatro, aqueles advindos das doutrinas filosóficas e que criam fábulas e narrativas de explicação do mundo.

Saber é poder

A Revolução Industrial gerou profundas mudanças que politicamente se consolidaram com a queda da dinastia Stuart durante a Revolução Gloriosa. Assim, o empirismo deve ser considerado nesse contexto, pois seu método valoriza muito a experiência concreta do indivíduo para a realização do conhecimento em detrimento de uma especulação e metafísica tradicional.
Contemporâneo de Descartes, Francis Bacon é considerado um dos primeiros pensadores modernos. Tinha uma postura, contudo, contraria ao pensamento cartesiano, e pregava o método experimental contrária a especulação metafísica. Pode-se dizer que a contribuição de Bacon para a história do pensamento filosófico foram duas: seu método experimental, o qual faz uso do método indutivo, e também a relação crítica – Teoria dos Ídolos – com relação com aquilo que pode comprometer o progresso do conhecimento.
Em uma de suas obras: Novum organum, na qual apresenta seu método experimental, Bacon afirma que só existe clareza obtida através da experiência. A Ciência pode ser designada precisamente como o resultado da exitosa combinação da “natureza do espírito” e da “natureza das coisas” pela pesquisa. De modo que a descoberta científica é a busca do conhecimento novo por meio da exploração e experimentação sem limites. Novo Organum é caracterizado por Bacon como a doutrina do “melhor uso da razão na investigação das coisas e sobre os verdadeiros subsídios da razão”.
Além da formulação do método, Bacon também analisa os erros que podem vir atrapalhar o conhecimento. Ele simboliza, em sua visão, cada ilusão como um ídolo, ou seja, ídolos são noções falsas que ocupam o intelecto humano, obstruindo o acesso a verdade. Assim, é preciso propor um novo modelo de ciência que não caia nas mesmas armadilhas dos ídolos: o método indutivo experimental.

Giovani Rosa 1º Direito Noturno

Combate ao espelho desigual.

“O intelecto humano é semelhante a um espelho que reflete desigualmente os raios das coisas e, dessa forma, as distorce e corrompe.” Francis Bacon

Francis Bacon, em sua obra “Novun Organum”, critica a ciência antiga prevalecida até então por Aristóteles. Em sua justificativa, discursa que há uma necessidade de se observar o que é invisível aos olhos e imperceptível aos sentidos. Propõe um método científico que pudesse ser inovador e verdadeiro, através da interpretação da natureza, e não apenas de sua antecipação e previsão. A necessidade desse novo método seria encontrar um resultado prático para os homens, para que tal natureza lhe servisse e lhe fosse submissa.
Declara também que todo os resultados até então alcançados seriam apenas frutos do acaso e de tentativas, não traziam nenhuma inovação, apenas desmembramentos de descobertas anteriores. Ressalta, porém, que o objetivo não seria realizar algo que nunca tivesse sido feito, mas sim proceder de métodos ainda não tentados.

Bacon discorre sobre as falsas percepções do mundo, as quais seriam o reflexo desigual do espelho, dito na frase do começo do texto. Seriam essas chamadas de ídolos: Ídolos da Tribo, Ídolos da Caverna, Ídolos do Foro e Ídolos do Teatro. A primeira vincularia nas distorções provocadas pela própria mente humana e seus sentidos errôneos. A segunda, nas relações entre o homem e o mundo a sua volta, assim como todo seu conhecimento e a formação adquiridas em sua vida. Ídolos do Foro refere-se as associações entre os indivíduos, onde as conversas impróprias e inadequadas bloqueariam o intelecto. Por último, Ídolos do Teatro se trataria das superstições, da astrologia, da magia. Representações equivocadas em que o indivíduo estaria envolto. São essas as razões que traziam o obstáculo de uma nova ciência, sem falácia dos sentidos. Por esse motivo, Bacon foi considerado o fundador da Ciência Moderna.

Essa é uma imagem que pode se entrelaçar com as críticas de Francis. Quando uma fato não é observado e experimentado corretamente, seus axiomas gerados não tem base concreta. Haveria três ou quatro paralelepípedos a baixo?


Novas perspectivas

No filme “Ponto de mutação”, um político, um poeta e uma cientista refletem sobre a vida e criticam a situação em que o mundo se encontra. Enfatiza-se a necessidade de uma nova maneira de entender a vida, bem como a mudança dos valores, das instituições e dos ideais, já que a visão mecanicista, na qual as pessoas são vistas como máquinas, está ultrapassada, ou seja, a visão de Descartes, na qual tudo deve ser reduzido e depois analisado, apresenta limitações para o mundo atual. Além disso, também é citado Francis Bacon, para o qual a natureza deveria ser escravizada e explorada, de modo a conseguir dominá-la, fazendo com que a ciência promovesse o progresso, o que é mostrado no filme através da engrenagem, que representa a ruptura do homem com a natureza.

A perspectiva é uma qualidade em falta, pois a ciência e a tecnologia passaram a ser usadas para que uma minoria pudesse obter benefícios próprios. Isso justifica a ideia apresentada no início do filme de que se deve emancipar dos princípios morais ou ficar horrorizado com a forma como as pessoas agem e, como exemplo, cita-se o Brasil, no qual há o desmatamento da Amazônia para a criação de pastos, desconsiderando as consequências negativas que agravam o efeito estufa, assim como a subnutrição existente em alguns países, para que a arrecadação do dinheiro seja voltada para o pagamento de impostos e dívidas. 
Portanto, nota-se que um dos enfoques do filme é o desenvolvimento econômico em oposição à sustentabilidade, mostrando que há conexões, ou seja, há interdependência entre os fatos e, por isso, é necessário desafiar as ideias convencionais e analisar o mundo como um todo, o que pode ser observado na fala da cientista sobre a teoria dos sistemas.

Isabela Dias Magnani - 1º ano Direito noturno

O pai da Ciência Moderna

Francis Bacon foi um importante filosofo dos séculos  XVI e XVII, considerado um dos fundadores da Ciência Moderna. Defendia o método científico como fonte de conhecimento, já que para ele a mente sozinha não tem capacidade de chegar à verdade dos fatos, por isso era necessário a observação e a experimentação, reguladas pela razão.
  Para o filosofo, a investigação da realidade era feita por dois métodos, um destinado ao cultivo das ciências e o outro a descoberta cientifica. O primeiro, criticado por ele, seria o conhecimento contemplativo, já o segundo seria a busca pelo conhecimento através da interpretação da natureza.

  Bacon acreditava que existiam falsas percepções do mundo, que foram chamadas por ele de ídolos: "ídolos da tribo" (distorções provocadas pela mente humana); "ídolos da caverna" (as relações estabelecidas pelo homem com o mundo a sua volta); "ídolos do foro” (individuo e a influencia de suas associações) e "ídolos do teatro” (representações teatralizadas e impregnadas de equívocos e superstições). E como para ele distorções engendram falsas teorias, era preciso lutar contra elas para chegar ao conhecimento.

Betina Pereira Rabelo,1º Ano, Direito Noturno.

Em busca do equilíbrio

  O filme o "Ponto de Mutação" foi baseado no livro de Fritjof Capra e dirigido por Berntfundou Capra. Trata-se do dialogo entre três pessoas, um ex candidato a presidência dos Estados Unidos, um poeta e uma física, ambientado em uma construção medieval.
  A discussão inicia-se quando entram em uma sala, onde esta localizado um imenso relógio antigo. A cientista passa a criticar a visão cartesiana do mundo, que o relacionava a um relógio, em que a analise de cada peça levaria a compreensão do todo. Para ela deve-se entender primeiramente o todo, percebendo sua integração, o que levaria a sua compreensão. 
  Alem disso são abordados vários assuntos, como a física quântica, a política atual, doenças, os problemas pessoais dos envolvidos na conversa, destacando-se um assunto bastante discutido atualmente, a degradação do meio ambiente, em relação a isso a sustentabilidade é defendida como solução, sendo ela o uso consciente dos recursos naturais, sem comprometer o uso destes para as gerações futuras.

  "Ponto de Mutação" 'e um grande filme que mostra a importância da relação dos pensamentos e ações do homem dentro do contexto do desenvolvimento sustentável, buscando o equilíbrio, abrangendo o ponto de vista político, físico e literário.

Betina Pereira Rabelo,1º Ano, Direito Noturno.

Qual o Verdadeiro Conhecimento?

Para Bacon a ciência era igual ao empirismo, a uma coisa vivida, que poderia ser provada por uma experiência, que se pudesse formular uma lei para provar um fenômeno através dela, a ciência seria então, em pensamento semelhante ao de Descartes, uma forma de alterar a realidade á favor da utilidade.
Sendo assim é fácil entender o porque da sua crítica agressiva á filosofia e aos gregos; a filosofia não serviria ao bem estar do homem, seria estéril, a metafísica também sofreu uma critica pois explicava o ser das coisas á partir das idéias, e não do físico, não havia experiência e assim, não havia utilidade.
A frase chave de ‘’Saber é Poder’’ é tão inspiradora quanto subjetiva, ao mesmo tempo que de fato quando mais se sabe em teoria mais se tem poder, pois você pode melhorar sua vida financeiramente, tecnicamente e praticamente,  também você pode cair na presunção do ‘’tudo sabe’’ e assim se achar superior aos outros estando baseado no seu conhecimento alegadamente superior. Parece simples, mas há inúmeras formas de saber, qual delas levariam ao poder? Ou seriam todas elas? Entre um professor universitário com pós doutorado e um batedor de uma empresa de transportes quem tem mais conhecimento? È fácil falar que é o professor, mas e o conhecimento vasto na área de estradas e mecânica do batedor? Enfim cada um tem o seu saber, e nem sempre, ou quase nunca, ele de fato é poder.

Atualmente podemos dizer em poderio financeiro, militar, político e social, todos de alguma forma derivam do saber, porém todos de alguma forma sobrepõe o saber, por isso parece que o saber é mais uma ferramenta para se ter o poder do que o poder em si, ainda mais nas aplicações modernas de ciência e tecnologia

O Ponto de Mutação de Cada Um

Sempre há algo estranho em se assumir que somos máquinas.Máquinas não tem sentimentos, não amam, não mudam de ideia e resolvem reverter ou apagar todo um processo, máquinas são previsíveis, não ficam tristes ou bravas, quando não estão em perfeito funcionamento são arrumadas, se estão além do reparo, são descartadas.
Dois momentos no filme ''Ponto de Mutação'' chamam a atenção; ''nenhum Santo se sustenta sozinho'' e ''não somos como um relógio, não somos máquinas''. Talvez o maior problema de um pensamento Cartesiano, Baconiano,Mecanicista ou Positivo seja justamente a busca por leis gerais ou por uma equação que dê fim aos problemas ou mesmo tente explica-los.
 ''Nenhum Santo se sustenta sozinho'', no filme o politico explica as obvias implicações disso na sua área, mas na vida é exatamente a mesma coisa, ''não somos como um relógio'' apesar de tentativas muito frequentes de analogias em relação a eles.A ciência á serviço da humanidade é um sonho antigo, mas a humanidade não é uma máquina que quer a ciência para melhorar seu funcionamento e gerar melhores resultados apenas, a humanidade se orgulha de ideologias e conflitos internos que nenhuma engrenagem jamais terá, um laser com um potencial para fins medicinais que tenha um minimo de possibilidade de ser utilizado belicamente será utilizado belicamente, e não deixa de ser ciência.
Os três estereótipos no filme são interessantes, um político, um poeta e uma cientista; um busca tirar proveito das coisas, um busca contemplá-las, e outro dominá-las, nenhum certo e nenhum errado, apenas cada um a sua maneira e com seus objetivos.

Enfim, o que trava tanto o pensamento mecanicista e o filosófico? Não seria o fato de que cada um é cada um, e que apesar de termos um padrão de ações e emoções em comum não somos iguais, mas ao mesmo tempo não somos tão diferentes? Apenas contemplar as coisas, o mundo e as pessoas não parece uma forma de alcançar vôos maiores, porém tratá-las como máquinas que se comportam como um relógio para assim dominar e progredir é um pensamento distante e errático.

A necessidade de um novo sistema.

Através de uma análise do filme “O Ponto de Mutação” percebe-se a dificuldade presente em entender e alterar o mundo. Logo no começo, o diálogo entre as personagens questiona a eficiência do método cartesiano, que divide o todo em pequenas partes, que por sua vez são mais fáceis de serem entendidas, e compreende a natureza e as sociedades como algo mecânico, feito de diversas peças unidas. Esse método, segundo as personagens, não é mais eficiente no mundo atual já que nossas relações são complexas demais para serem vistas apenas em partes.
O diálogo avança e então questiona as teorias de Francis Bacon, principalmente o fato de ele dizer que a natureza deve ser explorada e manipulada pelo homem, a busca incessante por poder e a ideologia que diz que por poder tudo é válido, que a ciência não tem moral.
Depois dessas criticas, somos apresentados às dificuldades que existem para mudar o nosso sistema, conservador e sistemático, que visa satisfazer apenas problemas atuais ao invés de tentar preveni-los.
Por fim somos apresentados a uma ideologia moderna, que compreende tudo como sistemas, que se relacionam de forma cada vez mais ligada, só que ainda não consegue descrever de forma completa a nossa realidade, assim como não consegue resolver todas as mazelas desta.

No meu ver, acredito que o filme nos mostra a necessidade que possuímos de uma nova maneira de compreender o mundo, maneira esta que estude todas as pequenas partes da realidade, mas que  consiga entender o todo como uma relação dessas partes, que respeite a natureza e que por fim considere também os indivíduos comuns, humanos, mortais, com suas ideologias, paixões, desejos, para que, ao ser aplicada, consiga melhorar o mundo e se adaptar as necessidades que nossa sociedade e nossas ciências possuem hoje.

 Felipe Reolon - 1°ano noturno

Da experiência ao conhecimento

Francis Bacon foi um filósofo inglês, importante na formulação de teorias que fundamentaram a ciência   moderna. Defensor do uso do método científico (empirismo), escreve a obra "Novo Organum", na qual expõe sua filosofia da ciência, em que enaltece a primazia dos fatos em relação a teoria ,alem  criticar a filosofia grega. 

Bacon buscava a interpretação do mundo pela experiência; sendo assim, propôs dois métodos para a ciência , são eles : O cultivo das ciências e a Descoberta científica. O primeiro consiste na ideia de conhecimento próprio da filosofia; o segundo, na busca do conhecimento por meio da exploração, interpretação da natureza. O filósofo criticava a ciência como mero exercício da mente humana , para ele "saber é poder", ou seja , a exploração da natureza consiste na única forma de compreendê-la.

No que se refere a sua obra "Novo Organum", Bacon preocupou-se com a análise de falsas noções (ídolos) que são responsáveis pelos erros cometidos pela ciência ou pelos homens; os ídolos são obstáculos na busca pela verdade. São 4 os gêneros de ídolos que bloqueiam a mente humana , são eles : ídolos da tribo (humanidade), ídolos da caverna (heterogeneidade), ídolos do foro (linguagem) e os ídolos do teatro (filosofia).

O objetivo do método de Bacon é encontrar uma nova maneira de estudar os fenômenos naturais; para ele a descoberta de fatos verdadeiros não depende de silogismos, como propôs Aristóteles, e sim da observação e experiência.



Bruna Ianela Corrêa - 1° semestre - Direito Noturno

Uma Mudança Necessária



O ponto de mutação é um filme que representa o debate entre as visões de mundo por um político chamado Jack, um poeta denominado Thomas e uma cientista cujo nome é Sonia. O político se manifesta inicialmente defendendo o pensamento reducionista de Descartes, que compara o objeto de estudo a um relógio, no qual se faz necessário desmontá-lo em várias partes a fim de as analisar para julgar o todo, a cientista ressalta as limitações do modelo cartesiano no contexto atual e argumenta a favor de um modelo holístico, o qual denomina teoria dos sistemas, que visa a interpretação dos fenômenos de forma ampla; enquanto que o poeta contribui ao estabelecer relações entre as ideias debatidas, e os pensamentos de poetas e filósofos.
Neste debate são inclusos temas pertinentes e atuais, como a questão da fome no mundo, que é interpretada como uma consequência das dívidas dos países afetados geradas ao longo de um longo processo histórico desigual,bem como a ética do sistema de financiamento científico contemporâneo, que utiliza das invenções dos cientistas com fins bélicos (e muitas vezes sem o conhecimento do cientista, como ocorrido com a Sonia, que teve seu projeto do uso de raios x alterado de uma possível cura do câncer para uma arma).
Outro assunto muito importante abordado é a relação do homem com a natureza e suas causas e efeitos, citando problemas ambientais atuais como o efeito estufa, a destruição da floresta Amazônica para a agropecuária e a poluição tanto das águas quanto dos solos.

Gustavo Geniselli da Silva             Direito Diurno

Nova óptica

Iniciou-se no século XIII uma verdadeira revolução, a quarta cruzada reabriu o mar mediterrâneo, o que dinamizou a fechada economia e sociedade europeias, dissolvendo a ordem feudal. Já no século XVI, o Renascimento interferiu nos valores cristãos e no século seguinte René Descartes e Francis Bacon vieram contribuir para a concretização do processo revolucionário ao apresentar seus métodos cartesiano e empírico, respectivamente.

Desde então, vivemos marcados pela visão cientificista e racional, que vê o mundo como uma máquina: um relógio feito de peças desmontáveis e independentes. A nova ordem mundial foi calcada pela ideia de que “saber é poder” e, realmente, aqueles que detinham o saber conquistaram o poder. Os Estados Unidos em 1945 apresentaram sua rosa radioativa, que reduziu mais de 200 mil civis a pó e colocou o país como potência absoluta.

Contudo, qual o preço a ser pago pela morte desses inocentes? Um pedido oficial de desculpas pode ser suficiente, por se tratar dos ganhadores. Assim, a vida vem sendo cada vez mais banalizada. Qual o problema de investir milhões para produzir armas de destruição em massa, enquanto mais de dezenove mil pessoas morreram de fome hoje no mundo (dados do worldometers)?

Dessa forma, caminhamos para o colapso. A óptica cartesiana serviu-nos e ajudou-nos por muitos séculos, mas talvez já esteja na hora de enxergar o mundo de forma diferente, me maneira interligada e mais humana. A abertura do mar mediterrâneo pode ser análoga a invenção da internet e dos cabos de fibra óptica no século XX, que possibilitaram ligar os quatro cantos do mundo em tempo real, mudaram, de fato, a forma de comércio e comunicação. Numa análise final, chegamos ao ponto de mutação, a nova revolução está ocorrendo agora, a cada novo minuto. Não se pode prever quando ela se completará ou como, mas não se pode negar que ela ocorre.

Letícia Raquel de Lava Granjeia – 1º Ano Direito Noturno

Francis Bacon-

             Com a intenção de substituir o Organum aristotélico original, Francis Bacon publica em 1620 sua obra mais famosa, o Novum Organum. Aristóteles, em sua obra, apresenta sua lógica, essencialmente dedutiva, que deveria conduzir a filosofia à verdade. Bacon, no entanto, opõe a esse método do estagirita e propõe um novo método, a indução por eliminação.
            Bacon viveu em um período de grande ascensão política e econômica inglesa no reinado de Elizabeth I. Participou da corte real em diversos setores: político, econômico, social, religioso, filosófico e era astuto defensor do reino nos inúmeros combates de forças contrárias ao governo da rainha
               A proposta de Bacon era de substituir o Organon de Aristóteles em duas partes. A primeira é a pars destruens, que destrói o silogismo como inútil na investigação das ciências naturais. Bacon atribui aos ídolos que a mente humana criou, o estágio ainda pouco avançado da ciência da época. São eles: Os ídolos da tribo, que são os preconceitos da espécie humana e sua tendência ao antropomorfismo; Ídolos da caverna, que são os  erros oriundos da educação de cada um; Ídolos do fórum, erros vindos da imperfeição da linguagem, e por último, Os Ídolos do Teatro, preconceitos vindos da autoridade dos mestres e filósofos.
                 A segunda parte é a inauguração do método indutivo, contrário ao método dedutivo da escolástica. A observação e a experimentação são a base desse novo método científico. Só a causa formal é que rege os objetos da ciência da observação.

                 Nova Organum pode ser considerada uma suma da ciência natural da modernidade que abre as portas para a pós-modernidade. Um grande conjunto de compreensões acerca da mente e das faculdades naturais tendo como o grande ápice a ciência, a razão, a filosofia e a teologia comungando do mesmo propósito, aliadas ao evoluir do homem frente as responsabilidades que o cercam. 

Jose Augusto Melo de Carvalho - Direito -1 ano- Noturno


                     Fracis Bacon é considerado o pai do empirismo clássico,que defende o conhecimento baseado na observação das experiências.O filósofo Inglês é um ferrenho crítico da metafisica e de todos aqueles que "ousaram proclamar a natureza como assunto exaurido para o conhecimento".Sendo assim, o filósofo prega que nenhum conhecimento é de fato seguro e defende os pensadores que são repletos de prudencia em suas constatações .
                  Bacon credita ao "labor da mente" conclusões precipitadas e errôneas de diversas teorias,sendo assim,o inglês aponta que em seu métodos,deve-se ignorar ideias geradas pela "mente por si só" para que se possa obter a verdade.Portanto,o filósofo defende em uma regulação da mente através de mecanismos empíricos para que se possa chegar a reais conclusões .
                   Todavia,apesar de tamanho avança criado por Bacon,suas ideias também são passíveis de crítica.Na minha opinião,nem sempre é possível descartar qualquer opinião que venha da mente,seja ela influenciada pela cultura,religião ou ate mesmo pela razão humana natural,em diversos casos e deve-se levar em conta para que se possa abrir ainda mais o leque de ideias e possibilidades e não simplesmente ignora-las.
Bacon e o dilema das ciências humanas.

     É certo e legítimo que Bacon seja considerado o pai da ciência moderna. Escrevendo no longínquo século XVII, sua hipótese metodológica, sua crença no empirismo e sua descrença na escolástica e na visão aristotélica fundamentaram a ciência moderna. O papel da ciência também se tornou basicamente Baconiano: o progresso material e o domínio do homem sobre o meio natural.
    Não digo que essa visão científica encontrou seu limite. Nas ciências ditas "naturais", aquelas que se ocupam de objetos previsíveis e praticamente imutáveis, o sucesso do empirismo só pode ser negado se virarmos as costas para a realidade do meio que nos cerca. Entretanto, nas ciências humanas, é preciso tomar cuidado com a visão de Bacon. Embora, sim, as ciências humanas devam se ocupar de hipóteses comprováveis, elas carregam em sua marca uma inconstância e uma impermanência que não permitem a aplicação do método científico "natural" de maneira plena. É preciso, e ainda falhamos muito nesse sentido, criar uma metodologia científica mais apropriada para as ciências humanas. 
     Claro que após a crise dos métodos Comteanos aplicados as humanidades, houve uma certa discussão mais aprofundada do que deveriam ser as ciências humanas, mas ainda não há o consenso que o empirismo conquistou nas ciências "naturais". Talvez esse consenso seja impossível, talvez não. Essa é, basicamente, a reflexão que queria lançar: Como trabalhar as ciências humanas dentro de uma metodologia científica que não ignore completamente as subjetividades dos homens? Se pensarmos por exemplo na história, ela deve se ater apenas as provas materiais e documentais? Como provar empiricamente aquilo que já aconteceu e não deixou pistas? E a sociologia, deve se ater apenas a observação e classificação? Ou deve também ser capaz de enxergar aquilo que não se vê, visto que a sociedade não pode ser entendida como um micro-organismo, ou um pedaço qualquer de matéria inorgânica? Será que o direito, embora uma ciência jurídica, não deve também olhar para aquilo que não está no processo? São discussões que já tivemos e ainda teremos durante o curso, mas certamente, embora relevante, Bacon não quitou o dilema que paira sobre as ciências humanas.

Victor Abdala - 1o ano - Direito Noturno

"Imperium Hominis" Segundo Francis Bacon

    Inglês do Século XVI, Francis Bacon foi político e recebeu títulos de Barão e Visconde, mas nenhuma de tais ocupações fez dele figura notável como sua vivência na fundamentação da experimentação, a qual lhe rendeu a denominação de "Pai do Empirismo". Sua principal obra foi publicada em 1620, de nome "Novum Organum", e trouxe à filosofia uma perspectiva diferente da clássica Aristotélica, posteriormente titulada "Utilitarismo".
    No texto, Bacon começa descrevendo seu método como sendo o "estabelecimento de graus de certeza para determinar o alcance exato dos sentidos, rejeitando quase sempre o labor da mente", e aponta a existência de dois tipos de cientistas: Os que cultivam as ciências preexistentes pela Antecipação da Mente, por dedução; e os que praticam a descoberta científica pela Interpretação da Natureza, por investigação. Defendendo o último em detrimento do primeiro, afirma serem eles os verdadeiros formadores de ciência e opinião, inovadores, que partem do verdadeiro conhecimento da natureza para promover o desenvolvimento humano.
    Define também quatro "Ídolos" capazes de obstruir a mente do homem, sendo: Tribo - a própria natureza humana, asserção de que eles são a medida das coisas -; Caverna - humanos enquanto indivíduos, cada um possuinte de uma cova que intercepta a luz da natureza -; Foro - associação recíproca de humanos entre si, graças ao discurso, a partir da qual as ideias compartilhadas bloqueiam o intelecto - e o Teatro - uso das doutrinas filosóficas e regras viciosas de demonstração.
    Com sua afirmação da Natureza superior ao Homem, busca o oposto por meio de seu método desenvolvido: A dominação dos recursos, a qual somente seria alcançada por meio da técnica e conhecimento do meio, a experimentação sendo a principal ferramenta para alcançar o "imperium hominis". Assim, Bacon deixa como legado a percepção de que todos são capazes de deter uso e controle sobre o ambiente natural se apenas tiverem em mãos a prática que levará ao sucesso.

A efetividade das idéias


             Durante séculos, a Antiguidade e seus pensadores foram lembrados com louvor tendo muitas das teorias que se seguiram enraizadas na época Clássica. Bacon, um dos grandes críticos a essas teorias, apontava, como grande deficiência dessas idéias, a passividade perante a resolução das questões do mundo. Dessa forma, propõe uma ciência baseada na interpretação da natureza, por meio da experimentação sem limites e, assim, chegar à verdade que tanto se busca.
            Bacon, inclusive, ao questionar essa filosofia tradicional e reafirmar a importância do empirismo, consegue desatrelar a ciência jurídica das concepções religiosas, dando a ela uma base laica e, portanto, muito semelhante ao que vemos nos dias de hoje. Ao decorrer de seu discurso, então, tenta provar a necessidade de vincular a ciência ao mundo do concreto e alerta para certos obstáculos a uma correta percepção de mundo, como nossas emoções e paixões, reiterando a base racional de seu discurso.
Nessa linha de raciocínio, então, critica as artes dos matemáticos, dos médicos e dos alquimistas, que costumam se intrometer nas idéias da natureza, porém não o fazem com o devido sucesso. Além disso, embasa suas teorias no argumento de que tudo que havia de científico a sua época, nada mais era do que uma combinação de tudo que foi descoberto, não havendo, portanto, novidades.
            Bacon discorre incansavelmente a importância da ciência efetiva e nos remete aos dias atuais com suas idéias, fazendo-nos lembrar que a ciência jurídica também necessita de proposições que não fiquem apenas no papel, levando seu exercício pleno às sociedades que não conseguem contemplar a justiça plena.


Danielle Juvela-1°ano noturno

A necessidade de uma nova visão de mundo

              O filme Ponto de Mutação nos traz, claramente, uma critica à visão de mundo cartesiana, na qual o filósofo apontava o mundo como um grande relógio o qual se poderia desmontar  e, partir de cada uma de suas peças, entender o todo. Não é à toa que no filme a discussão entre as três personagens principais começa a se desenrolar diante de um grande relógio presente em um ambiente medieval francês. Nesse meio de inspiração a discussões, os três apontam suas diferentes visões de mundo e, partir delas, percebemos que essa percepção de o mundo poder ter suas partes desvinculadas umas das outras talvez não faça jus às necessidades de sua análise. Isso se dá porque, o que vemos, na realidade, é uma grande interligação dos fatos em todas as esferas mundiais, ou seja, todo fato possui uma causa e um conseqüência que afetou ou afetará o mundo.
            Tal fato ocorre, provavelmente, porque a humanidade não trabalha no sentido de prevenir seus males, mas sim de saná-los momentaneamente, o que inviabiliza uma cura efetiva de seus problemas, proporcionando apenas remediações temporárias. Essa idéia fica clara no filme quando se exemplifica com a questão da saúde, na qual, se em suas resoluções, recebêssemos incentivos à mudança para hábitos mais saudáveis, a medicina teria muito menos com o se preocupar e, conseqüentemente, parte dos recursos financeiros disponibilizados a ela poderiam ser poupados.
            Podemos evidenciar também a preocupação com o meio ambiente como um todo, quando apontado o caso de desmatamento brasileiro, que, segundo o filme, paga suas dívidas cedendo terras para o uso de gados por meio de queimadas, que, claramente, prejudicam o meio, afetando a sociedade mundial e não unicamente a população do Brasil. Dessa forma, a afirmação de que o homem perdeu o controle de seu poder de intervenção na natureza se faz válida para nossa realidade, já que tais avanços se tornaram desmedidos sem uma preocupação eficiente com as suas conseqüências, tornando a própria humanidade a grande vítima de sua ambição.


Danielle Juvela- 1º ano/Direito Noturno

Uma Teia Universal

    Com um fundo musical de suspense e tensão, começa o diálogo entre dois das três principais personagens do filme "Ponto De Mutação" - originalmente Mindwalk" -, baseado no romance homônimo de Fritjof Capra. No longa-metragem, Jack e Tom são amigos, norte-americanos, e reencontram-se após um tempo afastados devido à mudança deste a uma ilha na França. O primeiro é um senador pelos Estados Unidos, e procura o companheiro na esperança de um escape da rotina da candidatura à reeleição, refugiando-se no local.
    Em uma visita a um ponto turístico, um remanescente da Idade Média, ambos iniciam um debate sobre temáticas como o "Dia do Juízo", conceito que ganhou variadas conotações ao longo dos anos. Logo se deparam com um relógio na torre, e, ainda argumentando, levam a discussão aos ouvidos de uma terceira personagem, Sonia, uma física quem também abandonou a América após descobrir que seus experimentos seriam usados para fins de guerra.
    Um escritor, um político, uma física. A representação de três visões muitas vezes tão diferenciadas faz caminhar o roteiro à base de muita filosofia, ciências exatas e até poesia, perpassando autores como Descartes - na análise sobre o funcionamento do homem analogamente ao bom estado de um relógio -; Francis Bacon - no conceito de uso da natureza - e Newton - na retomada da perspectiva cartesiana. De forma bastante justificada, faz-se uma profunda interpretação da realidade do universo por meio das relações humanas, descritas tanto pela filosofia quanto pela física, com a troca real de fótons pelos corpos existentes.
     Mais que possuir uma trilha sonora instrumental do excelente Phillip Glass, a narrativa segue uma linearidade de raciocínio para discutir em si as próprias conexões entre os seres e o mundo, principalmente citando temáticas atuais como o Aquecimento Global e Responsabilidade Social, criticando o uso desmedido da natureza como fonte e apontando a diferença entre o Homem, regulador, e a Mulher, gentil, como razão para a aposta na figura feminina como forma de "salvamento" do desenfreado processo de desenvolvimento inconsequente.
    O encontro termina após ser citada a visão de Sonia sobre as ciências: A Teoria dos Sistemas Vivos, a interdependência entre eles para que o fluxo de vida ocorra de maneira ideal, justificando a necessidade de um cuidado maior com os recursos pelo uso que esses também têm por outros organismos do universo, tratando da evolução como transcendência. Embora seja uma obra antiga, a ideia tratada é mais que cotidiana, e poderia ser usada como grande sentença esclarecedora uma citação da personagem Tom: "Se as portas da percepção se abrissem, todos veriam como é", de William Blake.

                                   Um ponto de mudança

        O filme Ponto de mutação,retrata através do cinema uma disputa entre ideais que existente na humanidade atual. A obra se passa em torno de um diálogo durante um passeio a uma obra medieval entre 3 personagens principais,aos quais são metonímia de segmentos sociais,são eles : Jack (política), Sonia ( ciência) e Tom (arte).
        Durante essa conversa informal, Sonia faz criticas veementes ao meio de conhecimento cartesiano que rege de maneira ultrapassada(segundo a personagem) a organização humana e propõe uma nova maneira de se enxergar os fenômenos da vida . Para a cientista é necessário se compreender pequenos fatos em uma esfera geral e não de forma separadas como se faz atualmente,ela usa vários exemplos para se justificar,dentre os quais,têm-se  o problema da superpopulação,onde não adianta proibir as pessoas de terem filhos para solucionar o problema,mas sim dar-lhes educação e conhecimento para que as taxas de natalidade sofram quedas consideráveis.
       Enquanto isso, Jack ( ex-candidato a presidência dos EUA), aponta algumas críticas ao pensamento de Sonia,justificando através de argumentos práticos,o motivo pelo qual tais alterações são difíceis de serem consumadas . Todavia,Jack compreende a cientista Sonia e chega até mesmo a chama-la para trabalhar contigo nos EUA,apesar de fazer ressalvas de maneira a qual a cientista deve fazer para colocar em práticas suas ideias,alegando que em alguns casos é necessário "sujar as mãos".
      Por outro lado,Tom representante do pensamentos artístico chega quase a ser um coadjuvante no diálogo,mas enaltece e concorda com Sonia apesar de expor de maneira sábia suas ideias e conclusões .
      Por fim,é bom ressaltar que nada na obra é de maneira gratuita, a relação da cientista Sonia com sua filha é representada de maneira conturbada.Assim, o filme também deixa implícito uma crítica metafórica-ao meu ponto de vista- onde de nada adianta um pensador ter os melhores ideais teóricas se ele não consegue compreender as relações humanas na prática .
   


Guilherme Dadalto 1 Ano DIR-NOT

Sociedade sistêmica e sistemática

A dúvida é uma constante na vida de todos. O mundo faz-se a partir de cada escolha individual e, pensado dessa maneira, a dúvida frente cada alternativa faz-se ainda maior. E é exatamente essa a maneira como penso. Ainda no colégio, nem a opção pela carreira a seguir era certeza absoluta, tantas eram as implicações! Muito estava em jogo. Hoje, como profissional do Direito, e sem ainda total certeza acerca da decisão tomada no Ensino Médio, mas por certo com maior solidez de objetivos, deparo-me com a história de Flavinho.
                Menor, marginalizado, deliquente. Sim, é a mesma figura do garoto que você viu ontem no noticiário, ou das centenas de outros garotos igualmente estereotipados. Mas não o encaremos assim. Flavinho é, sobretudo, uma pessoa. Embora nem ele mais faça tanta questão de se lembrar disso.
                Fato é que nossas histórias se cruzaram quando sua mãe, exausta de aplicar-lhe sermões e corretivos quase que diários, por descobrir-lhe facínora, procurou-me a fim de saber se dessa vez, pelo amor de Deus, o filho poderia ser preso. “A disciplina da cadeia talvez ensine”. A resposta óbvia e imediata foi que não, que o menor é considerado incapaz e, portanto, não está apto para responder em juízo, e que a sanção viria de outra maneira. Acontece que a dúvida da mãe perturbou-me e remeteu-me a discussão aparentemente infinda acerca da maioridade penal.
                De que ótica analisar casos como esses? Cartesianamente, encararia Flavinho como uma peça a mais em todo ordenamento mecanicista e que, portanto, deveria ser imediata e objetivamente reajustada para o bom funcionamento da máquina. Mas como se daria tal reajuste? Seria ele suficiente para manter o complexo sistema?
                Lembremo-nos, porém, que a essência do ser não está na matéria, mas em suas conexões. Do ponto de vista sistêmico, o homem não pode ser analisado individualmente, como peça solta, formar-se-ia uma visão distorcida e unilateral acerca dos fatos. Consertar uma só peça e deixar que as outras continuem defeituosas resulta em novos problemas futuros. Da mesma forma, somos parte de uma rede inseparável de relações.
                Flavinho deve pagar por seus crimes, isso é parte do contrato social e da nossa ideia de justiça;, ele deve ser acertado às normas. Acontece que duvido exatamente da forma como essa adaptação ocorre. Mesmo que Flavinho ainda não possa ser preso, assegurariam a ele as fundações para menor alguma base de valores? E se tais instituições já caíram amplamente em descrédito, o que de diferente o real cárcere poderia promover aos fins de restituir o jovem à sociedade de forma “ajustada”?
                É impossível resolver os problemas fragmentando-os, como sugeriu Descartes. Flavinho, e tantos outros excluídos socialmente, são mero reflexo do sistema. A discussão sobre maioridade penal ganha, assim, traços mais amplos, que abrangem percepções de campos sociais diversos, como o econômico, político, educacional.

                De Descartes, mantenho o princípio da dúvida, mas nego-me à visão mecanicista de mundo. A humanidade é essencialmente interdependente e deve ser encarada como tal. Somos o sistema. 

O valor da experiência


     Grande filósofo inglês, Francis Bacon deixou, sem dúvida alguma, notáveis contribuições para a humanidade em sua obra, tornando-se um dos nomes mais importantes do século XVII. O pai do empirismo defendeu de forma incansável a importância da experiência para a busca do conhecimento verdadeiro.  Crítico da metafísica e do conhecimento não comprovado, Bacon somente considera como confiável aquilo que já foi testado e verificado. Em suas palavras, ‘’somente vencemos a natureza obecendo-lhe’’, ou seja, devemos conhecer o modo como funcionam as coisas para então dominarmos o meio em que vivemos.
     Apesar de sua grande importância para a ciência e o empirismo, Francis Bacon talvez tenha sido muito radical em relação aos seus ideais. Ao meu ver, não podemos considerar a experiência como fonte absoluta de conhecimento,  ignorando a racionalidade e a filosofia,  afinal, nossas percepções e sentidos nos aplicam truques a todo momento. Nem sempre vemos o que parecemos enxergar, pois, como diria metaforicamente Descartes, possuímos um Gênio Maligno que insiste em nos esconder a verdade. É necessário mais do que dados e relatórios para que algo possa ser considerado verdade incontestável. Refletir e deduzir as vezes pode ser a melhor escolha do que induzir.
     Ao refutar de forma tão dura Aristóteles, muitas vezes Bacon se contrapôs a um de seus ensinamentos, onde diz que o cientista deve livrar-se de qualquer juízo de valor, pois estes podem corromper o resultado final de seu trabalho. Afirmo isso pois em sua obra fica claro o repulso que possui pela escolástica, deixando-se levar muitas vezes por suas noções pré concebidas desta, e não necessariamente pela análise dos fatos.
     Entretanto, é claro que não podemos descartar o valor da experiência. É ela que nos guia através da comprovação de teorias, apesar de não ser determinante. Bacon pode ter superestimado o seu valor, porém ele ainda é enorme.